Drogas Estimulantes E Inibidoras Em Relação Com O Sistema Reprodutor
Artigos Científicos: Drogas Estimulantes E Inibidoras Em Relação Com O Sistema Reprodutor. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: kassiosouza02564 • 29/5/2014 • 3.219 Palavras (13 Páginas) • 691 Visualizações
NTRODUÇÃO
Os hormônios esteróides apresentam um núcleo básico derivado da estrutura química do colesterol, portanto são hormônios de natureza lipídica. A biossíntese dos hormônios esteróides é restrita a alguns poucos tecidos, como o córtex das glândulas adrenais e gônadas, os quais expressam diferentes formas do complexo enzimático P-450, responsável pelo processamento da molécula de colesterol. Os andrógenos são hormônios sexuais masculinos e representam uma das classes de hormônios esteróides, são produzidos, principalmente, pelos testículos e, em menores proporções, pelas adrenais. O principal hormônio produzido pelo testículo é a testosterona.
A testosterona exerce efeitos designados como androgênicos e anabólicos em uma extensa variedade de tecido-alvo, incluindo o sistema reprodutor, o sistema nervoso central, a glândula pituitária anterior, o rim, o fígado, os músculos e o coração. Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo crescimento do trato reprodutor masculino e desenvolvimento das características sexuais secundárias, enquanto que os efeitos anabólicos estimulam a fixação do nitrogênio e aumentam a síntese protéica.
A atividade anabólica da testosterona e de seus derivados é manifestada primariamente em sua ação miotrófica, que resulta em aumento da massa muscular por aumentar a síntese protéica no músculo e por controlar os níveis de gordura corporal. O potencial valor terapêutico da atividade anabólica da testosterona em várias condições catabólicas têm levado à síntese de muitos derivados que tem como objetivo prolongar a sua atividade biológica, desenvolvendo produtos cada vez menos androgênicos e mais anabólicos, chamados esteróides androgênicos anabólicos. Portanto, os esteróides anabolizantes são um subgrupo dos andrógenos, ou seja, sintéticos derivados da testosterona.
Os esteróides anabolizantes foram inicialmente desenvolvidos com fins terapêuticos, como exemplo, para o tratamento de pacientes com deficiência natural de andrógenos, na recuperação de cirurgias e atrofias musculares, por melhorarem o balanço nitrogenado em estados catabólicos, prevenindo a perda de massa magra e reduzindo o aumento de tecido adiposo, e, também, no tratamento da osteoporose, do câncer de mama e anemias, uma vez que estimulam a eritropoiese.
Entretanto, o uso dessas drogas destacou–se principalmente no meio esportivo, devido às propriedades anabólicas que promovem o aumento de massa muscular, do desenvolvimento de força, da velocidade de recuperação da musculatura e o controle dos níveis de gordura corporal melhorando o desempenho físico, sendo que a ação trófica do hormônio exógeno é mais pronunciada do que aquela observada pelos níveis normais de testosterona na circulação.
Os esteróides anabolizantes são considerados drogas proibidas pela Agência Mundial Antidoping - WADA e seu uso é classificados como doping. Os esteróides anabolizantes representam mais de 50% de casos positivos de doping entre atletas.
Estudos epidemiológicos sobre a prevalência do uso ilícito de esteróides anabolizantes por seres humanos no Brasil ainda são muito escassos. Embora não sejam numerosos estes estudos, os mesmos indicam problemas de saúde para a população que faz o uso crônico da droga.
HISTÓRIA E UTILIZAÇÃO CLÍNICA
No final do século XIX, o fisiologista francês Charles Eduard Brown-Séquard experimentou uma terapia de rejuvenescimento, administrando, em si mesmo, injeções de um extrato líquido derivado de testículos de cães e porcos da índia, e relatou aumento da sua energia intelectual e da sua força física.
No término da 2a Guerra Mundial, os androgênios eram utilizados no tratamento de pacientes em condições terminais ligadas à debilidade crônica, bem como no traumatismo, em queimaduras, na depressão e na recuperação de grandes cirurgias. No entanto, somente na década de 50, os EAA tiveram maior aceitação para o uso médico.
Atualmente, os EAA têm sido administrados no tratamento das deficiências androgênicas: hipogonadismo, puberdade e crescimento retardados, micropênis neonatal, deficiência androgênica parcial em homens idosos, deficiência androgênica secundária a doenças crônicas, e na contracepção hormonal masculina.
A terapia androgênica pode, também, ser utilizada no tratamento da osteoporose, da anemia causada por falhas na medula óssea ou nos rins, do câncer de mama avançado, em garotos com estatura exagerada, e até mesmo em situações especiais da obesidade. Há relatos de uso de esteróides anabólicos em baixas doses por via transdérmica no tratamento de doenças cardiovasculares, tendo efeitos antiaterogênicos e como agentes antianginosos.
Os EAA têm sido utilizados no tratamento da sarcopenia relacionada ao HIV em pacientes hipogonadais e eugonadais e da fadiga em pacientes com doença renal crônica submetidos a diálise, da sarcopenia associada à cirrose alcoólica, à doença obstrutiva pulmonar crônica, e da sarcopenia em pacientes com queimaduras graves.
Estudos têm demonstrado os efeitos dos EAA no tratamento da baixa estatura devida à síndrome de Turner e em garotos com puberdade e crescimento retardados. Recentemente, foi demonstrado que a utilização dos esteróides anabolizantes acelerou o crescimento linear e teve alguns efeitos benéficos no retardo da fraqueza em pacientes com distrofia muscular de Duchenne.
MECANISMOS DE AÇÃO E PRINCIPAIS EFEITOS
Os esteróides anabolizantes são drogas sintéticas derivados da testosterona que podem ser utilizada de forma oral ou parenteral. A testosterona é biotransformada no fígado em vários cetoesteróides, através de duas vias, e os metabólitos ativos mais importantes são os estradiois e dihidrosteronas (DHT), como pode ser visto nas FIGURAS 1 e 2. A DHT se liga com maior afinidade a globulina carreadora de hormônios sexuais do que a testosterona. Em tecidos reprodutores a DHT é ainda metabolizada para 3-alfa e 3-beta androstenediol.
Figura 1. Biotransformação da testosterona em estradiol.
Figura 2. Biotransformação da testosterona em Dihydrotestosterona.
Estes derivados têm boa absorção gástrica, sendo excretados rapidamente devido sua meia vida curta, sendo altamente potentes, porém mais fortes ao fígado do que os injetáveis. A esterificação é útil nas preparações parenterais (ciprianato ou propianato de testosterona,
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