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EMOÇÕES E SENTIMENTOS INFLUENCIAM NO SURGIMENTO E NA PERSISTÊNCIA DE PATOLOGIAS?

Por:   •  25/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.209 Palavras (13 Páginas)  •  249 Visualizações

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EMOÇÕES E SENTIMENTOS INFLUENCIAM NO SURGIMENTO E NA PERSISTÊNCIA DE PATOLOGIAS?[1]

BUHLER, Vinícius Slongo[2]

FANTON, Lucas Mensch[3]

RADAELLI, Patrícia Barth[4]

RESUMO

Originado a partir de pesquisas bibliográficas em artigos relacionados a doenças psicossomáticas. O artigo abrange a origem do termo “psicossomática” e seu desenvolvimento na história da medicina, além de elucidar sobre causas e surgimento de sintomas relacionados a sentimentos e emoções, podendo levar a patologias.

ABSTRACT

Originated from bibliographic research in articles related to psychosomatic diseases. The article covers the origin of the term "psychosomatic" and its development in the history of medicine, as well as elucidating the causes and appearance of symptoms related to feelings and emotions, which can lead to pathologies.

PALAVRAS CHAVE: Doenças psicossomáticas; Emoções; Patologias

INTRODUÇÃO

        O presente trabalho tem como objetivo abordar o conceito de psicossomática, seu desenvolvimento na história da medicina, além de demonstrar e provar, de uma vez por todas, a existência da relação do início de patologias com sentimentos e emoções que o indivíduo possui. O estudo de doenças psicossomáticas, atualmente, ainda é meio raso e apresenta um campo enorme para novas descobertas. Isso torna essa temática interessante e induz a novas pesquisas, tanto por psiquiatras, como patologistas, até mesmo entre acadêmicos. 

REFERENCIAL TEÓRICO

        No livro A morte de Ivan Ilitch, do escritor russo Lev Tolstói, é possível refletir acerca da relação entre médicos e pacientes na prática da medicina. O personagem – Ivan Ilitch – vê no médico um ser prepotente. Ele observa que o profissional não liga para ele, apenas está focado em analisar a parte orgânica da patologia e em exercer a parte técnica da profissão. Além disso, a linguagem usada pelo médico o afasta do paciente, visto que os termos que ele usa são técnicos demais para o leigo.

“[...]O doutor dizia: isto e mais aquilo indicam que o senhor tem no seu interior isto e mais aquilo; mas se isto não se confirmar pela pesquisa disto e de mais aquilo, teremos que supor no senhor isto e mais aquilo. E supondo-se que tenha isto e mais aquilo, então...etc. Somente uma questão tinha importância para Ivan Ilitch: a sua condição apresentava perigo? Mas o doutor não dava importância a esta questão inconveniente. Do seu ponto de vista, ela era ociosa e não merecia exame; existia somente uma avaliação de possibilidades entre o rim móvel, o catarro crônico e uma afecção no ceco. Não se tratava da vida de Ivan Ilitch, o que existia era uma discussão entre o rim móvel e a afecção no ceco [...]” (A morte de Ivan Ilitch, Lev Tolstói, editora 34, p.37)

Assim, pode-se refletir acerca da necessidade da compreensão do ser humano e das suas patologias de maneira integral, entendendo que o indivíduo além de ser dotado de um corpo biológico, também possui sentimentos e emoções que influenciam na sua vida.

No decorrer da história das doenças, o ser humano sempre buscou descobrir suas origens afim de elucidar os mistérios das patologias humanas. Nessa perspectiva, surgiu uma corrente de estudos que busca analisar e relacionar os sintomas orgânicos a fatores emocionais, olhando para o paciente como um ser integral que possui emoções e sentimentos. Segundo McDougall J., “A angústia é considerada a principal origem de nossos sintomas. A grande questão é: qual sintoma representará melhor uma tentativa de cura de si mesmo?” (MCDOUGALL J. apud NETO et al, 2006). Essa linha de investigação deu origem ao termo “psicossomática”. Cardoso relata que o termo psicossomático pode se reportar tanto à origem psicológica de determinadas doenças como até ser confundido com simulação e hipocondria, onde ganha um sentido negativo (CARDOSO apud CERCHIARI, 2000).

        Essa metodologia foi amplamente discutida por inúmeros estudiosos ao longo dos anos. Sami-Ali, ao refletir sobre a conexão entre o orgânico e o relacional, inicia diferenciando medicina psicossomática e psicossomática. Assim, a medicina psicossomática é uma maneira de introduzir variáveis psicológicas a um domínio orgânico (SAMI-ALI apud CERCHIARI, 2000).

        Ademais, ao descreverem sobre o mecanismo de formação de sintomas em psicossomática, Campos e Rodrigues apontam que a somatização é a expressão das emoções. Ela é uma resposta fisiológica às emoções no corpo. Essas emoções e sentimentos, dependendo da intensidade, podem provocar sintomas diversos (Campos e Rodrigues apud SOUZA, SEI e ARRUDA, 2010). Além disso, “Os sintomas corporais falam sobre conteúdos das representações reprimidas, deformadas pelos mecanismos defensivos do ego” (CAMPOS E RODRIGUES apud SOUZA, SEI e ARRUDA, 2010). Nota-se, então, a relação entre a psique do ser e seu corpo biológico. O organismo vivo é capaz de responder em relação as emoções que o integram ou que ele absorve de maneira física, visual e palpável. A somatização é, portanto, a tradução dos sentimentos em sinais e sintomas.

        “Entende-se que as manifestações psicossomáticas podem ser compreendidas como uma dificuldade de simbolização e verbalização dos sentimentos” (MCDOUGALL J. Teatros do Corpo – o psicossoma em psicanálise. 2ed. São Paulo: Martins Fontes; 2000). Nessa conjuntura, a denominação de medicina psicossomática, de acordo com o campo epistemológico, é o estudo da relação corpo-mente com enfoque na patologia somática. Ela é uma proposta de tradução e transcrição de sintomas corporais para a linguagem psicológica (EKSTERMAM apud CERCHIARI, 2000).

        O embrião das patologias pode ser observado pela ótica da psicossomática. Segundo Alexander, teoricamente, cada doença é psicossomática, uma vez que as emoções influenciam em diversos processos do corpo, por meio de vias nervosas e humorais. Ainda segundo Alexander, esses fenômenos orgânicos e psicológicos acontecem no mesmo organismo e são apenas duas visões de um mesmo processo (ALEXANDER apud CERCHIARI, 2000).

        Outrossim, é importante observar que diversos fatores podem influenciar o surgimento de doenças em um indivíduo. É necessário enfatizar que a doença tem um caráter social e cultural, com base não só nas condições socioeconômicas da população, mas nas relações sociais (LAURELL apud TAQUETTE).

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