ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Artigo: ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cacyrico • 4/11/2014 • 4.290 Palavras (18 Páginas) • 1.479 Visualizações
ESTIMULANTES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
ESTIMULANTES PSICOMOTORES
A. Metilxantinas
As metilxantinas incluem a teofilina encontrada no chá, a teobromina encontrada no cacau e a cafeína, o estimulante mais consumido em todo o mundo, encontrada em maior concentração no café, mas também presente no chá, em bebidas “colas”, chocolate e no cacau.
1. Mecanismo de ação. Vários mecanismos foram propostos para as ações das metilxantinas, incluindo translocação de cálcio extracelular, aumento de monofosfato cíclico de adenosina e monofosfato cíclico de guanosina, causado por inibição da fosfodiesterase e bloqueio dos receptores de adenosina. O último explica melhor todas as ações observadas no consumo de bebidas contendo cafeína.
2. Ações:
a. SNC. A cafeína presente em uma a duas xícaras de café (100 a 200 mg) causa diminuição da fadiga e aumento o alerta mental como resultado da estimulação do córtex e outras áreas do cérebro. O consumo de 1,5 g de cafeína (12 a 15 xícaras de café) produz ansiedade e tremores. A medula espinal só é estimulada por doses muito elevadas (2 a 5 g) de cafeína. Pode-se desenvolver tolerância rapidamente às propriedades estimulantes da cafeína; a abstinência consiste em sensação de fadiga e sedação.
b. Sistema cardiovascular. Doses altas de cafeína têm efeitos inotrópico positivos. (Nota: O aumento da contratilidade pode ser prejudicial a pacientes com angina pectoris. Em outros, o aumento da frequência pode causar contrações ventriculares prematuras.)
c. Ação diurética. A cafeína tem ação diurética leve que aumenta o débito urinário de sódio, cloreto e potássio.
d. Mucosa gástrica. Como todas as metilxantinas estimulam a secreção de ácido clorídrico da mucosa gástrica, os indivíduos com úlcera péptica devem evitar bebidas contendo metilxantinas.
3. Usos terapêuticos. A cafeína e seus derivados relaxam o músculo liso dos bronquíolos. (Nota: A teofilina, previamente a base do tratamento da asma, foi amplamente substituída por outros fármacos, como os agonistas β e os corticóiteroides.)
4. Farmacocinética. As metilxantinas são bem absorvidas por via oral. A cafeína se distribui por todo o organismo, incluindo o cérebro. As metilxantinas atravessam a placenta e são secretadas no leite materno. Todas elas são biotransformadas no fígado, e os metabólitos são excretados na urina.
5. Efeitos adversos. Doses moderadas de cafeína causam insônia, ansiedade e agitação. Doses elevadas são necessárias para causar toxicidade, que se manifesta por êmese e convulsões. A dose letal é cerca de 10 g de cafeína (cerca de 100 xícaras de café), que induz arritmias cardíacas; a morte por cafeína é assim altamente improvável. Letargia, irritabilidade e cefaleia ocorrem em usuários que consomem rotineiramente mais de 600 mg de cafeína por dia (grosseiramente seis xícaras de café por dia) e, então, param subitamente.
B. Nicotina
A nicotina é o componente ativo do tabaco. Embora esse fármaco não seja usado terapeuticamente (exceto no tratamento para parar de fumar) permanece sendo importante, pois a nicotina segue a cafeína como estimulante do SNC mais usado e só perde para o álcool como o fármaco mais abusado. Em com o alcatrão e o monóxido encontrados no fumo do cigarro, a nicotina representa um grave fator de risco para doenças pulmonares e cardiovasculares, vários cânceres, bem como outras patologias. A dependência não é facilmente controlada.
1. Mecanismo de ação. Em doses baixas, a nicotina causa estimulação ganglionar por despolarização. Em doses altas, causa bloqueio ganglionar. Existem receptores de nicotina do SNC, onde ocorrem ações similares.
2. Ações:
a. SNC. A nicotina é muito solúvel em lipídeos e facilmente atravessa a barreira sangue-cérebro. Fumar ou a administração de doses baixas de nicotina produzem algum grau de euforia e estimulação, bem como relaxamento. A nicotina aumenta a atenção, o aprendizado, a resolução de problemas e o tempo de reação. Doses elevadas de nicotina resultam em paralisia respiratória central e grave hipotenção causada por paralisia bulbar.
b. Efeitos periféricos. Os efeitos periféricos da nicotina são complexos. A estimulação dos gânglios simpáticos bem como da medula adrenal, aumenta a pressão arterial e a frequência cardíaca. Assim, o uso do fumo é particularmente prejudicial para os hipertensos. Vários pacientes com doença vascular periférica experimentam agravamento dos sintomas com o fumo. Por exemplo, a neo das coronárias e afetar adversamente o paciente com angina. A estimulação dos gânglios parassimpáticos também aumenta a atividade motora do intestino. Em doses elevadas, a pressão arterial cai, e a atividade cessa na musculatura do trato gastrintestinal e da bexiga como resultado do bloqueio induzido por nicotina dos gânglios parassimpáticos.
3. Farmacocinética. A nicotina é muito lipossolúvel. Assim, a absorção ocorre facilmente pela mucosa oral, pulmonar, gastrintestinal e pele. A nicotina atravessa a placenta e é secretada no leite materno. A maioria dos cigarros tem 6 a 8 mg de nicotina; a dose letal aguda é 60 mg. Mais de 90% da nicotina inalada na fumaça é absorvida. A depuração da nicotina envolve a biotransformação no pulmão e no fígado e a excreção urinária. A tolerância aos efeitos tóxicos se desenvolvem rapidamente, com frequência dentro de dias após o inicio do uso.
4. Efeitos adversos. Os efeitos adversos da nicotina no SNC incluem irritabilidade e tremores. A nicotina também pode causar cólicas intestinais, diarreia e aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. O fumo aumenta a velocidade de biotransformação de inúmeros fármacos. (Nota: Não são conhecidos quais dos mais de 3.000 componentes da fumaça do cigarro são responsáveis por esse fenômeno, embora os benzopirenos tenham sido implicados.)
5. Síndrome de abstinência. Como com outros fármacos dessa classe, a nicotina é uma substância viciante; a dependência física se desenvolve rapidamente e é grave. A abstinência é caracterizada por irritabilidade, ansiedade, intranquilidade, dificuldade de concentração, cefaleia e insônia. O apetite é afetado, e dor gastrintestinal ocorre com frequência. (Nota: Os programas para parar de fumar que associam tratamento farmacológico e comportamental têm maior sucesso.) Os adesivos transdermais e os chicletes contendo nicotina diminuem os sintomas de abstinência e auxiliam
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