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Estudo De Caso (Hipotireoidismo Congênito)

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Por:   •  7/11/2013  •  924 Palavras (4 Páginas)  •  789 Visualizações

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Sintomas: quieto demais, demorava para mamar, quase não chorava (logo após sair do hospital).

Anotações pós-berçario (carteirinha): 2730gr/2480gr; 46cm; apgar 7-8; reflexo moro presente mas diminuido; presença de uma pequena hernia umbilical; BRFN c/ FC 66 bpm; reflexos neurologicos presentes, mas de intensidade diminuida; presença de pequena massa na regiao anterior do pescoço.

Desenvolvimento pós 3 meses: dorme mais do que fica acordado; mama pouco e muito devagar; quase não chora; vive largadinho no berço; não reclama durante o banho; está usando as mesmas roupas de quando nasceu (não apresentou crescimento significativo, apenas 2cm).

Hábitos intestinais: chegava a ficar 10 dias sem evacuar e, por orientação do “moço” da farmácia usava supositório para fazê-lo.

Exame físico: não esboça resposta ao frio, mesmo estando em uma fria tarde de inverno. Menino com macroglossia, fáscies grotesca, letargia, respostas diminuidas à estimulos, pele áspera e fria, FC 70 bpm, uma pequena hérnia umbilical, pequeno edema de membros inferiores (agua com farinha), 2820gr, estatura com 48cm, BRFN, pulmoes limpos, abdome distendido com aumento dos ruidos hidroaéreos, com presença de pequenas massas palpáveis (fecalomas).

NÃO FEZ EXAME DO PÉZINHO

A avaliação dos sinais e sintomas apresentados por Fernando, o paciente de 3 meses do caso nº 5, é fundamental para guiar o médico ao seguinte raciocínio clínico: a resposta neurológica reduzida associada à pequena massa presente na região anterior do pescoço e ao fato da criança ter apresentado um desenvolvimento físico muito inferior ao normal, desde o seu nascimento, são indícios de uma possível disgenesia, agenesia ou disormoniogênese da tireóide, que são as três causas mais prováveis de um dos problemas neurohormonais mais comuns que afetam os recém natos brasileiros (1:2500¹) – o hipotireoidismo congênito (HC).

Ao checar a frequência cardíaca de Fernando, se nota que, apesar dele apresentar bulhas rítmicas normofonéticas (indica que não há sopro), sua frequência cardíaca está bastante reduzida, 70 batimentos por minuto, para uma criança da sua idade². A produção baixa de tiroxina (T4), principal hormônio produzido pela tireoide, afeta diretamente a frequência cardíaca ao reduzir a taxa de conversão desse à T3 – hormônio que possui efeito inotrópico positivo, uma vez que é responsável por aumentar a velocidade e a força da contração miocárdica, ao aumentar o número de receptores β-adrenérgicos³. Como consequência desse sistema cardiovascular fragilizado, há uma alteração no retorno venoso e uma redução do fluxo sanguíneo, acarretando, respectivamente, nos edemas de membros inferiores, constatados pelo médico durante o exame físico, e na pele fria e seca, devido à baixa irrigação. Outra possível causa dos edemas seria a redução do fluxo sanguíneo renal, que levaria à um débito urinário reduzido e ao aumento da retenção hídrica.

O hormônio tireoideano também é responsável por regular a velocidade e o ritmo do desenvolvimento do sistema nervoso central e, segundo estudos4, também atuam na termogênese obrigatória e no desenvolvimento e manutenção da termogênese facultativa. Por esses e outros efeitos, é dito que os hormônios tireoideanos controlam o metabolismo corporal5. Fernando apresenta alguns sinais característicos da deficiência dos hormônios tireoideanos sobre o sistema nervoso, como a resposta reduzida à estímulos, a redução da motilidade do trato gastrointestinal e da produção de secreções digestivas6 – que resultou na constipação e na formação dos fecalomas (massa dura e compacta de fezes no cólon), uma vez que, devido ao funcionamento mais devagar do intestino grosso, haverá uma maior absorção de água resultando nessa característica do bolo fecal e no aumento dos ruídos hidroaéreos (intestinais) – letargia, cuja uma de suas características é o sono profundo e prolongado (12-14h por dia).

Outro fator relevante nesse caso é o fato do paciente ter crescido apenas 2 centímetros em seus três primeiros meses de vida, uma vez que o normal seria ter crescido aproximadamente 10

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