Exploração Madereira Na Amazônia
Tese: Exploração Madereira Na Amazônia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: BiancaVPS • 3/11/2014 • Tese • 496 Palavras (2 Páginas) • 200 Visualizações
A Amazônia brasileira abriga um terço das florestas tropicais do mundo. As estimativas de estoque mais modestas indicam um valor de 60 bilhões de m³ de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo. Além do valor madeireiro, a floresta tem riqueza muito mais amplas, como óleos, resinas, frutas, fibras e plantas de valor medicinal. A Amazônia contém ainda aproximadamente um terço das espécies de animais, plantas e microorganismos existentes. Mais do que tudo isso, existem os serviços que a floresta presta para o equilíbrio do clima regional e global, especialmente pela manutenção dos ciclos hidrológicos de carbono.
A exploração madeireira na Amazônia começou há três séculos, mas até meados dos anos 70, o volume extraído era modesto. Entretanto, em menos de duas décadas a região assumiu a liderança na produção de madeira do País. Atualmente a Amazônia produz cerca de 25 milhões de metros de madeira em tora, o que equivale a 80% da produção do País. As exportações de madeira da Amazônia representam uma parcela modesta do mercado internacional de madeiras tropicais (em torno de 4%), mas deverão crescer expressivamente na próxima década devido a exaustão em curso dos recursos florestais da Ásia.
O setor madeireiro tem crescido rapidamente na Amazônia por diversas razões. Primeiro, as estradas: o governo brasileiro abriu o acesso à Amazônia nos anos 60 e 70 através de grandes programas de colonização e de construção de estradas. Segundo, o esgotamento dos estoques de madeira dura do sul do Brasil e o crescimento da economia nacional criaram uma grande demanda por madeira da Amazônia. Terceiro, a madeira na região amazônica é abundante e disponível a baixos custos (às vezes até gratuita). Isto, porque muitas das terras onde a exploração madeireira tem ocorrido são terras devolutas.
Na Amazônia, a atividade se concentra ao longo de um arco que vai do estado de Rondônia passando pelo Mato Grosso até o Pará, o principal produtor de madeira da região. Aproximadamente 80% do volume explorado vem das florestas de terra firme, enquanto a produção originária da várzea representa apenas 20%. Nas regiões mais remotas, os madeireiros entram na floresta em busca apenas de espécies altamente valiosas, como o mogno. Nas áreas mais próximas, de fácil acesso, o baixo custo de transporte permite a exploração de mais de cem espécies.
A área afetada por serraria varia de uns poucos 50 hectares/ano, no caso das serrarias pequenas, até áreas de exploração superiores a mil hectares por ano em caso de empresas de grande porte. Quando somadas as áreas exploradas de todas as empresas madeireiras em operação na região, a exploração madeireira afeta uma área de 10.000 km² ao ano. Isso, considerando uma produção de 25 milhões de m³ de madeira em tora na região e um volume médio extraído por hectare de 25 m³. Para efeito comparativo lembramos que a área desmatada para o período 1992-1994 ficou em torno de 15.000 km² ao ano.
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