Formação Médica

Aprendizagem centrada no aluno: relato de experiência do módulo de Formação Médica

Marcella Muniz Marinho(1); Isabelle Toscano Rocha(1); Daniela Santos Valença(1); Jacicarlos Lima de Alencar (2); Maísa Freire Cartaxo Pires de Sá(3);

Centro de Ciências Médicas – CCM; Departamento de Medicina Interna –DMI – MONITORIA

Introdução: Atualmente, vários processos de reestruturação de projetos político-pedagógicos (PPP) foram desenvolvidos no contexto curricular do curso de Medicina para inovação de suas metodologias de ensino. Propõem mudanças no modelo conservador de produção do conhecimento, tornando-o menos centrado nos professores. A Disciplina/Módulo Horizontal B1 - Formação Médica (MHB1), oferecida no primeiro período do curso, propõe-se a ensinar uma maneira de “aprender a aprender” seguindo uma abordagem centrada no aluno. Objetivos: Envolver e motivar esses estudantes a um olhar mais amplo e mais crítico sobre sua própria formação, todas as responsabilidades que lhe competem bem como dialogar sobre as expectativas em relação ao curso e a profissão; valorizar o aprendizado, enfatizando a integralidade e o protagonismo. Descrição Metodológica: Partindo de uma leitura de uma situação-problema do cotidiano acadêmico, e utilizando-se do método construtivista e da pedagogia das competências ocorrem discussões de grupo, com o acompanhamento de um tutor, e, posteriormente, a elaboração de um portfólio, no qual será registrado um aprofundamento livre acerca do tema. O professor provoca, aceita a autonomia e iniciativa do aluno; questiona e encoraja a indagação sobre interpretações de conceitos antes de compartilhar as suas próprias opiniões, não oferecendo respostas fixas e respeitando o tempo que o grupo necessita para entender e se posicionar na discussão. Resultados/avaliação: O registro subjetivo dessa discussão realizado no portfólio demonstra quantas formas diferentes os alunos podem absorver e visualizar uma mesma aprendizagem. Além de aprender a expressar-se claramente, esse modelo libertador requer que o estudante saiba justificar suas opiniões, como também examinar seus próprios pensamentos, seguindo interesses pessoais. As discussões também são úteis quando os alunos estão tentando entender conceitos científicos que vão contra o bom-senso, pois os tira da inércia social para despertá-los a responsabilidade arraigada ao ato da medicina. Sem essa formação crítica e ampliada, o estudante e, logo, também o profissional não poderiam compreender verdadeiramente a complexidade do fazer saúde como uma produção social (SILVA,2004). Conclusão. No curso da disciplina MHB1, percebeu-se que o principal desafio é despertar a motivação nesses estudantes. Assim, a elaboração da situação-problema como ponto de partida foi elaborada com o cuidado de aproximar esses estudantes das problemáticas vivenciadas desde a escolha da profissão até aos dilemas éticos que diariamente envolvem o trabalho de profissionais de saúde. Portanto, os alunos tornam-se diretamente envolvidos e tem a chance de participar da construção de sua própria aprendizagem, encontrando no professor, mais do que um veículo de informações, mas um motivador comprometido com a educação e a formação médica.

Palavras-chave: Formação

...