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Glicose Sanguinea

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Por:   •  30/9/2014  •  3.937 Palavras (16 Páginas)  •  865 Visualizações

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FARMÁCIA – NÍVEL V

BIOQUÍMICA II

PROFª CAREN SERRA BAVARESCO

GLICOSE SANGUÍNEA

PASSO FUNDO, AGOSTO DE 2006.

1. Introdução

A glicose ou dextrose é um carboidrato do tipo monossacarídeo. Cristal sólido de sabor adocicado, de formula molecular C6H12O6 , encontrado na natureza na forma livre ou combinada. Juntamente com a frutose e a galactose, é o carboidrato fundamental de carboidratos maiores, como sacarose e maltose. Amido e celulose são polímeros de glicose.1

No metabolismo, a glicose é uma das principais fontes de energia e fornece 4 calorias de energia por grama. A glicose hidratada (como no soro glicosado) fornece 3,4 calorias por grama. Sua degradação química durante o processo de respiração celular dá origem a energia química (armazenada em moléculas de ATP - entre 36 e 38 moléculas de ATP por moléculas de glicose), gás carbônico e água.1 Fórmula mínima: CH2O1, conforme anexo 1.

Nosso corpo transforma tudo o que comemos em glicose e a GLICEMIA é o nível de glicose presente em nosso sangue. Ou seja, quando comemos muito, nossa glicemia aumenta, ao passo que quando comemos pouco, a mantemos baixa.1

Medimos nossa glicemia através da confirmação dos sinais e sintomas clássicos da glicemia em jejum (exame de sangue onde são verificadas as taxas de glicose no sangue) e do teste padronizado de tolerância à glicose (TTG).1

Estes critérios diagnosticados estão baseados nas recomendações da comunidade médico-científica atual:1

Tolerância a Glicose (Jejum: de 111 a 125) (2 hs após 75g de glicose: de 141 a 199).1

2. Revisão bibliográfica

2.1. Destinos dos monossacarídios absorvidos4

Os monossacarídios resultantes dos processos digestivos dos glicídios, devido à sua grande solubilidade em água, são absorvidos para o sangue pelo sistema porta e oferecidos a todos os teci dos do organismo. Uma coisa que logo acontece é que a galactose é transformada em glicose, uma tarefa fundamental¬mente hepática, e a frutose é metabolizada por enzimas glicolíticas. O resultado final é que todos os glicídios ingeridos e digeridos acabam sendo usados como a glicose. Por esta razão, não parece exagero repetir que, sob o ponto de vista energético, conhecer a bioquímica da glicose é conhecer a bioquímica de todos os glicídios. A frutose e a galactose também podem ser oxidadas. Contudo, a galactose só o é pelo fígado. A frutose, porém, serve de substrato energético para o rim e mais destacadamente para o fígado. Todavia, além da quantia ingerida ser normalmente pequena, ela aproveita enzimas oxidativas que também são em parte comuns ao gasto da glicose.4

Quando a glicose cai na corrente circulatória, ela é igualmente oferecida a todas as células do corpo e cada uma delas vai fazer o uso que mais for apropriado a cada tecido.4

Nesta questão do uso da glicose, é conveniente separar entre si as ativida¬des do fígado, sistema nervoso central (SNC), músculo e tecido adiposo, os quais, fisiologicamente, executam trabalhos bem diferenciados e de grande monta, quanto ao dispêndio de energia pelo organismo inteiro.4

Como mostra a figura, cada órgão tem a sua própria característica bioquímica. Isto é muito natural, desde que cada um tem a sua também própria função fisiológica.4

O fígado tem, entre outras, a peculiaridade de oxidar mal a glicose, valendo, então, a recíproca: este órgão é um excelente formador de glicose. Mas, no caso, estamos examinando os destinos da glicose e a este respeito o fígado faz duas coisas: transforma a glicose em glicogênio ou em gordura, ambas formas de armazenamento de energia. Ele, no entanto, tem um espaço limitado para armazenar combustíveis e, por isso, quase toda a gordura sintetizada é lançada no sangue sob a forma de lipoproteínas, que serão estudadas posteriormente. O glicogênio se armazena a uma concentração máxima de 10% do peso do órgão e é transformado de volta em glicose, quando diminuir a quanti¬dade de glicídios da alimentação.

O SNC hunto com os eritrócitos, é o tecido mais tipicamente gastador de glicose que conhecemos. Aliás, em situação normal, ele não usa outra coisa. E só queima, possuindo uma capacidade de armazenagem, praticamente, igual a zero.4

O tecido muscular já ocupa fisiologicamente uma posição intermediária entre fígado e SNC. Ele é um excelente gastador de glicose, podendo também armazena-la como glicogênio. Numa situação de emergência, este glicogênio se toma fonte de glicose e, portanto de energia para o próprio músculo.4

Já o tecido adiposo é caracteristicamente um local de depósito, e depósito de gordura. Os adipócitos não se destinam a outra coisa: guardar energia sob a forma de gordura e liberá-la para o sangue no momento em que escasseia o consumo de alimentos.4

Ver representação esquemática dos processos de digestão, absorção e destinação tecidual dos glicídios ingeridos no anexo 2.

Embora seja óbvio, é bom destacar que, quando a glicose vai entrando no plasma sangüíneo, todos os tecidos cumprem suas funções específicas ao mesmo tempo, como as peças de um motor submetidas ao mesmo combustível. E, para isto, cada um usa a glicose como sabe.4

2.2. A curva glicêmica4

Ao longo do dia, o nível sangüíneo de glicose costuma baixar e subir um pouco. Já foi muitas vezes medido que, ao acordar pela manhã, este nível, que chamamos de glicemia, está abaixo do normal. Depois da primeira refeição, ele está acima deste normal, que é de mais ou menos 100 mg por decilitro (100 mg/dl).4

Este sobe-e-desce da glicemia vinculado ao volume de alimentos glicídicos ingeridos chamamos de curva glicêmica (anexo 3). 4

Atendo-nos apenas ao caso da glicose absorvida, como conseqüência de uma refeição contendo carboidratos a figura do tópico anterior mostra que toda ela é oferecida diretamente

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