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GÊNERO, RAÇA/ETNIA E SAÚDE: INTERFACES DOS SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM

Artigo: GÊNERO, RAÇA/ETNIA E SAÚDE: INTERFACES DOS SABERES E PRÁTICAS DA ENFERMAGEM. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/3/2014  •  2.795 Palavras (12 Páginas)  •  650 Visualizações

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Enfa. Maria das Graças Lima

Em nome da BEMFAM, agradecemos o convite da comissão de temas da

72ª Semana Brasileira de Enfermagem e da 42ª Jornada Maranhense de Enfermagem

promovidas pela ABEN-MA. A escolha deste tema expressa o compromisso político,

cultural e científico da ABEN-MA com a categoria de enfermagem. Compartilhar desta

mesa com o ²Prof. Doutor Raimundo Augusto Martins Torres é um privilégio e a

certeza plena do enriquecimento do debate.

Para abordar sobre, raça/etnia e saúde, é necessário fazer algumas

considerações sobre as assimetrias econômicas, exclusões e vulnerabilidades que

aprofundam as desigualdades em um país que a ³taxa de analfabetismo em mulheres

negras é o dobro das brancas, o salário inicial pago aos homens em 2010 foi, em média,

R$ 113,3 maior que o vencimento pago às mulheres no ato da admissão no emprego.

Outro fator que leva às relações de gênero desiguais é a reprodução dos

estereótipos no nosso cotidiano, que limitam o desenvolvimento pleno tanto de

mulheres quanto de homens, tendem a aprofundar outras desigualdades, estabelece uma

discriminação de classe, raça, religião, idade, orientação sexual, deficiência, etc.

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Em uma perspectiva dos direitos humanos, a saúde é reconhecida como

o conjunto de condições integrais e coletivas de existência, influenciado por fatores

políticos, culturais, socioeconômicos e ambientais. Nesse sentido é impossível deixar de

considerar o avanço inegável da instituição da saúde como direito de todos (as) e dever

¹Enfermeira especialista em auditoria, planejamento em saúde pela Universidade Estácio de Sá - Laboro,Coordenadora Estadual do

Programa de Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva da BEMFAM no Estado do Maranhão.

²Professor doutor em educação brasileira pela Universidade Federal do Ceará – UFC. Docente do quadro efetivo da Universidade

Estadual do Ceará – UECE.

³Perspectiva da Eqüidade no Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal-MS eCadastro Geral de Empregados

e Desempregados (Caged),

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Saúde da População Negra no Brasil- Contribuições para promoção da equidade – Ministério da Saúde/Fundação Nacional de Sa

.Organizado pelos profs. Edgar Merchan Hamann e Pedro Luiz Tauil; coordenado pelo Departamento de Saúde Coletiva da

Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília e patrocínio do Ministério da Saúde e, junho de 2000.

www.saude.gov.br/sps/menu.htm#

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do Estado (artigo 196 da Constituição Federal), entretanto, a garantia legal ao acesso e

igualitário às ações e aos serviços de saúde não tem assegurado aos negros e indígena so

mesmo nível, qualidade de atenção e perfil de saúde apresentado pelos brancos.

Indígenas, negros e brancos ocupam lugares desiguais nas redes sociais e trazem

consigo experiências também desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer.

Estudo realizado por Leal e col (2005), revela que mulheres que não

tiveram acesso a anestesia durante o parto vaginal foi maior entre as negras em

maternidades do Rio de Janeiro.

5.Segundo Alves e Barbosa (2), concentra-se no Brasil “a maior população

negra (englobando pretos e pardos) fora da África e a segunda do mundo, superada

apenas pela da Nigéria.” Mais de 40% da população brasileira corresponde a afrodescendentes. Em geral, esta fração da população, do ponto de vista econômico e social,

é mais pobre e menos instruída que o restante da população brasileira. Entre os afrodescendentes, apenas 2% recebem mais de dez salários mínimos mensais (2). Grande

parte vive na periferia de centros urbanos, com moradias inadequadas, baixa cobertura

de saneamento básico, proporção elevada de analfabetismo, pouca qualificação

profissional e pouca perspectiva de ascensão social. É uma população marginalizada,

discriminada socialmente e mais vulnerável à violência e a doenças.

É possível, portanto, que, o ponto de vista das doenças com forte

determinação genética, a população brasileira afro-descendente possa manifestá-las com

características próprias, no entanto, as doenças ligadas à pobreza, como desnutrição,

verminoses, gastroenterites, tuberculose e outras infecções, alcoolismo, etc., são mais

incidentes na população negra e não por razões étnicas. O acesso a serviços de saúde é

mais difícil e o uso de meios diagnósticos e terapêuticos é mais precário, produzindo,

em geral, evolução e prognóstico piores para as doenças que afetam negros no Brasil.

A mortalidade proporcional segundo idade (em anos) e raça/cor - Brasil,

2005,

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