Herpes 1 E 2
Monografias: Herpes 1 E 2. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ejbneto • 3/6/2013 • 4.206 Palavras (17 Páginas) • 1.252 Visualizações
1. INTRODUÇÃO
O herpes é uma doença infectocontagiosa crônica e, às vezes, recorrente. Por ser benigna na maioria das vezes, a medicina não se preocupava muito em estudar essa doença, mas a importância de se aprofundar nesse estudo tem aumentado nos últimos anos, conforme esclarece LUPI (2000, p. 261-262) quando diz:
A moléstia ganhou um novo e especial destaque com o advento da AIDS e com o aumento do número de indivíduos imunodeprimidos, pois as manifestações clínicas tornaram-se atípicas e inusitadas. Outro fato importante, nesse contexto, foi o surgimento de novas opções de drogas anti-herpéticas e das modernas técnicas de imunoprofilaxia envolvendo a biologia molecular. Assim sendo, o herpes simples passou a ser um dos campos da Medicina de maior evolução na última década (LUPI, 2000, p.261-262).
Neste trabalho iremos tratar de vários aspectos dessa doença, desde sua conceituação, epidemiologia, meios de transmissão, qual o tratamento indicado, suas principais manifestações clínicas, qual o papel da enfermagem neste contexto, entre outros assuntos relacionados a essa moléstia que atinge mais de 50% da população adulta do mundo.
2. CONCEITO
Herpes é uma doença infecciosa muito contagiosa, recorrente, geralmente benigna, causada por dois vírus da família dos Herpesviridae: Herpes simplex vírus 1 (HSV-1) e Herpes simplex vírus 2 (HSV-2).
Sobre os principais aspectos dessa doença, Oliveira, et al., (2001) esclarece:
É característica destes vírus infectar algumas células de forma lítica causando lesão (com destruição da célula) como nos epitélios (células da pele e das mucosas) e outras de forma latente (sem atividade destrutiva) como em neurônios (células do sistema nervoso) de onde são reativados (por fatores vários como exposição ao sol, febre, período menstrual, traumatismo, stress, uso de determinados medicamentos ou situações de redução da resistência física) voltando a infectar de forma lítica as células sensíveis causando nova doença. Os intervalos das recaídas são de espaçamento variado, acredita-se que estes vírus permaneçam em nosso organismo por toda a vida (OLIVEIRA, et al, 2001).
Dois quadros diferentes desta moléstia foram identificados: o herpes simples labial, cujo principal agente é o HSV do tipo 1 (HSV-1), e o herpes simples genital, geralmente ocasionado pelo HSV-2.
O herpes labial, segundo Brunner & Studdarth (2012) consis¬te em grumos de vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa nos lábios. Um sintoma de queimação ou formigamento com dor pode surgir até 24 horas antes do aparecimento das vesículas. A exposição prolongada à luz do sol ou o aumento de es¬tresse, podem causar episódios recorrentes.
Já sobre o herpes genital, Brunner & Studdarth (2012) esclarecem:
As lesões aparecem como vesículas agrupadas sobre uma base eritematosa, envolvendo, a princípio, a vagina, o reto ou o pênis. Novas lesões podem continuar a surgir por 7 a 14 dias. As lesões são simétricas e, em geral, provocam linfadenopatia regional. Febre e sintomas semelhantes a gripe são comuns. As recorrências típicas começam com um pródromo de queimação, formigamento ou prurido cerca de 24 horas antes do aparecimento das vesículas. Quando as vesí¬culas se rompem, as erosões e as ulcerações começam a aparecer. As infecções graves podem provocar erosões extensas do canal vaginal ou anal (BRUNNER & STUDDARTH 2012, p. 1657).
Embora o Herpes seja uma doença sem cura definitiva, os portadores dela podem levar uma vida praticamente normal, porque os sintomas só aparecem de tempos em tempos e às vezes nem voltam a surgir.
3. EPIDEMIOLOGIA
Segundo Lupi (2000, p. 263), o HSV produz pandemia sem precedentes, disseminando-se por todo o mundo. Estudos soro epidemiológicos confirmam que mais de 90% da população, em geral na quarta década de vida, possui anticorpos séricos contra pelo menos uma das cepas do HSV.
Sobre as diferentes prevalências do HSV-1 e do HSV-2, o mesmo autor acrescenta:
A prevalência para o HSV-1 oscila de 70%, na maioria dos países europeus, até 95%, na América Central, África e Ásia. Observa-se prevalência de 86% na população da cidade do Rio de Janeiro, em estudo de 1998. As menores prevalências situam-se no Japão (48%) e nos países escandinavos.
A prevalência do HSV-2 nos diversos países é bastante diferente, sendo maior nos EUA (13-52%) do que na Europa (10-27%) e bastante alta na África (30-40%). Austrália (14-40%) e Formosa (14%) apresentam taxas semelhantes às observadas nos países ocidentais mais desenvolvidos. As mais altas prevalências para o HSV-2 ocorrem em Ruanda (33,3%), no Zaire (40,8%) e no Haiti (54%). O extremo Oriente caracteriza-se por prevalências mais baixas (2-7%) (LUPI, 2000, p. 264).
De acordo com trabalho sobre o Herpes realizado por um grupo de alunos do Colégio São Bento do Rio de Janeiro (S/D, p. 24) a maior incidência do HSV-1 por faixa etária é entre 3 meses e três anos de idade. Esse mesmo trabalho complementa:
Na adolescência a incidência é de 62% do HSV-1 e, em algumas regiões, 90% das pessoas estão contaminadas com um dos dois tipos do herpes-vírus, embora só um em cada dez infectados manifeste a doença (nos outros, o vírus fica inativo). É na faixa entre 20 e 30 anos que ocorre o maior número de manifestações clínicas do vírus do herpes genital (HSV-2). Isso se deve ao fato de essa faixa etária ter uma vida sexual mais ativa. (HERPES, S/D, p. 25-26).
Pelos dados epidemiológicos pode-se perceber que o Herpes é uma doença de distribuição universal. De acordo com o guia de bolso sobre Doenças Infecciosas e Parasitárias do Ministério da Saúde, 50 a 90% da população mundial dos adultos tem anticorpos circulantes sobre HSV-1 e 20 a 30% contra HSV-2. (MS, 2010, p.254)
4. TRANSMISSÃO
Somente o ser humano é atacado pelo vírus do herpes. Os dois tipos de vírus (HSV-1 e HSV-2) são transmitidos de formas diferentes.
A transmissão do herpes labial geralmente causado pelo HSV-1, conforme explica Pinheiro (2012) se dá pelo contato entre pessoas, através da saliva, perdigotos, pele ou lábios do paciente contaminado, principalmente
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