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Hidropsia Fetal

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Por:   •  19/6/2014  •  2.582 Palavras (11 Páginas)  •  605 Visualizações

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HIDROPSIA FETAL

Jefferson G. Resende / Paulo R. Margotto

A hidropsia é definida como excesso de líquidos em duas ou mais áreas corporais, como tórax, abdômen ou a pele. Ocorre em 1/1500 a 4000 partos.

A - HIDROPSIA FETAL ISOIMUNE

Identificação do feto de risco para hidropsia

A equipe médica e de enfermagem, bem como o Banco de Sangue, deve estar avisada, sempre que possível e com antecedência, do nascimento de um RN isoimunizado.

Na identificação do feto de risco para Hidropsia, são consideradas condições pelo obstetra segundo Bowman.

1- História prévia de RN afetados:

(O risco de uma subseqüente morte fetal por hidropsia é, no mínimo 90%)

2- Títulos de anticorpos maternos: Coombs indireto.

1/16 10% Risco de

hidropsia

1/32 25% fetal antes do

1/64 50% termo

Havendo historia precedente de hidropsia ou severa eritroblastose que requereu exssangüíneotransfusão, considerar títulos baixos como 1/4 ou 1/8.

3- Espectrofotometria do líquido Amniótico:

É o meio seguro e digno de confiança para predizer a gravidade e o progresso da hemólise fetal. Somente usando os títulos de anticorpos Rh e a história materna podem-se predizer com certeza os fetos severamente afetados em apenas 62%.

Não somente a incompatibilidade Rh, como também a incompatibilidade ABO, pode causar hidropsia fetal, especialmente em pacientes com o tipo O ou com história prévia de incompatibilidade ABO no RN. A incompatibilidade ABO raramente resulta em doença neonatal severa por várias razões, entre as quais: células outras, além dos eritrócitos fetais possuem antígenos A e B, provendo sítios adicionais de ligação com o anticorpo; muitos anticorpos anti-A e anti-B são do tipo IgM e não cruzam a placenta, mas alguns pacientes com o tipo O podem produzir preferencialmente auto-anticorpos anti-A e anti-B do tipo IgG que cruzam a placenta.

Clínica:

A apresentação habitual é anemia, edema e sinais hipóxicos ao nascimento.

Alterações esperadas em maior ou menor intensidade, dependendo do caso:

1 - O mais freqüente é que o volume circulatório esteja dentro do habitual para a idade gestacional (70 a 79 ml/Kg); é raro que seja maior ou menor.

2 - Todos os bebês tem hipoalbuminemia (devido a uma redução da capacidade de síntese do fígado, secundária à distorção do cordão de células hepáticas pela hemólise e aumento do parênquima hepático pelas ilhotas de eritropoese), levando a baixa pressão coloidosmótica, que pode explicar a hidropsia.

Este fato tem implicações terapêuticas importantes, pois a infusão de plasma ou sangue total, aumentando esta pressão coloidosmótica aumentará muito o volume circulante por transferência do líquido do extra para o intracelular, piorando a insuficiência cardíaca geralmente preexistente, podendo o RN morrer rapidamente

3 – Pressão Venosa Central (PVC) - Não reflete somente o volume sanguíneo circulante, reflete, também, a resistência arterial pulmonar e a função do ventrículo direito. A asfixia deve ser evitada a todo custo, pois a hipoxia, hipercapnia e acidose, além da anemia já existente, agravará todo o quadro de hipoxia tecidual e de hipertensão pulmonar; além disso, piorará ou precipitará a insuficiência cardíaca iminente.

4 - É esperada alta incidência de Doença da Membrana Hialina.

5 - O óbito se dá, geralmente, por progressiva insuficiência cardíaca e respiratória. A mortalidade relatada na literatura varia de 50 a 90%.

Exames Laboratoriais

Exames laboratoriais (que podem ser realizados em sangue de cordão): Tipagem e Coombs direto, série vermelha, bilirrubinas, proteínas totais e frações. Eletroforese de hemoglobina, sorologias para toxoplasmose, citomegalia, rubéola, doença de Chagas, sífilis, cariótipo e pesquisa de lupus materno, podem ser necessário em casos de hidropsia não imune. Pedir histopatológico da placenta.

Diagnóstico diferencial com hidropsia não imune:

Alguns dados:

HIDROPSIA IMUNE HIDROPSIA NÃO IMUNE

Não primigesta Pode ser primigesta

Mãe Rh negativo Pode ser positivo

Coombs indireto positivo Pode ser negativo

Filhos anteriores com história de exssangüíneotransfusão, icterícia ou mesmo hidropsia Sem relato de filhos anteriores com icterícia

Sem malformações Presença de malformações

Hepatoesplenomegalia Pode não ocorrer

Tratamento

Deve ser imediato e intensivo, visando corrigir a hipoxia, acidose, hipoglicemia e anemia.

Ventilação Mecânica - é freqüentemente necessária, pois, além da asfixia e da acidose intraparto que por si só já poderão impor a ventilação mecânica, é freqüente a ocorrência de Doença da Membrana Hialina, edema pulmonar e derrame pleural (hidrotórax). Ascite muito intensa, pode promover restrição à expansão torácica e impor paracentese. Adequada oxigenação e ventilação pode requerer maiores parâmetros ventilatórios (FR :40 - 60/min. - PIM: 25 - 30 cm H2O PEEP: 4 a 6 cm H2O)

- Exssangüíneotransfusão(ET): a normalização da Hb e do Htc deverá ser alcançada inicialmente por uma ET parcial usando-se concentrado de hemácias (40 ml/kg- tipo O, Rh negativo não perigoso). O objetivo é obter um Htc o mais satisfatório

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