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INFLAMAÇÕES ESPECÍFICAS OU GRANULOMATOSAS

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Por:   •  15/10/2014  •  1.994 Palavras (8 Páginas)  •  628 Visualizações

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INFLAMAÇÕES ESPECÍFICAS OU GRANULOMATOSAS

A inflamação granulomatosa, ou inflamação crônica específica, é uma apresentação distinta de inflamação crônica, apresentada em casos de agentes agressores difíceis de serem erradicados. Ela é caracterizada pela formação de granulomas, que nada mais são do que uma aglomeração de células de defesa na tentativa de conter o agente agressor. Ocorrem quando os elementos da reação se dispõem formando acúmulos nodulares de limites mais ou menos precisos e chamados de granulomas. As células predominantes são macrófagos e o processo é pouco vascularizado.

O QUE É GRANULOMA

Hiperplasia focal, avascular, do sitema mononuclear macrofágico, como resposta a agentes agressores de baixa virulência. São compostos fundamentalmente por macrófagos ou pela fusão destas células - as chamadas células gigantes ou multinucleadas. Essas células estão com quantidade aumentada ("hiperplasia") e restritas a uma local ('focal"). Não existem vasos na estrutura do granuloma, somente em sua periferia (daí o termo "avascular"). Linfócitos em grande quantidade e granulócitos escassos fazem parte também de sua constituição. Por fim, os agentes agressores são de baixa virulência, isto é, possuem poucas propriedades de agressão ao tecido (por exemplo, produção de toxinas), mas de alta patogenicidade, isto é, provocam ampla resposta no tecido.

A formação dos granulomas segue um padrão de defesa inflamatório em que se distinguem respostas de hipersensibilidade (imunológica). Inicialmente, há a proliferação de macrófagos, na tentativa de fagocitar o agente; essas células maturam e podem adquirir um padrão semelhante a célula epitelial, passando a chamar célula epitelóide; podem ainda se fusionar, originando as células gigantes multinucleadas. Essas células ocupam, inicialmente, a porção central do granuloma. Na periferia, são observados linfócitos do tipo T, os quais caracterizam uma resposta de hipersensibilidade tardia; acredita-se que modulem a resposta dos macrófagos. Mais na periferia ainda proliferam fibroblastos e vasos sangüíneos, os primeiros para dar suporte a estrutura granulomatosa e os segundos, para nutri-la. Com o passar do tempo e o crescimento de granuloma, sua porção central pode sofrer necrose caseosa, devido a carência nutricional. Forma-se, então, um centro necrótico.

Existem classificações para os granulomas utilizando critérios anatômicos e morfológicos, de etiologia (envolvendo a causa do processo) ou de patogenia (envolvendo os mecanismos de origem). Podem ser difusos e focais, conforme se distribuam pelos limites agredidos;simples e compostos, quando apresentam apenas macrófagos ou macrófagos associados a células gigantes, respectivamente;complexos (ou tuberculóides), quando se considera um padrão de granuloma composto, associado aos fenômenos de defesa imunitária do paciente; imunitários e não-imunitários, em que se mede principalmente o padrão de manutenção da estrutura granulomatosa a partir de elementos de defesa imune, como linfócitos; assim, diz-se que são imunitários os granulomas em que há diminuição do agente agressor; contudo, isso não garante que o granuloma seja resolvido; ao contrário, em muitas situações, os mecanismos de defesa imune contra o agente podem provocar maior destruição tecidual, aumentando o foco de necrose e contribuindo para a manutenção da estrutura inflamatória; supurativos ou não-supurativos, quando exibem pus, causado principalmente por bactérias piogênicas de baixa virulência.

CARACTERÍSTICAS MACROSCÓPICAS E MICROSCÓPICAS

Os granulomas se caracterizam pela presença de uma agregação de macrófagos morfologicamente alterados, eosinofílicos, adquirindo formato achatado e com os limites intercelulares pouco evidentes, sendo assim chamados de celulas epitelioides. Muitas vezes as células epitelioides se fundem formando células gigantes de corpo estranho ou células gigantes de Langhans. Essas células multinucleadas diferenciam-se pela disposição de seus núcleos no citoplasma. Enquanto células de Langhans apresentam núcleos dispostos perifericamente, as de corpo estranho têm seus núcleos desorganizados. O agregado de macrófagos é rodeado por um anel de leucócitos mononucleados – linfócitos em sua maioria. Nos casos de granulomas mais velhos, evidencia-se a formação de uma camada fibrosa mais externa, composta por fibroblastos e tecido conjuntivo.

TUBERCULOSE

É uma infecção crônica granulomatosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, um bacilo álcool ácido resistente (BAAR). Este microrganismo instala-se preferencialmente no ápice do pulmão onde a pressão de O2 é maior. No tecido afetado ocorre a formação de granulomas, agregados microscópicos de macrófagos que estão transformados em células de aparência epitelial circundado por leucócitos. Estas células epitelióides podem se fundir formando a célula gigante de Langhans ou multinucleada. Os granulomas podem ser de corpo estranho ou imunológicos, sendo que na tuberculose pulmonar formam-se granulomas do tipo imunológicos também chamados de tubérculo.

Na tuberculose primária, os pacientes são assintomáticos e as lesões sofrem fibrose e calcificação. Já na secundária, que representa uma reativação de uma infecção antiga, as lesões são maiores. Histologicamente observam-se os granulomas imunológicos e áreas de necrose caseosa. O termo caseoso origina-se da aparência macroscópica (branco e semelhante a queijo) da área de necrose. Diferentemente da necrose coagulativa, a arquitetura tecidual não é mantida. Para identificação do microrganismo recorre-se à coloração de Ziehl-Nielsen.

HANSENÍASE

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo Mycobasterium leprae, um bacilo Gram-positivo e álcool-ácido-resistente (BAAR). Esse bacilo também possui um caráter lipídico, que leva a sua visualização negativa em coloração HE. A Hanseníase pode se manifestar de várias formas, variando de indivíduo e no decorrer do desenvolvimento da doença.

A Hanseníase Virchowiana, revela macrófagos incapazes de destruir os bacilos, permitindo sua multiplicação citoplasmática. A epiderme mostra-se atrófica e retificada na maioria dos casos, tendo faixa de derme subjacente desprovida de infiltrado inflamatório, denominado de faixa de Unna. Na derme, encontram-se grandes grupamentos de macrófagos de citoplasma abundante e vacuolado, estendendo-se à hipoderme. Há grande número de bacilos íntegros, isolados ou em globias, no interior

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