Macacos Quem são? E O Que Querem
Trabalho Escolar: Macacos Quem são? E O Que Querem. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: magnanimo • 13/5/2014 • 4.897 Palavras (20 Páginas) • 935 Visualizações
Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem
Friedrich Engels
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas Assim é,
com efeito, ao lado da natureza, encarregada de fornecer os materiais que ele
converte em riqueza. O trabalho, porém, é muitíssimo mais do que isso. É a
condição básica e fundamental de toda a vida humana. E em tal grau que, até
certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o próprio homem. Há
multas centenas de milhares de anos, numa época, ainda não estabelecida em
definitivo, daquele período do desenvolvimento da Terra que os geólogos
denominam terciário provavelmente em fins desse período, vivia em algum
lugar da zona tropical - talvez em um extenso continente hoje desaparecido
nas profundezas do Oceano Índico - uma raça de macacos antropomorfos
extraordinariamente desenvolvida. Darwin nos deu uma descrição aproximada
desses nossos antepassados. Eram totalmente cobertos de pelo, tinham barba,
orelhas pontiagudas, viviam nas árvores e formavam manadas.
É de supor que, como conseqüência direta de seu gênero de vida, devido
ao qual as mãos, ao trepar, tinham que desempenhar funções distintas das dos
pés, esses macacos foram-se acostumando a prescindir de suas mãos ao
caminhar pelo chão e começaram a adotar cada vez mais uma posição erecta.
Foi o passo decisivo para a transição do macaco ao homem.
Todos os macacos antropomorfos que existem hoje podem permanecer em
posição erecta e caminhar apoiando-se unicamente sobre seus pés; mas o
fazem só em casos de extrema necessidade e, além disso, com enorme
lentidão. Caminham habitualmente em atitude semi-erecta, e sua marcha
inclui o uso das mãos. A maioria desses macacos apóiam no solo os dedos e,
encolhendo as pernas, fazem avançar o corpo por entre os seus largos braços,
como um paralítico que caminha com muletas. Em geral, podemos ainda hoje
observar entre os macacos todas as formas de transição entre a marcha a
quatro patas e a marcha em posição erecta.
Mas para nenhum deles a posição erecta vai além de um recurso
circunstancial. E posto que a posição erecta havia de ser para os nossos
peludos antepassados primeiro uma norma, e logo uma necessidade, daí se
depreende que naquele período as mãos tinham que executar funções cada vez
mais variadas. Mesmo entre os macacos existe já certa divisão de funções
entre os pés e as mãos. Como assinalamos acima, enquanto trepavam as mãos
eram utilizadas de maneira diferente que os pés. As mãos servem
fundamentalmente para recolher e sustentar os alimentos, como o fazem já
alguns mamíferos inferiores com suas patas dianteiras. Certos macacos
recorrem às mãos para construir ninhos nas árvores; e alguns, como o
chimpanzé, chegam a construir telhados entre os ramos, para defender-se das
inclemências do tempo. A mão lhes serve para empunhar garrotes, com os
quais se defendem de seus inimigos, ou para os bombardear com frutos e
pedras. Quando se encontram prisioneiros realizam com as mãos vá rias
operações que copiam dos homens. Mas aqui precisamente é que se percebe
quanto é grande a distância que se para a mão primitiva dos macacos,
inclusive os antropóides mais superiores, da mão do homem, aperfeiçoada
pelo trabalho durante centenas de milhares de anos. O número e a disposição
geral dos ossos e dos músculos são os mesmos no macaco e no homem, mas a
mão do selvagem mais primitivo é capaz de executar centenas de operações
que não podem ser realizadas pela mão de nenhum macaco. Nenhuma mão
simiesca construiu jamais um machado de pedra, por mais tosco que fosse.
Por isso, as funções, para as quais nossos antepassados foram adaptando
pouco a pouco suas mãos durante os muitos milhares de anos em que se
prolongam o período de transição do macaco ao homem, só puderam ser, a
princípio, funções sumamente simples. Os selvagens mais primitivos,
inclusive aqueles nos quais se pode presumir o retorno a um estado mais
próximo da animalidade com uma degeneração física simultânea, são muito
superiores àqueles seres do período de transição. Antes de a primeira lasca de
sílex ter sido transformada em machado pela mão do homem, deve ter sido
transcorrido um período ; e tempo tão largo que, em comparação com ele, o
período histórico por nós conhecido torna-se insignificante. Mas havia sido
dado o passo decisivo: a mão era livre e podia agora adquirir cada vez mais
destreza e habilidade; e essa maior flexibilidade adquirida transmitia-se por
herança e aumentava de geração em geração.
Vemos,
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