O Seminário de Imunologia I – Sono e Inflamação
Por: Julimar21 • 17/10/2021 • Seminário • 891 Palavras (4 Páginas) • 124 Visualizações
Seminário de Imunologia I – Sono e Inflamação
Do mesmo modo que a duração do sono está associada com mudanças nos níveis de marcadores bioquímicos de inflamação, chamados citocinas, a inflamação pode ser o fator que faz com que dormir pouco ou além da conta, afete a saúde, aumentando os riscos de diversas doenças
A inflamação pode regular o sono por 4 mecanismos ou vias distintas, que estarão conectadas com o Sistema Nervoso Central, enviando sinais pró-inflamatórios da periferia do corpo ou encéfalo, para o centro. Essas vias podem ser: neurais, humorais, celulares e pelo transporte entre barreira hematoencefálica:
Mecanismos Neurais: Citocinas, como Interleucina 1 e os PAMP’s, atuam no Nervo Vago, que já estudamos muito em anatomia. O Vago, então, vai projetar-se, enviando essas informações de inflamação para áreas do cérebro que regulam o sono, como o trato solitário, núcleos do hipotálamo e a amígdala... não aquela que fica na boca, e sim aquela que estudamos em neurofisio.
Barreira Hematoencefálica: A barreira hematoencefálica transporta ativamente múltiplas moléculas imunomoduladoras para dentro e para fora do SNC, em um processo coordenado e distinto da difusão passiva. Os ciclos circadianos e do sono modulam os mecanismos de transporte ativo da Barreira Hematoencefálica, além da função, que é alterada pela infecção e pela idade, o que provavelmente contribui para o transporte ativo de iL-1, iL-6 e o fator de necrose tumoral para o cérebro. Alterações nos padrões de sono nessas condições aumentam ainda mais o transporte de mediadores inflamatórios através da Barreira.
Mecanismos Humorais: As células do tipo macrófago que se encontram no SNC, quando ativadas por PAMPs, produzem citocinas inflamatórias como a IL-1, que podem entrar no cérebro por difusão de volume.
Mecanismos Celulares: Quando as células imunes, tipicamente monócitos, são ativadas, elas podem trafegar para a vasculatura do cérebro. Os sinais inflamatórios estimulam a produção de MCP1 (proteína quimiotática de monócitos), pela micróglia, atraindo mais monócitos. Aumenta a inflamação.
- Por sua vez (após a chegada dos sinais pró-inflamatórios POR AQUELAS VIAS), as atividades dos principais sistemas de Neurotransmissores que modulam o comportamento (como noradrenalina, dopamina e serotonina) DIMINUEM, levando a respostas fisiológicas (como febre), mudanças de comportamento (como retração social) e mudanças no padrão do sono, agindo nas áreas que falei antes... amígdala, núcleos do hipotálamo e trato solitário.
- É interessante que, esses comportamentos de doença podem ter função evolutiva adaptativa, reduzindo o contato social para limitar a propagação da infecção por uma bactéria ou vírus.
Há diferenças entre como o corpo irá reagir, seja por uma infecção viral ou bacteriana. Por exemplo:
A infecção devido a patógenos virais altera a arquitetura do sono, levando a aumentos na continuidade e duração do sono NREM. Por exemplo, em camundongos, a exposição ao vírus influenza induz aumentos no sono NREM, mas leva a reduções no sono REM. Essas alterações podem persistir por três ou mais dias.
Rinovírus: diminui as medidas objetivas do sono. É o mais comum entre os agentes virais associados a infecções no trato respiratório superior, sendo reconhecido como o principal patógeno causador de resfriado comum.
As infecções bacterianas induzem alterações no padrão do sono que são caracterizadas inicialmente por aumentos no sono NREM, mas depois por uma diminuição no sono NREM. Essa resposta bifásica do sono parece depender da natureza e da cronicidade exposição a patógenos e a magnitude relacionada da resposta inflamatória. Por exemplo, em coelhos, infecções bacterianas induzem aumentos, seguidos por diminuições, no sono NREM, enquanto o sono REM diminui ao longo do curso da infecção.
Resumindo
Mediadores inflamatórios: aumentam o tempo total de sono e sua eficiência para com o sistema imunológico.
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