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O TRICHONOMA VAGINALIS

Por:   •  29/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  860 Palavras (4 Páginas)  •  312 Visualizações

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TRICHONOMA VAGINALIS

INTRODUÇÃO

A tricomoníase é uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis no trato gênito-urinário da mulher e do homem. É o tipo mais frequente de vulvovaginite na mulher adulta.

Coube a Alfred Donné, na França, em 1836, a descoberta do agente etiológico.

Mais de 100 espécies do gênero Trichomonas já foram descritas, contudo três delas foram isoladas no homem: o T tenax, na cavidade oral, o T hominis, no tubo digestivo, e o T vaginalis, no trato gênito-urinário. Não é relatado patogenicidade pelas duas primeiras espécies.

MORFOLOGIA

O Trichomonas vaginalis é um protozoário cosmopolita, anaeróbio, provido de grande mobilidade, devido a seus quatro flagelos e uma membrana ondulante anterolateral. Tem uma estrutura que percorre todo seu corpo, sendo proeminente na parte posterior. Sua forma é ovalada, medindo em média 15gm, sendo pouco maior do que um leucócito. O núcleo, também oval, está localizado próximo aos flagelos. Não possui mitocôndrias, alimentando-se por fagocitose e osmose. Sua multiplicação é por divisão binária, crescendo bem em meio úmido, pH de 4,9 a 7,5 à temperatura de 35 a 37 0 C.

FORMAS DE TRANSMIÇÃO

A via de transmissão principal é o contato sexual.

O ser humano é vetor e hospedeiro único e obrigatório do T vaginalis, funcionando a mulher como reservatório. Em casos de infecção crônica, o homem também atua como reservatório.

É possível, em condições especiais, a transmissão por meio de banheiros públicos, saunas, toalhas de banho, material para exame ginecológico indevidamente esterilizado, contudo estes casos são estatisticamente desprezíveis.

CICLO DE VIDA

A multiplicação, como em todos os tricomonadídeos, se dá por divisão binária longitudinal, e a divisão nuclear é do tipo criptopleuromitótica, sendo o cariótipo constituído por seis cromossomos. Contrariando o que ocorre na maioria dos protozoários, não há formação de cistos. O parasito tem como habitat a vagina, bem como a uretra e a próstata do homem. É transmitido durante o ato sexual e através de fômites, já que o protozoário pode sobreviver durante horas em uma gota de secreção vaginal ou na água. O trofozoíto alimenta-se de açúcares em anaerobiose e produz ácidos que irritam a mucosa vaginal. Os sintomas aparecem entre três e nove dias após o contato com o parasito.

MANIFESTAÇÃO CLINICA

No homem — Na quase totalidade dos casos é assintomático, mas alguns apresentam quadro clínico típico de uma uretrite não gonocócica acrescido de prurido no meato uretral ou sensação de fisgadas na uretra.

Complicações como prostatite, vesiculite e epididimite podem ocorrer, tendo como agravante maior a oligosperma, determinante, por vezes, de esterilidade conjugal.

Na mulher — A ausência de sintomas ocorre com frequência nas mulheres infectadas de tricomonas. Entretanto como estas são capazes de transmitir a doença e a maioria apresentarão manifestações clínicas, devem ser tratadas.

Na fase aguda, é característico corrimento vaginal abundante, amarelo-esverdeado ou cinzento, espumoso, com odor acre associado a edema e hiperemia da mucosa vulvovaginal e cervical. Este eritema toma aspecto de framboesa e representa uma colpite multifocal. O prurido vaginal é frequente. A disúria elou polaciúria podem coexistir, bem como a dispareunia.

Na forma crônica, que representa a maior parte dos casos, todos os sinais e sintomas anteriormente descritos diminuem de intensidade e são bem tolerados pela paciente. O exame clínico revela leve ou moderado eritema vulvovaginal, com pouca secreção branco-amarelada, que pode ter bolhas e odor acre. O aspecto de mucosa em framboesa desaparece. O desconforto à micção e a dispareunia quase não são relatados. Frequentemente, há exacerbação do quadro periodicamente.

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