Os Idosos e Colapso de Memoria
Por: Patrick Anderson • 6/10/2022 • Dissertação • 1.365 Palavras (6 Páginas) • 107 Visualizações
Com o passar dos anos, diversos pesquisadores estenderão suas atenções ao processo de envelhecimento da população, buscando entender através de uma visão social e biológica. Esses estudos são importantes, visto que a população denominada “terceira idade” vem naturalmente aumentando de maneira muito mais rápida quando comparada a população jovem (SCHIRRMAHER, 2005). Esse aumento da população idosa (pessoas com 60 anos ou mais) é algo que deve ser tratado com bastante atenção, pois se a população idosa era de aproximadamente 4,2% em 1950, atualmente esse número se estendeu de forma impressionante, pois estima-se que para 2022 a população idosa representa por volta de 14% do total de brasileiros. Importante ressaltar que que no cenário atual aos idosos tem aumentado cada vez mais a -expectativa de vida, cada vez mais aumentou o numero de idosos com mais de 80 anos, dessa forma mostra que a população esta cada vez mais longeva (CAMARANO ET AL, 2005).
O envelhecimento da população é reflexo da ocorrência de alguns fenômenos como a redução da mortalidade, ao aumento na expectativa de vida dos idosos, a contribuição da medicina, onde cada vez mais ocorrem melhorias que auxiliam na saúde e as condições de vida que nitidamente melhoraram com o passar dos anos (NERI,2001, p.22)
Vale ressaltar que há uma diferença quando falamos de envelhecimento e velhice, visto que as atribuições de ambos estão intimamente relacionadas, a velhice é considerada como um momento da vida que o o homem passará, já os envelhecimentos estão diretamente associados ao processo que ocorre em seu organismo durante a sua vida (PAPALÉO NETTO, 2006).
A velhice consiste no momento da vida do indivíduo onde acontecem manifestações somáticas, ou seja, se dá pela diminuição em sua capacidade funcional, se nota a redução no seu rendimento em trabalho, mudanças em sua aparência física, perca de resistência, solidão, e alterações gradativamente em suas coordenações motoras e afetivas (PAPALÉO NETTO, 2006).
Ao falarmos de envelhecimento não há um consenso sobre o que se resume, porém podemos conceituar algumas condições das quais são fundamentalmente relacionadas a mudanças que decorrem da idade: devem ser deletérias, ou seja, reduzir a funcionalidade do indivíduo, assim ocorre a perca da capacidade biológica e emocional em resolver questões advindas pelo processo de envelhecimento. Devem acontecer de forma progressivas, cada vez mais desenvolve problemas quais relacionam-se a entrada na fase do envelhecimento. Importante que ocorre sem a influência de fatores ambientas, portanto devem ser intrínsecas. E também devem ser universais, todos os seres das espécies devem apresentar essas mudanças gradativas com o passar dos anos (JECKEL-NETO e CUNHA, 2006).
NERI (2001, p30) deduz quais são os tipos de envelhecimento, sendo eles o patológico e o normal, onde o patológico consistem nas ocorrências de doenças funcionais, descontinuação do desenvolvimento são recorrentes do envelhecimento patológico. Já o envelhecimento normalmente se dá através de alterações comuns e inevitáveis do envelhecimento
É importante relatar o conceito de velhice bem sucedida, levando em conta que esse processo ocorre com o devido equilíbrio entre as limitações e potencialidades do idoso. Freire (2000) destaca que o envelhecimento bem sucedido retrata a capacidade em se adaptar frente aos desafios biológicos, mentais quais são resultados do processo do envelhecimento (FREIRE, 2000).
O processo do envelhecimento pode acontecer de modo que o indivíduo perceba alterações em suas capacidades tanto físicas quanto cognitivas, quais podem ser decorrentes das suas características e hábitos adquiridos durante a vida. Com tudo não ficam evidenciado que houve mudanças em todas suas funções cognitivas, algumas atividades são mais perceptíveis que outras, como as que exigem do idoso agilidade e raciocínio. As quais comprometem diretamente a memória do indivíduo, tema que será abordado a seguir (ARGIMON e STEIN, 2005, p64).
Designada como a função de aquisição, armazenar e recuperar fatos dos quais já ocorreram em algum momento da vida, a memória se apresenta com função essencial no papel do ser humano, definindo a sua personalidade, dessa forma ao ter um colapso de memória automaticamente o indivíduo está perdendo também toda a sua história de vida (IZQUIERDO, 2002, p.9).
A memória do homem esta diretamente associada a todo aprendizado e experiências vividas durante a sua vida, visto que a retenção das memorias e recuperação de todas informações quais foram adquiridas se dão através das experiencias e aprendizados, estas são resultados da aquisição de memorias (GAZZANIGA; IVRY: MANGUN, 2006; IZQUIERDO, 1989)
Com cada vez mais o avanço das medicinas que são responsáveis pelos estudos do campo da neurociências, houve alteração no termo ‘memória’, onde passou a ser chamado de ‘memorias’ (plural), pois cada vez foi se descobrindo diversos tipos de memória. Dessa forma ressalta-se que a capacidade cognitiva ocorre em diversas áreas do sistema neurológico (IZQUIERDO, 1989).
Para Izquierdo (2002) a memória se reparte em três processos: codificação, onde se entende como o responsável por processar informações que serão armazenadas pela primeira vez; o armazenamento, que como o próprio nome já diz, é o que irá reter as informações e também manterá a conservação da mesma; e a evocação, onde entendesse que ocorre a recuperação do que foi armazenado. A falha que acontece durante o processo de recuperação é chamada de esquecimento, o qual pode ocorrer de várias maneiras, sendo as mais tradicionais: a extinção, considerada o abandono de uma resposta; repressão, uma forma de evitar a recuperação de uma memória causadora de desconforto; e o esquecimento real, que consiste no desaparecimento das informações que foram adquiridas (Izquierdo, 2002).
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