PATOGENIA DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DO DENGUE
Dissertações: PATOGENIA DAS INFECÇÕES PELOS VÍRUS DO DENGUE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: wmiguelsilva • 27/11/2014 • 802 Palavras (4 Páginas) • 517 Visualizações
Após serem inoculados através da picada do
mosquito, os vírus do dengue fazem uma primeira
replicação em células musculares estriadas, lisas e
fibroblastos, bem como em linfonodos locais. Seguindo
tal multiplicação, tem início viremia, disseminando-se
por todo o organismo. Os vírus podem circular
livres, no plasma ou no interior de monócitos/
macrófagos(1). Sabe-se que os vírus do dengue têm
tropismo por essas células fagocitárias, as quais são
os maiores sítios de replicação viral(2, 3).
Os sintomas gerais do dengue com febre e
mal-estar surgem após período de incubação de dois
(2) a sete (7) dias, coincidindo com a viremia. Esses
sintomas relacionam-se a níveis séricos elevados de
citocinas liberadas por macrófagos ao interagirem com
linfócitos T (LT) helper ativados. Observam-se altos
teores séricos de interleucina-2 (IL-2) e de seu receptor
solúvel, de CD4 solúvel, interferon-γ (IFN-
γ), interferon-α (IFN-α) que se mantêm elevado até a
convalescença, fator de necrose tumoral-α (TNF-α),
interleucina 1 β (IL-1β) e o fator de ativação de plaquetas
(PAF). A leucopenia e a discreta e transitória
depressão medular que se apresentam nesses casos,
também, relacionam-se aos altos teores de citocinas
macrofágicas. As mialgias são conseqüentes, em parte,
à multiplicação viral no próprio tecido muscular e
são acometidos, inclusive músculos oculomotores,
sendo responsáveis pela cefaléia retroorbitária que
muitos pacientes apresentam(1, 2, 3).
A febre do dengue, nas formas indiferenciada e
clássica é autolimitada e o desaparecimento da doen-
ça coincide com o aparecimento de vigorosa resposta
imune (1). Os anticorpos, principalmente os que se ligam
a epítopos da proteína E, promovem lise do envelope
ou bloqueio de seus receptores com conseqüente
neutralização viral. A proteína E, localizada nas espículas
do envelope dos vírus do dengue, é fundamental
para a ligação viral ao receptor de membrana e
possui os mais importantes domínios antigênicos desses
microorganismos. Os epítopos da proteína E definem
a produção de anticorpos específicos para o tipo
viral e para o gênero dengue e podem ser detectados16
LTM Figueiredo
Nos pacientes com dengue, a resposta humoral,
produzida por plasmócitos resultantes da ativação de
linfócitos B costuma ser vigorosa. Os anticorpos IgM
específicos são detectáveis a partir do quarto (4º) dia,
após o início dos sintomas, atingindo os níveis mais
elevados por volta do sétimo (7º) ou oitavo (8º) dia e
declinando lentamente, passando a não ser detectáveis
após alguns meses. As IgG específicas são observadas,
em níveis baixos, a partir do quarto (4º) dia após
o início dos sintomas, elevam-se gradualmente, atingindo
altos teores em duas (2) semanas e mantêm-se
detectáveis por vários anos, conferindo imunidade
contra o tipo infectante, provavelmente, por toda a
vida(9). Anticorpos obtidos durante infecção por um
tipo de dengue, também, protegem da infecção por
outros tipos, entretanto, tal imunidade é mais curta,
com duração de meses ou poucos anos. Infecções por
dengue, em indivíduos que já tiveram contato com
outros sorotipos do vírus ou, mesmo, outros Flavivirus
(como os vacinados contra a febre amarela), podem
alterar o perfil da resposta imune, que passa a ser do
tipo anamnéstico ou de infecção secundária (reinfec-
ção), com baixa produção de IgM e liberação intensa
e precoce de IgG(10).
A resposta imune celular citotóxica por LT
ocorre sob estímulo das proteínas NS1, NS3 e E dos
vírus do dengue(2,5). LT helper atuam na presença das
células infectadas com dengue que expressam receptores
HLA tipo II, produzindo IFNγ, IL-2 e o fator
estimulador
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