Resgate Fauna

Afugentamento

Resgate na Supressão Vegetacional

Resgate na Inundação

Para o resgate desse empreendimento adotaremos a premissa que apenas quando confirmada a impossibilidade de determinado animal se locomover ou se dispersar por seus próprios meios é que utilizaremos o resgate.

O motivo pelo qual escolhemos tal procedimento é devido principalmente por muitos animais entrarem em estresse e sofrerem frente às ações de captura e transporte, e até mesmo aos próprios procedimentos de soltura. Apenas não utilizaremos o afugentamento no caso de animais encontrados em ilhas. Nestes casos os animais serão resgatados.

Será implantado um Centro de Apoio Veterinário próximo ao empreendimento para atendimento de emergência de espécimes resgatados nessa área. Se o animal precisar de cuidados especiais ele será encaminhado ao Centro de Triagem e receberá o tratamento adequado.

A fisionomia paisagística que envolve a área de influência direta do empreendimento é basicamente formada por pequenos fragmentos de florestas secundárias e áreas de cultivo agrícola, o que resultou na redução dos habitats e limitação da área de uso da fauna silvestre. Desta forma o que se encontra hoje é um fragmento significativo e uma vegetação ciliar bastante suprimida devido ao processo de colonização da região, voltado principalmente para agricultura e pecuária.

Nesse caso será necessário ter muito cuidado no caso de afugentamento, pois a introdução de espécimes em uma nova área também fragmentada poderá causar impactos tanto para o animal introduzido, quanto para os já presentes na área, além do cuidado especial no destino de espécies territorialistas de forma a evitar conflitos (recursos ) com a fauna já presente na área de destino.

Programa

O programa a seguir visa mitigar os impactos que serão causados em decorrência do empreendimento. Tendo em vista tais impactos sobre a fauna e com o objetivo de executar técnicas de afugentamento, resgate na supressão vegetal e resgate na inundação, seguem as atividades descritas abaixo;

Afugentamento da fauna

O enfoque principal do programa deverá ser o afugentamento da fauna das áreas de risco. Para tanto, devem ser feitas rondas sistemáticas na área de supressão, visando o afugentamento dos animais para as áreas de mata que permanecerão intactas.

O manejo indireto deverá ser realizado através de técnicas de afugentamento da fauna residente, que consiste basicamente no correto desmatamento da vegetação da área a ser inundada, visando o afugentamento gradual da fauna com as perturbações geradas pelas atividades de desmatamento, que deverão ser conduzidas conforme alguns critérios, sempre acompanhado por um responsável com conhecimento em fauna que deverá estar presente durante todo o trabalhado do desmatamento e limpeza da área.

O desmatamento deverá avançar gradativamente, primeiramente nas áreas mais elevadas, até alcançar a área de inundação, evitando sempre as residências existentes, objetivando afugentar a fauna, direcionando-a a refúgios existentes nas proximidades da área de inundação. A área do reservatório deverá ser completamente “limpa”, não permitindo que fique nenhum tipo de vegetação que possa abrigar qualquer tipo de fauna. Mamíferos e alguns repteis possuem rápido deslocamento , mas a maioria dos ofídios apresentam deslocamento relativamente lento, sendo esperado que estes animais sejam encontrados durante o desmatamento, sendo que serão objetos do manejo direto (captura).

Após as rondas de afugentamento, deverá ser realizada a supressão das espécies vegetais constituintes do sub-bosque da floresta. Esta etapa dos trabalhos permite a descaracterização do ambiente e auxilia no afugentamento dos animais.

Durante a supressão do sub-bosque a equipe de fauna fará buscas cautelosas a fim de identificar ninhos, tocas e abrigos. Estes locais deverão ser marcados para que, em caso de necessidade, sejam adotadas medidas de resgate da fauna que permanece no local de supressão da vegetação.

Supressão de Vegetação

A área de implantação do empreendimento é delimitada por bairros, rodovia e cursos d’água. Assim sendo, as rotas de fuga para a fauna serão reduzidas e por esta razão, espera-se que diversos animais permaneçam na área de supressão, necessitando, portanto, de procedimentos de resgate.

Estes animais serão retirados da área, avaliados clinicamente e caso apresentem-se saudáveis serão soltos imediatamente em área adequada previamente selecionada. Caso os animais estejam debilitados, será dada toda assistência veterinária que se fizer necessária, sendo soltos em seguida. Na impossibilidade de soltura, os animais serão encaminhados para uma instituição com maior infraestrutura onde poderão receber o tratamento necessário, sendo em seguida reintroduzidos na natureza ou encaminhados para cativeiro.

As atividades de resgate da fauna ocorrerão durante todo o período de supressão de vegetação, tanto nas áreas de obras (implantação do canteiro, área da barragem , etc. ) quanto na área do futuro reservatório. As áreas a serem suprimidas serão preliminarmente visitadas para reconhecimento, identificação de locais que apresentam maior probabilidade de necessidade de resgate da fauna, como pela presença de ninhos e espécies arborícolas que poderão sofrer maiores problemas durante a supressão.

Cada frente de supressão de vegetação será acompanhada por uma frente de resgate, composta por um biólogo e dois assistentes, a qual contará com todo o material necessário à eventual captura de animais e com um rádio comunicador.

Como já informado, será seguida a premissa de que resgates de animais apenas serão feitos em último caso, quando comprovada a impossibilidade do animal se deslocar por seus próprios meios. Assim, no caso de visualização de algum animal, esforços deverão ser feitos de modo a possibilitar que ele se disperse para outro local.

No caso específico das ilhas que serão parcialmente ou totalmente submersas, será realizado esforço das equipes de campo em resgatar todos os animais avistados durante as atividades de supressão de vegetação. Em casos em que seja verificada a necessidade de sedação de algum animal para sua captura, será acionado o veterinário do Centro de Triagem ou Centro de Apoio.

A supressão da vegetação das espécies arbóreas deve ser feita gradativamente a tempo