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Seminário Entomologia

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Por:   •  20/4/2014  •  1.652 Palavras (7 Páginas)  •  402 Visualizações

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ENSAIO

m a r ç o d e 2 0 0 8 • C I Ê N C I A H O J E • 6 3

CIÊNCIA FORENSE Polícia técnica tem novas ‘armas’ para investigar crimes e preparar laudos periciais

Leonardo Gomes

Laboratório de Eco-epidemiologia de Doença de Chagas,

Fundação Oswaldo Cruz

Fechando o cerco

A ciência forense – que se tornou profissão legalizada

no início do século 20 e se popularizou na

década de 1990 com o advento da análise de DNA

– sempre atraiu a atenção do grande público. São

exemplos de sucesso o detetive Sherlock Holmes,

criado pelo escritor inglês Arthur Conan Doyle, a série

televisiva Quincy, de Jack Klugman, ou os atuais

programas de investigação criminal na tevê. Hoje várias

séries criminais, entre elas Crime Scene Investigation

(CSI), estão na lista dos 20 programas de televisão

mais vistos no mundo.

O lado positivo de tudo isso é que o público passou

a respeitar mais a ciência, o que se reflete, por

exemplo, na procura por cursos de ciência forense.

O número de alunos matriculados na Universidade

Chaminade, em Honolulu, passou de 15 para 100 em

quatro anos. Na Universidade da Virgínia Ocidental,

o curso de ciência forense e investigativa, que em

2000 tinha apenas quatro alunos, é hoje o terceiro

maior do campus, com mais de 500 alunos. No Brasil

o número de estudantes na área também tem

crescido.

Enquanto nos Estados Unidos a polícia se preocupa

em corresponder às expectativas dos programas

nacionais de investigação forense, no Brasil ainda

há, em algumas regiões, um longo caminho a percorrer

em busca dos padrões internacionais de qualidade

para a ciência forense. As análises de DNA exemplificam

bem esse quadro. Para obter os níveis de

segurança dos exames feitos em laboratórios de referência

no exterior, é preciso estabelecer rígidos

padrões de qualidade, entre eles calibração periódica

de equipamentos, coleta apropriada de material e

estabelecimento de procedimentos que minimizem

a chance de troca de amostras.

Além disso, novas áreas de pesquisa na ciência

forense estão longe de ser exploradas no Brasil e em

outros países em desenvolvimento. Uma delas é a

entomologia forense, que envolve o estudo de insetos

para auxiliar as investigações criminais, principalmente

em casos de morte violenta.

Quando moscas-varejeiras, por exemplo, encontram

um cadáver, em geral aí depositam ovos, dos

quais em pouco tempo eclodem larvas (algumas espécies

põem larvas já eclodidas). As larvas alimentam-

se dos tecidos em decomposição até atingir a

fase de pupa. Portanto, podem ser tomadas como uma

espécie de ‘relógio biológico’ indireto, capaz de indicar

o tempo transcorrido entre a morte e a descoberta

do cadáver, chamado de ‘intervalo pós-morte’.

A estimativa desse intervalo baseia-se na comparação

de dados sobre o desenvolvimento de insetos

obtidos em análises laboratoriais do material (ovos,

larvas, pupas e adultos de diferentes espécies) coletado

no corpo ou próximo dele.

Larvas de

diferentes

ordens de

insetos.

A identificação

das espécies é

fundamental

na entomologia

forense

ADAPTADO DE CHU & CUTKOMP. HOW TO KNOW THE IMMATURE INSECTS. USA: WCB, 1992.

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Mas as informações obtidas a partir do exame de insetos recolhidos em cadáveres permitem outras aplicações de interesse, além da estimativa do intervalo pós-morte. A identificação de espécies pode indicar que o corpo foi afastado do local original do crime, caso uma espécie não ocorra naturalmente na área onde o cadáver foi achado. Se muitas larvas forem encontradas em outra região do corpo, além das cavidades naturais, isso pode indicar algum tipo de traumatismo, possivelmente causado por armas. Com base nos insetos coletados, também é possível saber se o corpo esteve enterrado ou submerso por determinado tempo.

Nos Estados Unidos, no Canadá e em vários países europeus, a entomologia forense já é utilizada com freqüência em investigações criminais. Entre nós, uma tentativa de torná-la mais divulgada e aceita foi a criação, em março de 2007, da Associação Brasileira

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