Seminário Entomologia
Pesquisas Acadêmicas: Seminário Entomologia. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: fulano13456789 • 20/4/2014 • 1.652 Palavras (7 Páginas) • 384 Visualizações
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CIÊNCIA FORENSE Polícia técnica tem novas ‘armas’ para investigar crimes e preparar laudos periciais
Leonardo Gomes
Laboratório de Eco-epidemiologia de Doença de Chagas,
Fundação Oswaldo Cruz
Fechando o cerco
A ciência forense – que se tornou profissão legalizada
no início do século 20 e se popularizou na
década de 1990 com o advento da análise de DNA
– sempre atraiu a atenção do grande público. São
exemplos de sucesso o detetive Sherlock Holmes,
criado pelo escritor inglês Arthur Conan Doyle, a série
televisiva Quincy, de Jack Klugman, ou os atuais
programas de investigação criminal na tevê. Hoje várias
séries criminais, entre elas Crime Scene Investigation
(CSI), estão na lista dos 20 programas de televisão
mais vistos no mundo.
O lado positivo de tudo isso é que o público passou
a respeitar mais a ciência, o que se reflete, por
exemplo, na procura por cursos de ciência forense.
O número de alunos matriculados na Universidade
Chaminade, em Honolulu, passou de 15 para 100 em
quatro anos. Na Universidade da Virgínia Ocidental,
o curso de ciência forense e investigativa, que em
2000 tinha apenas quatro alunos, é hoje o terceiro
maior do campus, com mais de 500 alunos. No Brasil
o número de estudantes na área também tem
crescido.
Enquanto nos Estados Unidos a polícia se preocupa
em corresponder às expectativas dos programas
nacionais de investigação forense, no Brasil ainda
há, em algumas regiões, um longo caminho a percorrer
em busca dos padrões internacionais de qualidade
para a ciência forense. As análises de DNA exemplificam
bem esse quadro. Para obter os níveis de
segurança dos exames feitos em laboratórios de referência
no exterior, é preciso estabelecer rígidos
padrões de qualidade, entre eles calibração periódica
de equipamentos, coleta apropriada de material e
estabelecimento de procedimentos que minimizem
a chance de troca de amostras.
Além disso, novas áreas de pesquisa na ciência
forense estão longe de ser exploradas no Brasil e em
outros países em desenvolvimento. Uma delas é a
entomologia forense, que envolve o estudo de insetos
para auxiliar as investigações criminais, principalmente
em casos de morte violenta.
Quando moscas-varejeiras, por exemplo, encontram
um cadáver, em geral aí depositam ovos, dos
quais em pouco tempo eclodem larvas (algumas espécies
põem larvas já eclodidas). As larvas alimentam-
se dos tecidos em decomposição até atingir a
fase de pupa. Portanto, podem ser tomadas como uma
espécie de ‘relógio biológico’ indireto, capaz de indicar
o tempo transcorrido entre a morte e a descoberta
do cadáver, chamado de ‘intervalo pós-morte’.
A estimativa desse intervalo baseia-se na comparação
de dados sobre o desenvolvimento de insetos
obtidos em análises laboratoriais do material (ovos,
larvas, pupas e adultos de diferentes espécies) coletado
no corpo ou próximo dele.
Larvas de
diferentes
ordens de
insetos.
A identificação
das espécies é
fundamental
na entomologia
forense
ADAPTADO DE CHU & CUTKOMP. HOW TO KNOW THE IMMATURE INSECTS. USA: WCB, 1992.
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Mas as informações obtidas a partir do exame de insetos recolhidos em cadáveres permitem outras aplicações de interesse, além da estimativa do intervalo pós-morte. A identificação de espécies pode indicar que o corpo foi afastado do local original do crime, caso uma espécie não ocorra naturalmente na área onde o cadáver foi achado. Se muitas larvas forem encontradas em outra região do corpo, além das cavidades naturais, isso pode indicar algum tipo de traumatismo, possivelmente causado por armas. Com base nos insetos coletados, também é possível saber se o corpo esteve enterrado ou submerso por determinado tempo.
Nos Estados Unidos, no Canadá e em vários países europeus, a entomologia forense já é utilizada com freqüência em investigações criminais. Entre nós, uma tentativa de torná-la mais divulgada e aceita foi a criação, em março de 2007, da Associação Brasileira
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