Trabalho de Citopatologia

Trabalho de Citopatologia

Israel Batista de Souza.

O câncer do colo do útero é um dos tumores malignos que mais atingem as mulheres, ocupa o segundo lugar em incidência e mortalidade, perdendo apenas para o câncer de mama.

A baixa eficiência nos programas de prevenção faz com que os países em desenvolvimento apontem com a alta incidência de câncer do colo uterino.

O exame de Papanicolau é o padrão ouro utilizado nos programas de detecção do câncer do colo do útero. No Brasil, o Ministério da Saúde determina que o exame seja realizado prioritariamente em mulheres com idade entre 25 a 64 anos.

Há evidências laboratoriais que existe uma ligação entre o HPV e o câncer anogenital. Os tumores mais frequentes compreendem o câncer cervical, vulvar, vaginal, de pênis e ânus. No câncer de colo, a prevalência de infecção pelo HPV varia entre 75% e 100%.

O risco de uma mulher contrair o vírus do HPV no decorrer da sua  vida é de 79%.

Existem mais de 150 tipos de HPV, mas somente, cerca de 30 tipos estejam ligados ao risco do câncer endocervical.

O vírus do HPV apresenta dupla hélice de DNA em sua estrutura genética, e sua replicação se dá no interior do núcleo da célula do hospedeiro. Seus vírions consistem de um genoma fechado, circular, representado por duas aspirais de DNA, no qual o genoma é contido por um capsídeo externo de proteína viral.

O HPV assim como outros vírus é incapaz de replicar independentemente o seu próprio DNA. Assim, para completar o seu ciclo de vida, o HPV depende do metabolismo das células hospedeiras infectadas. Durante o contato sexual através das microfissuras da mucosa, o vírus penetra na zona de transformação do colo, infectando inicialmente as células basais ou as células de reserva (que podem se diferenciar em epitélio escamoso ou glandular). O vírus, ao penetrar na célula, perde o seu capsídeo e é transportado para o núcleo onde permanece inicialmente no estado epissomal

O ácido desoxirribonucleico (DNA) viral dentro da célula do hospedeiro pode assumir duas formas: epissomal e integrada. O HPV tem como alvo as células basais de epitélios escamosos, em particular da área genital, onde está associado ao carcinoma da cérvice uterina

Existem exames mais sensíveis e específicos na detecção das infecções pelo HPV, são os testes moleculares, incluindo várias técnicas que detectam o DNA ou RNA do vírus. O teste de “captura híbrida” é o mais difundido no nosso meio devido a sua praticidade e efetividade. Além de detectar o DNA do vírus, identifica o grupo ao qual ele pertence (baixo risco ou alto risco) e estabelece a carga viral.

No Brasil, existem campanhas de vacinação contra o HPV, embora não seja eficaz contra todos os tipos do vírus, são indicadas para mulheres com idade de 9 a 26 anos.

Com o conhecimento da história natural do câncer de colo, entendeu-se que as alterações citológicas casadas pelo HPV são parte das lesões precursoras, justificando-se a sua inclusão pelo Sistema Bethesda no grupo das lesões de baixo grau.

Os sintomas macroscópicos associados a câncer do colo compreendem sangramento vaginal anormal, dor com irradiação para a região sacral, fraqueza, perda de peso, edema dos membros inferiores, dor retal e hematúria. Macroscopicamente, carcinomas escamosos queratinizantes tendem a formar lesões exofíticas, polipoides.