Tétano aleatório

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE- ICS

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE

FACULDADE DE MEDICINA

Tétano Acidental

GETRO DA SILVA RÊGO FILHO

JOSÉ HEITOR

LUCAS PARK HAN

LUIS EDUARDO BARROS

SOTERO G. S. NETTO II

VINICIUS PINHEIRO DA SILVA

BELÉM- PA

2014

GETRO DA SILVA RÊGO FILHO

JOSÉ HEITOR

LUCAS PARK HAN

LUIS EDUARDO BARROS

SOTERO G. S. NETTO II

VINICIUS PINHEIRO DA SILVA

Tétano Acidental

Trabalho referente ao Módulo Atenção Integral à Saúde do quarto semestre do curso de medicina da Universidade Federal do Pará, utilizado como recurso avaliativo.

BELÉM- PA

2014

Sumário

1. Introdução 4

2. Desenvolvimento 6

2.1 Sinais e sintomas

2.2 Riscos ao trabalhador 8

2.3 Profilaxia no ambiente de trabalho....................................................................6

2.4 Vacinação ..........................................................................................................6

2.5 Tratamento ........................................................................................................6

4. Conclusão 10

5. Referências Bibliográficas 11

6. ANEXO...................................................................................................................

1. Introdução

Em 1809, Sir Charles Bell, fundador da neurologia clínica, descrevia em um de seus estudos, um homem apresentando um estado de distensão, acompanhado por postura anormal, na qual a cabeça, pescoço e coluna vertebral do indivíduo formavam uma posição de arco côncavo para trás. Esse achado representa uma condição clínica denominada opistótono, que é uma possível complicação do tétano devido aos espasmos dos músculos axiais ao longo da coluna vertebral.

Antes disso, por volta de 460- 374 a.C., Hipócrates já descrevera o seguinte relato: " O capitão de um grande navio esmagou o dedo indicador de sua mão direita com a âncora. Sete dias depois apareceu uma secreção fétida, depois problemas com a língua, queixava-se de que não podia falar adequadamente. Foi diagnosticado tétano. Suas mandíbulas ficaram presas, os dentes travados e depois os sintomas se estenderam para o pescoço. No terceiro dia apareceram opistótonos acompanhados de sudorese. Seis dias após o diagnóstico ele morreu."

O tétano é uma doença infecciosa aguda, não contagiosa, causada pela bactéria Clostridium tetani, bacilo Gram-positivo anaeróbio (TAVARES, 1973; BRASIL, 2009), podendo ser classificada como em acidental e neonatal. O tétano acidental é forma mais frequente, a infecção ocorre por ferimentos superficiais ou profundos, desde que haja introdução de esporos em uma solução de continuidade associado à condições favoráveis para desenvolver a doença, como tecidos desvitalizados, corpos estranhos e ambiente anaeróbio (GUIMARÃES, 2005). Já o tétano neonatal apresenta o pior prognóstico, acometendo recém-nascidos de 2 a 28 dias de vida, filhos de mães não imunizadas, cujo a contaminação pode ocorrer no momento do parto por ocasião do corte do cordão umbilical com instrumentos contaminados, ou após o parto (BRASIL, 2014).

O risco de se contrair a doença ocorre durante do manuseio de materiais contaminados com os esporos do bacilo tetânico. A deposição dos esporos na pele, contudo, não é suficiente para contrair a doença. É necessário a ocorrência de tecido necrótico, de uma infecção piogênica para germinar os esporos e a produção da toxina tetanoespasmina, uma neurotoxina, comumente chamada de toxina tetânica (ROWLAND, 1997). Além desta, o Clostridium tetani também produz a tetanolisina, acredita-se que ela atua danificando o tecido sadio ao redor da ferida e diminui o potencial de oxirredução, permitindo o crescimento de microrganismos anaeróbios (LISBOA et al, 2011).

A sintomatologia característica do tétano resulta da ação da tetanoespasmina, e pode variar de acordo com o tipo e a localização das células afetadas. Na junção pré-sináptica, a toxina provoca liberação de acetilcolina, inibição da colinesterase e diminui a liberação de glicina e GABA, que são neurotransmissores inibitórios. O resultado disto é a hiperexcitabilidade nervosa que causa hipertonia, hiperreflexia e espasmos musculares (FERNANDES, 1984).

A partir da segunda semana o paciente pode desenvolver uma síndrome característica da disfunção autonômica, caracterizada por hipertensão lábil (alternância entre níveis pressóricos normais e elevados), taquicardia, arritmia, vasoconstrição periférica, suores, febre e algumas vezes hipotensão e bradicardia, sugerindo alteração do sistema nervoso simpático e parassimpático (BLECK e BRAUNER, 2004).

A maioria dos casos tétano ocorre entre os 25 e 54 anos de idade, faixa etária em que se encontra a população economicamente ativa, sendo a maior incidência no sexo masculino, indicando que a doença pode estar relacionada com a atividade desempenhada pelos homens durante o trabalho. Estudos corroboram esta tese ao mostrar que os profissionais mais susceptíveis à infecção são agricultores, pedreiros e trabalhadores de serviço de limpeza, ocupações predominantemente masculinas (BRASIL, 2009;