Ética E Humanização
Pesquisas Acadêmicas: Ética E Humanização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jonatn • 31/5/2014 • 1.293 Palavras (6 Páginas) • 1.752 Visualizações
Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE /CBPR
CAPÍTULO 1
A ÉTICA E HUMANIZAÇÃO NO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
1. Ética
Toda pessoa é dotada de uma consciência moral que a faz distinguir entre o certo e
o errado, entre o bem e o mal, capacitando-a a avaliar suas ações no contexto a que é solicitado,
ou seja, é capaz de nortear suas atitudes pela ética, a qual pode-se dizer é um
conjunto de valores, que se tornam deveres em determinadas culturas ou grupos, sendo
expressos em ações.
A ética é, normalmente, uma norma de cunho moral que obriga a conduta de uma
determinada pessoa, sob pena de sanção específica, mas pode também regulamentar o
comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo, bombeiros, policiais,
médicos, enfermeiros, etc. A partir deste momento, estamos nos referindo à ética profissional,
mais conhecida como deontologia, que caracteriza-se como conjunto de normas
ou princípios que têm por fim orientar as relações profissionais entre pares, destes com os
cidadãos, com sua guarnição de serviço, com as instituições a que servem, entre outros.
Como a sua margem de aplicação é limitada ao círculo profissional, faz com que estas
normas sejam mais específicas e objetivas, gerando o advento dos Códigos de Ética elaborados
por associações de classe, como, por exemplo, o Código de Ética Médica Brasileiro.
No caso do Corpo de Bombeiros do Paraná, o Decreto Estadual nº 5.075/98 (Regulamento
de Ética Profissional dos Militares Estaduais do Paraná), prescreve em seu artigo
5º, que a “... deontologia militar é constituída pelo elenco de valores e deveres éticos, traduzidos
em normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão militar
atinja plenamente os ideais de realização do bem comum, através da preservação da ordem
pública.” Assim como a atividade do médico e do enfermeiro possuem codificações
próprias, o bombeiro militar também tem sua conduta pesada em Código próprio, que o
obriga a prestar seu serviço de atendimento pré-hospitalar calcado em valores e deveres
militares, não menos importantes, que o dos códigos dos profissionais de saúde.
Ao longo do Curso de Socorristas, são ensinadas normas técnicas que indicam
fórmulas do fazer, que são apenas meios de capacitação, levando o homem a atingir resultados.
Todavia a técnica não deve perder sua correlação natural com as normas éticas,
que atenuam o sofrimento da vítima e humanizam o atendimento.
O socorrista deve saber equilibrar os dois pratos da balança que formam seu caráter
profissional: o lado técnico e o lado emocional. Caso haja uma prevalência de qualquer
um dos lados, o atendimento pode ser comprometido tanto pelo lado humano, quan-
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Ética e Humanização
to pelo lado científico. O bombeiro militar que tenha completo domínio do atendimento
pré-hospitalar, mas que não tenha o discernimento necessário para atuar com atenção especial
nos casos que assim requeiram, não possui o caráter ético-profissional para ser socorrista.
O mesmo se aplica àquele que possua um equilíbrio emocional e não saiba as
técnicas pré-hospitalares.
Para um atendimento pré-hospitalar satisfatório o socorrista deve possuir, além do
equilíbrio emocional e da competência técnico-científica, uma competência ética, fundamental
para a humanização do serviço.
A competência ética no atendimento pré-hospitalar é formada por quatro vertentes
de relacionamento, sendo elas:
● Socorrista e outros militares;
● Socorrista e profissionais de saúde;
● Socorrista e vítima;
● Socorrista e parentes/conhecidos/outros envolvidos.
As relações dos socorristas com outros militares e profissionais de saúde não trazem
muitos problemas, pois a formação militar facilita o relacionamento. Resta-nos analisar
e fundamentar os princípios para um relacionamento ético entre bombeiros e vítimas,
e bombeiros e parentes/conhecidos/outros envolvidos no trauma. Estes dois tipos de relacionamentos
estão baseados em três princípios fundamentais:
● Respeito à pessoa;
● Solidariedade;
● Sentimento do dever cumprido.
Tendo por base estas três premissas, o socorrista saberá pautar suas atitudes e
considerar as alterações emocionais decorrentes do trauma. Não se deixará influenciar
pela conduta social da vítima incorrendo num julgamento errôneo (fará um atendimento
imparcial), atentará para os cuidados com a exposição da vítima, terá atenção especial
com crianças, e terá a seriedade como base para uma postura profissional que se espera.
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