Óxido Nitroso Na Odontologia Uma Revisão De Literatura
Artigos Científicos: Óxido Nitroso Na Odontologia Uma Revisão De Literatura. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: SINTIQUECOSTA • 28/9/2014 • 1.341 Palavras (6 Páginas) • 655 Visualizações
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Histórico do N2O
Segundo Amarante et al (2004) foi descoberto no sé¬culo XVIII, em 1772, por Joseph Priestley, o gás de N2O (óxido nitroso). O N2O nesta época era aplicado aos doentes para males que variavam desde a tuberculose até doenças gástricas.
Em 1800 Humphrey Davy, que era químico e físico, publicou um compêndio, Researches, Chemical and Philosophical; Chiefly concerning Nitrous Oxide, após uma diminuição significativa no sintoma doloroso de uma pericoronarite pela inalação de N2O. Desta forma ela documentou sua profética constatação: “considerando que o N2O, dentre seus vários efeitos, parece ser capaz de aplacar a dor física, ele pode provavelmente ser utilizado com vantagens em atos cirúrgicos onde não ocorra grande perda de volume sangüíneo”.
Em 1844 o cirurgião dentista Horace Wells percebeu, durante uma apresentação recreativa, as propriedades sedativas do N2O. Ele decidiu submeter-se à extração de um molar após inalação de uma grande quantidade do gás de N2O, após a cirurgia ele proferiu a famosa frase: “... não senti mais que a espetada de um alfinete. Inicia-se uma nova era na extração dentária!”, Amarante et al (2004).
Em 1862 Joseph T. Clover introduziu O2 (oxigênio) ao N2O numa proporção de 80% de N2O para 20% de O2, assim ele criou uma mistura com a finalidade de tornar a analgesia por N2O mais segura e agradável, Arnez et al (2011).
Guerreira e Carvalho (2003) relatam que há cerca de 20 anos, o N2O era considerado como um gás extremamente nocivo, tóxico e altamente reativo com O2 e água.
O N2O possui propriedades analgésicas, amnésicas e hilariantes não sendo considerado um anestésico completo e não é hipnótico, Costa e Saraiva (2002).
O Brasil começou a empregar o uso da sedação consciente ou analgesia inalatória pelo N2O em 1937. Entretanto, esta técnica de analgesia expandiu-se somente a partir da década de 1990 quando alguns profissionais brasileiros começaram a buscar mais conhecimento no exterior e trouxeram a técnica ao país Lorenz et al (2009).
4.1.1 Absorção e distribuição do gás de N2O/O2 sua interação com os tecidos do corpo humano
O N2O é um gás inalatório inorgânico, incolor, inerte, benigno, inodoro, não irritante para os tecidos e que tem pequena influência sobre as funções vitais, Becker e Rosenberg (2008).
Duarte et al (2012) completa que o gás inalatório de N2O possui uma estrutura simples e linear, em fase gasosa (temperatura e pressão ambiente) sendo apresenta estável e possui baixa potência anestésica. Sua inalação é feita em uma pressão próxima de 0,7 Atm para atingir o efeito de inconsciência.
O N2O tem o mais rápido efeito dentre os agentes de inalação porque é transportado livremente transportado no sangue, não sofrendo combinação com a hemoglobina, também não sofre biotransformação sendo eliminado pela expiração. O N2O também possui baixa solubilidade que permite sua rapida remoção do tecido sanguineo, Becker e Rosenberg (2008).
O N2O funciona como um mensageiro neuronial podendo atuar como um hormônio ou um neurotransmissor com diferentes funções tanto no SNC (Sistema Nervoso Central) como no SNP (Sistema Nervoso Periférico).
O N2O não é armazenado em vesículas nem liberado por exocitose sendo sintetizado de acordo com a demanda. É um gás lábil que pode difundir-se por membranas de células pré e pós-simpáticas, Salum et al 2008.
Segundo Lorenz et al (2009) o pico de ação do N2O é atingido em torno de três a cinco minutos, e os primeiros sintomas aparecem em menos de um minuto, a criança tem a capacidade de manter seus próprios reflexos protetores, responde as sugestões, mantêm sua boca aberta e é cooperativa durante todo o tratamento.
Arnez et al (2011) relata que o N2O apresenta propriedades depres¬soras do sistema nervoso central (SNC) e produz efeitos de anestesia, cujos efeitos estão associados à total inconsciência do paciente. A atuação do N2O no sistema ner-voso central ainda é desconhecida, contudo sabe-se que este gás promove leve depressão do córtex cerebral sem deprimir o centro res¬piratório, mantendo o reflexo laríngeo e agin¬do, desta forma, de maneira diferente dos BZD que atuam ao nível do tronco encefálico.
Segundo Oliveira et al (2003) o óxido nitroso é o único agente por inalação capaz de promover os requisitos básicos para sedar, mantendo ao mesmo tempo a consciência. Ele é utilizado em associação com o oxigênio, formando uma combinação chamada protóxido de nitrogênio, com pequeno efeito depressor sobre o SNC (Sistema Nervoso Central). O oxigênio promove uma melhor ventilação pulmonar e difusão alveolar. Além disso, diminui a irritação das mucosas provocada pelo óxido nitroso, ainda afirma que a inalação do protóxido de nitrogênio leva o gás para os pulmões, mantendo inalterada sua molécula de óxido nitroso. Ela é totalmente eliminada pela expiração tão logo cessada a administração do gás, já que possui pouca solubilidade no sangue.
Becker e Rosenberg (2008) nos trazem que o N2O deprime levemente a contratilidade do miocárdio, mas isso é compensado por sua capacidade de ativar a atividade simpática. Havendo pouca influência sobre o débito cardíaco, do volume sistólico e da freqüência cardíaca, o N2O é claramente o menos potente dos gases anestésicos.
Não
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