O Autista: E Suas Complicações
Por: annabaldassari • 25/2/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 904 Palavras (4 Páginas) • 354 Visualizações
Autismo:
As manifestações autistas são caracterizadas por déficits na interação social, na comunicação, verbal e não-verbal, e por comportamentos restritos e repetitivos os quais foram descritos pela primeira vez por Leo Kanner em 1943 (KLIN, 2006).
Na década de 1970 a incidência do autismo era de 3/10.000 crianças (SILVA, 2015). Nos últimos anos, o número de casos vem aumentando por razões desconhecidas, nos Estados Unidos a prevalência é de 66/10.000 crianças 4 e no Brasil encontrou-se prevalência de 27.2/10.000 crianças (SILVA, 2015).
Com a chegada do DSM-V (Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais 5.ª edição) o autismo englobou outras desordens e passou então a ser denominado Transtorno do Espectro Autista (TEA) (SILVA, 2015). Depois do retardo mental, é reconhecido como a segunda deficiência do desenvolvimento mais comum (SILVA, 2015). Ocorre predominantemente em meninos na razão 4:1 (SILVA, 2015). Pressupõe-se que a etiologia seja multifatorial, no entanto, alguns fatores específicos vêm sendo pesquisados para melhor compreender o transtorno (SILVA, 2015). Entre esses sobressaem os fatores neurobiológicos, genéticos, ambientais e desses destacam-se os fatores nutricionais, que estão fortemente interligados (SILVA, 2015).
O autismo é um a síndrome neuropsiquiátrica que se distingue por uma tríade que engloba desvios na comunicação (linguagem), dificuldade de interação social e um padrão de comportamento restrito e repetitivo (MELLO, 2015). Estas características tendem aparecer de forma precoce antes dos 3 anos de idade com perfil irregular de desenvolvimento, com algumas ilhas de interesse, sendo que essas pessoas podem possuir diferentes níveis de inteligência (MELLO, 2015).
De forma simplificada estes indivíduos desde muito cedo apresentam dificuldade em se relacionar com outros, (ausências de uso de gestos e de expressões faciais), comportamentos obsessivos, fixação por um determinado assunto (MELLO, 2015).
A literatura ao citar a fisiologia do espectro, pois assegura que a homeostase funcional destes três sistemas necessita diretamente de hormônios, neuropeptídios, neurotransmissores e citocinas e de estímulos ambientais (PINHO et al., 2015). Assim afirmam que a interdependência de um dos sistemas pode indiretamente afetar os outros dois (PINHO et al., 2015). Portanto o transtorno do espectro autista tem um sistema multiheterogêneo influenciado por questões extrínsecas e intrínsecas, que resultará na peculiaridade de cada indivíduo (PINHO et al., 2015).
Crianças com alterações neuropsíquicas apresentam anormalidades sensoriais, perturbações do sono, hiperatividade, crises de epilepsia, momentos de agressividade, bipolaridade, ansiedade entre outras manifestações atípicas e certas limitações psicomotoras, além de certa dificuldade comunicativa, desordem gastrointestinais, diminuição de enzimas digestivas, inflamação intestinal, e também por conta de algumas medicações apresentam dificuldade de absorção de nutrientes.
Diferentes estudos vêm mostrando ao longo do tempo através de exames clínicos características comuns no sistema gastrointestinal desses indivíduos, como dor abdominal, diarreia, vômitos, gases, padrão anormal de fezes, refluxo, distintas anormalidades na mucosa intestinal que resulta na deficiente absorção do glúten e pode aparecer de forma secundária a intolerância à lactose. Estas alterações gastrointestinais vão afetar o estado nutricional e o desenvolvimento deste paciente.
Dentro do espectro autista existem graus de comprometimento, que refletem nas respostas a estímulos sensoriais por isso a textura do alimento também influencia na escolha. O período das refeições pode trazer certo nível de estresse para a criança, com choro, agitação pela limitação de seleção, consequentemente a alimentação não assegura a quantidade de energia necessária, é debilitada em vitaminas e minerais,
...