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O problema da fome

Artigo: O problema da fome. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  5/10/2014  •  Artigo  •  754 Palavras (4 Páginas)  •  266 Visualizações

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AMAR MAIS DO QUE OBTER

Beba, vista, sinta, prove, comprove, consuma, use. Abuse! Enquanto somos bombardeados por slogans imperiosos, impelindo-nos ao consumo desenfreado, que convenciona como necessidade básica para sobrevivência a aquisição daquele novo equipamento tecnológico lançado, sob o risco axiomático de não ser aceito – ou notado – pelos demais, os rescursos do planeta vão se exaurindo.

O fato é que no meio tempo em que essa batalha “mortal” de aceitação e aparência é travada, conseguimos, exatamente no dia 19 de agosto, alcançar a sobrecarga da terra. O que isso quer dizer? Segundo a ONG Global Footprint Network, responsável por esse cálculo, é a data em que as pressões da humanidade sobre o planeta excedem o quanto o planeta pode se regenerar no mesmo ano. “Desde 2000, a data surge mais cedo de acordo com o cálculo da GFN: de outubro em 2000 a 19 de agosto em 2014” (GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, 2014).

De acordo com o relatório da ONU (2014), mais de 805 milhões de pessoas são atingídas pela falta de alimentos. Ou seja: uma em cada nove pessoas sofrem com a fome no mundo. É o sinal de que o planeta não pode suportar nosso modo de vida. Devido aos excessos e desperdícios de alguns países, ainda que haja um grande percentual de pessoas excluídas socialmente no globo com consumo ínfimo, os alimentos produzidos não são suficientes.

O consumo de forma impulsiva é sintoma do grave desequilibrio ambiental a que chegou o planeta. Enquanto alguns países se destacam no campo da produção primária, alavancando sua economia com a exportação de commodities, outros dependem unicamente, seja por fatores ambientais ou até mesmo sociais e estruturais, da importação destes produtos para abastecer sua população. Como quem compra mais obtém os melhores preços e produtos, os paises mais pobres, com uma economia mais frágil, com consumidores com menor poder aquisitivo, com terras degradadas e improdutivas, enfrentam dificuldades para barganhar. Acabam comprando quantidades insuficientes de alimentos por preços altos. Já países com melhores condições financeiras, adiquirem, por vezes, mais do que necessitam para alcançar um preço mais favorável. Assim incentivam seu povo a consumir mais do que o necessário para manter a economia girando. O resultado disso é desperdício em alguns paises e miséria em outros.

As necessidades de consumo de natureza psicossocial, introduzidas por empresas e governos na população, atestam a devastação de nosso meio ambiente. Um equipamento com tecnologia de ponta desse ano já estará sendo considerado obsoleto no próximo. Os minérios empreendidos na produção desse, são esbulhados da terra, sem qualquer pudor, arrasando a vegetação local, para depois, no ano seguinte, serem atirados em uma lata de lixo.

Parece insaciável essa necessidade de consumo. Nada parece satisfazer a ganância das empresas e dos governos, de adiquirir cada vez mais lucro com o incentivo ao consumo irresponsável. É preciso uma nova visão estratégica. Não voltada apenas a como arrecadar mais capital, mas também voltada à sobrevivência da empresa. Para que a empresa sobreviva, o mundo à sua volta precisa estar vivo, precisa haver matéria prima, os funcionários precisam se alimentar. Nos vendem conforto a “preço de custo”, e nos convencem trocar tempo pelo luxo, a

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