As Serpentes

Introdução

• As serpentes são répteis pertencentes à ordem Squamata. 
• Embora não possuam patas, as escamas presentes na região ventral da sua pele são utilizadas para a sua locomoção. 

• De acordo com o Instituto Butantan, o Brasil cerca de 370 espécies de serpentes conhecidas.
• Dessas, 55 são peçonhentas.

• As serpentes que mais causam acidentes ofídicos no Brasil são as jararacas, jararacuçus, cascavéis, surucucus e a corais verdadeiras.

Serpente e cobra são a mesma coisa?

• Para os cientistas, o termo cobra é utilizado apenas para aquelas espécies que alargam a cabeça, como as najas, que vivem na Ásia.
• Quando os Portugueses vieram para o Brasil, eles trouxeram o nome errado. As nossas cobras, na verdade, são serpentes.

Características das serpentes

Habitat

• As serpentes podem ser aquáticas ou terrestres. Entre as terrestres há aquelas que vivem sobre árvores, cobra cipo; as que habitam sobre a superfície do solo, como as Cascavéis e as Jararacas; e as de vida subterrânea, Corais.

Temperatura

• As serpentes são animais ectotérmicos, ou seja, não são capazes de regular a temperatura corporal com mecanismos internos, então elas precisam de fontes externas de calor para elevar e manter a sua temperatura corporal constante.
• Esses animais obtêm calor do meio ambiente, geralmente com a exposição ao sol ou em contato com superfícies quentes, como rochas. 

Hábitos

• A maioria das serpentes tem hábitos noturnos, embora nem todas elas sejam assim.
• Serpentes noturnas, muitas vezes têm a pupila em forma de fenda vertical, e as serpentes com pupila do olho redonda apresentam atividade diurna.

Alimentação

• Todas espécies de cobras são carnívoras.
• Principais presas: roedores, lagartos, anfíbios, morcegos, outras cobras, ovos, pássaros, pequenos mamíferos.

Dentição

• Proteróglifa
• Se caracteriza por possuírem dentes capazes de inocular o veneno na região anterior da boca.
• Esses dentes apresentam um sulco por onde a peçonha escorre. (coral verdadeira)

• Solenóglifa
• Se caracteriza pela presença de dentes extremamente grandes e inoculadores na região anterior da boca, assim como as proteróglifas. Entretanto, diferenciam-se delas por possuírem um canal no interior do dente por onde passa o veneno. (cascavel)

• Opistóglifa
• É caracterizada pela presença de dentes capazes de inocular a peçonha, porém encontrados na região posterior da boca das serpentes.
• Em virtude de esses dentes serem encontrados na região posterior da boca, dificilmente as serpentes com esse tipo de dentição conseguem injetar a peçonha durante uma mordida.(cobras-cipó e algumas falsas-corais)  

•  Áglifa
• Todos os dentes são iguais e não tem estrutura para inoculação de peçonha.
• A função desses dentes é auxiliar na projeção do alimento para o interior da boca.(jiboia, a sucuri e a caninana)

Reprodução

• As serpentes se reproduzem uma ou duas vezes por ano, o período de reprodução vai depender de cada espécie.
• O macho possui um hemipênis tem espinhos calcários, que se prende à parede da cavidade da fêmea para impedir que o casal se solte durante a cópula, que pode durar de minutos ate horas.
• A fêmea pode guardar o esperma por anos, ou fecundar os óvulos logo depois do acasalamento.
• As serpentes podem ser ovíparas ou vivíparas.
• Nas espécies ovíparas, após a postura, os ovos podem eclodir entre 2 a 3 meses, variando de espécie para espécie.
• A quantidade média de ovos varia conforme a espécie, que pode ser de 1 a 50 ovos por postura. 
• A grande maioria das espécies abandona os ovos logo após a postura.
• Nas vivíparas os embriões se desenvolvem no interior de seu corpo.
• O tempo de gestação pode demorar de 5 a 7 meses, dependendo da espécie.
• A quantidade de filhotes pode variar de 1 a 50, a cada parto.
• Os filhotes já nascem desenvolvidos, e imediatamente se afastam da mãe em busca de água e comida.

Como identificar se uma serpente é peçonhenta ou não?

• A primeira característica é a presença da fosseta loreal, uma estrutura que fica entre os olhos e as narinas da serpente. 
• São órgãos sensoriais e sua função é detectar calor para localizar as presas de sangue quente.
• Todas as serpentes peçonhentas do Brasil possuem essa estrutura, somente a coral-verdadeira que não.

Criação de serpentes como animais de estimação

Cenário nacional

• A demanda por serpentes no Brasil é mais frequente do que se imagina. Apesar de poucas, já há lojas que vendem esses animais, assim como os equipamentos para o terrário e a alimentação adequada.

Como adquirir esses animais? 

• Podem ser negociados com zoológicos, que já possuem o animal legalizado e em excelentes condições.
• Através de criatórios legalizados pelo Ibama.
• Sites legalizados e especializados na venda de serpentes como animal de estimação

Instalações

• As serpentes geralmente são criadas em terrários. Esses terrários devem se assemelhar ao máximo ao habitat desses animais.

• O tamanho do terrário vai depender do tamanho do animal. No caso das serpentes, pode-se calcular o comprimento do terrário como sendo uma vez e meia o comprimento do animal.

• Esse recinto pode ser feito todo de vidro ou de madeira com a frente de vidro, desde de que haja furos para entrada de ar e uma porta para que o criador possa colocar as mãos para limpar e retirar o animal.

• Os terrários devem fornecer várias opções para os animais como: lâmpada de aquecimento ou pedras aquecidas, recipiente com água limpa, substrato, troncos ou galhos, vegetação natural ou artificial.

Higienização

• Uma limpeza regular é fundamental para evitar problemas de saúde. Matéria fecal deve ser retirada logo que possível e deve-se trocar totalmente todo o substrato, limpar a desinfectar o terrário a fundo pelo menos mensalmente.
•  Existem também vários produtos específicos para limpeza e desinfecção de terrários no mercado.

Aquecimento

• As serpentes necessitam de um ambiente com temperatura entre 26 a 29 graus.
• O aquecimento pode ser realizado de várias formas, dependendo da necessidade do animal.
• O aquecedor de cerâmica é indicado para serpentes, répteis arborícolas e desérticos; deve ser instalado na lateral ou teto protegido por tela. A rocha aquecida pode ser instalada no substrato.

 Iluminação

• A iluminação é extremamente importante na manutenção adequada da serpente em cativeiro.
• Existem lâmpadas para animais diurnos e para animais noturnos.

Ornamentação

• Pode-se utilizar vários materiais como, por exemplo, areia de construção, cascalho de rio, terra vegetal, esfagno seco, folhas secas, jornal, carpetes sintéticos, troncos ou galhos e o abrigo.

Alimentação

• Serpentes de cativeiro se alimentam exclusivamente de roedores, de preferência criados em cativeiro, pois tais presas podem transferir parasitas para a sua serpente.
• As crias podem ser alimentadas cada sete 7 dias. Adultos, no entanto, devem ser alimentados apenas a cada 10 dias ou 15 dias.
• É recomendado que você alimente os animais com roedores descongelados, mas também pode ser fornecido um animal vivo.
• Preço dos roedores: média de R$5 ate R$20 por unidade.

Espécies apropriadas para serem criadas em residências

• Píton Real: medem entre 1 e 2 metros. É uma espécie muito atrativa por suas variadas cores e tonalidades. São fáceis de manipular, requerem pouco espaço e geralmente são muito dóceis. (Preço: de R$1.500 a 2.100)
• Corn snake (Cobra do milho): É muito dócil e tranquila. Possui cerca de 1 metro de comprimento. (Preço médio: de R$100 ate 500)
• Jiboia: serpente de médio ou grande porte, é muito pacífica e extremamente lenta. (Preço: de R$1.500 a 6.000)

Implantação de um serpentário para comercialização de serpentes

Legalização

• Seja para a venda como animal doméstico, seja para pesquisa, é preciso ter o seu empreendimento legalizado por órgãos específicos como o Ministério do Meio Ambiente, realizado através do Ibama.
• PORTARIA Ibama Nº 118-N, DE 15 DE OUTUBRO DE 1997 -Criadouros Comerciais da Fauna Silvestre Brasileira
• O interessado em implantar criadouro com fins econômicos e industriais de animais da fauna silvestre brasileira deverá protocolar carta-consulta na Superintendência do IBAMA onde pretende instalar o empreendimento.
• Aprovada a carta-consulta pela Superintendência, o interessado deverá protocolar projeto complementar, no prazo de 90 dias.
• Constatado o enquadramento do projeto nos padrões desta Portaria, o interessado será comunicado oficialmente pela Superintendência do IBAMA .

• O criadouro poderá utilizar animais provenientes de estabelecimentos registrados ou cadastrados junto ao IBAMA .
• Coletar serpentes direto da natureza sem autorização do IBAMA é considerado crime ambiental que prevê multa de R$ 500, e de R$5 mil se a espécie estiver ameaçada de extinção, além de detenção de 6 meses a um ano.
• Também é crime ambiental instalar um criatório sem licença. Nesse caso, o empreendimento está sujeito à multa de R$ 500 a R$ 10 milhões e a pena pode ir de 1 a 6 meses.
• Serpentário para cobras peçonhentas só deve ser feito em área rural.

Serpentário – Instalações necessárias

• As instalações devem ser bem feitas, visando ao bem-estar dos animais. Ambiente tranquilo, profissionais competentes e treinados, tudo isso influência no sucesso de seu empreendimento.
• As instalações necessárias são:
  
  Sala de quarentena – Por onde devem passar todos os animais que chegam ao serpentário para observação de um profissional que identifique possíveis problemas ou doenças;
  Laboratório - Local destinado aos cuidados com as serpentes, pesquisas e aplicação de medicamentos;
  Biotério - Local destinado à criação e manutenção de camundongos e ratos, utilizados na alimentação das serpentes.

• Estruturas externas:

Berçário:

• Os berçários são instalações simples, onde os filhotes e as serpentes jovens irão se desenvolver no período de 12 a 18 meses, quando chegarão a fase adulta e serão transferidos para os serpentários.

Sistema de criação aberto/baias ao ar livre:

...