Mico Leão Dourado
Por: Marina Magliano • 12/6/2015 • Trabalho acadêmico • 2.883 Palavras (12 Páginas) • 1.197 Visualizações
INTRODUÇÃO
Existem inúmeros grupos na classe Mammalia, mas o grupo Primates é considerado a primeira ordem na classificação zoológica, sendo o mais evoluído no Reino Animal. A maioria dos indivíduos dessa ordem se encontram em regiões tropicais ou semitropicais da América, Ásia e África. Há aproximadamente 118 espécies de primatas distribuídas pelo Brasil.
Uma das características mais importantes dessa ordem é a adaptabilidade diante de grandes mudanças do meio. Essa é uma das razões do seu sucesso evolucionário. Outro aspecto geral dessa ordem é o fato de que todos os indivíduos têm adaptações físicas para se locomover entre as árvores. Esta locomoção varia entre saltos, bipedalismo, quadrupedalismo ou nodopedalia e o andar arbícola (braquiação). A maioria das espécies possuem maior acurácia nos sentidos da visão e do olfato.
Algumas linhagens desenvolveram peculiaridades como a visão tricromática, polegar opositor e cauda preênsil. Já a estrutura social dos primatas não-humanos, segundo Richard Wrangham, é melhor classificada de acordo com os movimentos migratórios das fêmeas entre os grupos (sistemas patrifocais, matrifocais, monogâmicos e espécies solitárias).
Essa ordem é dividida em dois grandes grupos:
Prossímios
Grupo no qual o Mico-Leão-Dourado se enquadra. São primatas mais primitivos, com olhos grandes e arredondados e visão binocular estereoscópica adaptada à visão noturna. A face é coberta por pelos curtos, e a pelagem é macia e lanosa. Com exceções, possuem hábitos gregários. O encéfalo apresenta maior volume, o que implica maior complexidade neurológica de coordenação.
Antropoides
São divididos em Primatas do Novo Mundo (cebídeos, calicebídeos e calitriquídeos) e Primatas do Velho Mundo (pongídeos, cercopitecídeos, colobídeos e hylobatídeos). As principais características desse grupo são o encéfalo desenvolvido e os membros longos.
Através da possível árvore filogenética dos antropoides, observamos que os prossímios, hylobatídeos, pongídeos e hominídeos tiveram um ancestral em comum, em que o início da árvore genealógica é representado pelos prossímios primitivos.
A ESPÉCIE
Endêmico das florestas tropicais de baixada da região costeira do estado do Rio de Janeiro, o Mico-Leão-Dourado, conhecido primeiramente como sauí-piranga, despertam grande interesse científico pelas suas peculiaridades reprodutivas e adaptações anatômicas. Estão entre as maiores espécies de saguis.
Apresentam dedos longos, característica oriunda de uma adaptação para a procuras de presas específicas escondidas em orifícios de troncos, galhos e cipós. Dispõem também de garras ao invés de unhas. Seu crânio é pequeno, com a maxila pouco proeminente quando comparado a macacos do mesmo gênero. Normalmente. São agressivos com indivíduos que não são do mesmo grupo.
No passado, as espécies do gênero Leontopithecus eram associadas com vegetação primária, sendo que atualmente elas ocorrem praticamente em áreas de vegetação secundária. Os locais de dormida são mais comuns em ocos de árvore. Cada grupo utiliza em média uma área entre 50 a 80 hectares, a chamada área de ação.
O Sistema social dessa espécie é familiar, composta por dois até dez indivíduos, e territorialista com cuidados cooperativos em relação à prole. Isso pode estar correlacionado com o fato de que 90% dos partos serem de gêmeos. Todos na família compartilham a responsabilidade de tomar conta dos novos filhotes, desde levando-os nas costas até fornecer diretamente o alimento. A monogamia é predominante.
FICHA TÉCNICA DA ESPÉCIE Leontophitecus rosalia
Reino | Animalia | Longevidade em Cativeiro | Até 15 anos |
Classe | Mammalia | Maturidade | Fêmea: 18 meses Macho: 24 meses |
Ordem | Primates | Época Reprodutiva | Setembro a marco |
Subfamília | Callitrichidae | Gestação | 125 a 132 dias |
Gênero | Leontophitecus | Nº de Filhotes | 1 a 3 |
Espécie | rosalia | Peso Adulto | 400 a 800g |
Nome científico | Leontopithecus rosalia | Peso do filhote | 25% do peso da progenitora |
Família | Cebidae | Tamanho | 25 a 30cm |
Região de Origem | Brasil - Rio de Janeiro | Pelagem | Longa e densa, especialmente na cabeça, dando um aspecto de juba |
Alimentação | Onívoros | Cor da pelagem | Dourado a alaranjado |
Fórmula Dentária | 2.1.3.2 x 2 = 32[pic 1] 2.1.3.2 | Largura das Órbitas | Fêmea: 13,30 Macho: 13,21 |
Hábito | Diurno | Quantidade de Cromossomos | 46 |
Principais Predadores | Aves de rapina, Jaguatiricas, Jiboias e Corujas (filhotes) | Vocalizações | “ganidos” , “cacarejos”, “trinados” e sons não- tonais, com componentes ultrassônicos. |
O MICO LEÃO E SEU HABITAT NATURAL
O desmatamento para a extração de madeira, produção de carvão, práticas agropecuárias e urbanização reduziu drasticamente o habitat disponível para a espécie, dividindo e confinando as populações remanescentes em pequenos locais isolados de vegetação secundária. Diversos fatores determinam a intensidade dos efeitos resultantes da fragmentação, tais como o tamanho, formato e idade do fragmento, o tipo da matriz circundante, o grau de isolamento e proximidade com outras florestas.
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