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O MANEJO DE GADO DE CORTE

Por:   •  7/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  8.415 Palavras (34 Páginas)  •  317 Visualizações

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MANEJO DE GADO DE CORTE

Prof. Edson Suzuki

I - INTRODUÇÃO

A alimentação brasileira tem como principal fonte de proteína animal a carne bovina. Consumo que aumentou nos anos de plano real, entre 1995 e 1996, juntamente com o aumento do consumo de frango. Em conseqüência a pecuária de corte passou a ter uma posição de destaque na economia nacional. O Brasil classificava-se, mundialmente, como o segundo em tamanho de rebanho bovino e em produção de carne, antecedido nesses quesitos pela Índia e Estados Unidos, respectivamente (Anualpec, 1999).

O clima, extensão territorial e disponibilidade de fatores de produção geram condições de competitividade na produção e industrialização, inclusive quanto à alta qualidade dos produtos. O fato da maior parte do gado brasileiro ser alimentado a pasto tem sido, adicionalmente, um fator de valorização da carne bovina no mercado internacional.

O mercado interno é o maior consumidor da produção nacional, sendo responsável pelo consumo de 80% da produção, aproximadamente. Mas o Brasil sempre foi exportador e fatores sanitários e climáticos, em nível mundial, além de melhorias tecnológicas na produção e beneficiamento, fez com que saltássemos de terceiro exportador mundial de carne bovina para primeiro exportador em 2005.

Os grandes exportadores de carne são Austrália, Argentina e Brasil e os consumidores são Europa, EUA, países Árabes e Orientais. A ocorrência da vaca louca favoreceu os animais produzidos no Brasil engordados sem resíduos de origem animal e uma grande seca na Austrália impulsionou nossa exportação. Como fato negativo tivemos em 2005 casos de aftosa em estados responsáveis pela produção para exportação diminuindo nossa participação no mercado internacional e colocando em dúvida nosso controle sanitário.

Atualmente, a valorização do real frente ao dólar, deixou o mercado internacional menos atrativo, fazendo crescer a oferta dentro do mercado interno, diminuindo o preço médio para o produtor. Estamos passando por uma redução da área de produção de carne, em contrapartida, melhorias no manejo melhoraram a produtividade compensando esta retração da área.

De qualquer forma, são magnitudes ainda muito tímidas, se forem considerados fatores como o potencial existente de terras, a taxa de desfrute ainda baixa e a capacidade de abate das unidades frigoríficas nacionais. Temos, portanto, que buscarmos o aumento da produtividade com diminuição dos custos, para nos tornarmos o grande fornecedor mundial de carne bovina, e esta missão está nas mãos da aplicação pelos técnicos da tecnologia desenvolvida em terras brasileiras.

II – RAÇAS

A Bovinocultura de Corte no Brasil teve como raças iniciais às importadas pelos colonizadores para tração e produção de leite. Durante séculos os animais criados tinham como base genética, principalmente, as raças européias e algumas indianas, em menor importância. No início do século tivemos uma importação de grande vulto de gado zebuíno, vindo da Índia, que deu novo rumo à pecuária nacional.

Atualmente temos no Brasil várias raças de potencial para produção de carne, podemos dividir as raças segundo suas origens:

* Bovino Indiano ou Zebuíno, espécie Bos taurus indicus: animais de origem indiana, portanto, desenvolvida em clima tropical e subtropical. São animais mais resistentes a parasitas internos e externos, porém de pior conversão alimentar e mais tardios sexualmente;

* Bovino Europeu ou Taurino, espécies Bos taurus taurus: animais de origem européia, portanto, desenvolvida em clima temperado. São animais com menor resistências a parasitas, porém de melhor conversão alimentar e mais precoces sexualmente.

Mesmo sem chegarmos ao estudo detalhado das características raciais entre os vários grupos genéticos é interessante fazermos uma apreciação de certo número de características que distinguem as espécies.

Indiano

Europeu

Presença de cupim colocado sobre a cernelha

Sem cupim, às vezes com formação mais acentuada de cangote nos machos;

Cabeça relativamente comprida estreita

Pequena, curta, larga entre os olhos;

Orelhas geralmente compridas e pendentes; quando curtas têm forma pontiaguda;

Curtas, em ângulo reto; pontas arredondadas;

Garupa relativamente mais estreita e inclinada

Mais larga e horizontal

Membros mais compridos, cobertura muscular por vezes menos definida;

Mais curtos, musculatura mais aparente;

Cauda comprida e fina, vassoura bem destacada;

Cauda comprida e fina, vassoura mais densa;

Pele solta, desenvolvida, pregueada e maior;

Mais agarrada, sem pregas, espessura fina;

Pêlos curtos e finos, mais ásperos e densos;

Relativamente compridos e mais macios

Aparelho digestivo de menor volume

Aparelho digestivo de maior volume

Maior número de glândulas sudoríparas, mais superficiais e funcionais

. Menor número de glândulas sudoríparas, mais profundas e menos funcionais;

Raças Indianas:

- Grupo I: Raça cinzenta, com chifre em forma de lira, olhos proeminentes, perfil plano e côncavo.

Ex.: Kankie ( Guzerá ), Malvi, Kherizarl, Tharparka

- Grupo II : Gado grande,cor branca acinzentada, chifres curtos e perfil ligeiramente convexo, com olhos não salientes.

Ex.: Ongole ( Nelore ), Bachaur, Bhagnari, Gaolao, Krisma Valley, Nagori, Mehurati

- Grupo III: Fronte proeminente, chifres laterais, pelagem branca, vermelha ou castanha uniforme e geralmente manchada.

Ex.:

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