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UTI - Perfil

Por:   •  7/9/2016  •  Projeto de pesquisa  •  1.070 Palavras (5 Páginas)  •  444 Visualizações

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  1. RESUMO

O presente trabalho se propõe a traçar o perfil dos cães admitidos em uma unidade de terapia intensiva paulistana, bem como identificar o índice de mortalidade desses pacientes e buscar fatores que sirvam de prognóstico para o desfecho dos casos nessa população. O universo estudado são as admissões realizadas ao longo do primeiro semestre de 2015. A exemplo do que ocorre na medicina humana, o que se espera é que o conhecimento dessas informações possa ajudar os médicos veterinários na tomada de decisão, bem como possa permitir um diálogo cada vez mais consistente com os responsáveis, sobre o prognóstico de seus.

  1. INTRODUÇÃO

A função da Medicina Intensiva é diagnosticar, manter as funções vitais e tratar os pacientes com iminente risco de morte, mas portadores de doenças potencialmente reversíveis (GARCIA, 2004) ou cujas manifestações clínicas possam ser significantemente reduzidas. Dessa forma, a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) deve ser vista como uma etapa para superação da doença.

Na medicina humana, os desfechos clínicos das internações sob cuidados intensivos têm sido alvo de inúmeros estudos (CABRAL, 2009). De acordo com esses levantamentos, a mortalidade global desses pacientes varia de 6% a 47% na internação, 25% a 63% em seis meses e 15% a 38% em um ano (OLIVEIRA et al., 2010; CABRAL, 2009; MORAN et al., 2008; COLPAN et al., 2005; MONTUCLARD et al., 2000). Para explicar desfechos tão variados, as características dos pacientes têm sido investigadas para que se identifiquem os fatores de risco (COLPAN et al., 2005). Em medicina veterinária, no entanto, essa ainda é uma área pobremente explorada.

  1. OBJETIVOS

Descrever o perfil de cães e gatos internados em uma unidade de terapia intensiva, bem como o tempo médio de internação e os índices de mortalidade no curto e no longo prazo, identificando possíveis associações entre tais taxas e alguns fatores de risco, a fim de que o conhecimento desses dados possa melhorar a prática clínica dos médicos veterinários, bem como a qualidade de informação oferecida ao responsável acerca do prognóstico do animal.

  1. METODOLOGIA

O levantamento está sendo feiro a partir dos prontuários dos pacientes internados no primeiro semestre de 2015 no VetSupport – Terapia Intensiva Veterinária, a maior e mais antiga unidade intensiva de terapia veterinária da cidade de São Paulo. A primeira parte do estudo consiste em sistematizar as informações registradas nos prontuários, produzindo um banco de dados com dias de internação, desfecho do caso; identificação dos pacientes; manifestação clínica que levou à internação; parâmetros clínicos e exames laboratoriais na admissão, além de fármacos incluídos no protocolos (corticoides, antimicrobianos, analgésicos), visto que alguns estudos sugerem o valor prognóstico dessas variáveis (ATECA; DOMBROWSKI; SILVERSTEOIN, 2015). A segunda parte do estudo, ainda não iniciada, consistirá em um levantamento acerca da sobrevida dos animais que receberam alta.

5. RESULTADOS PRELIMINARES

Foram tabulados os dados de prontuários de 55 cães (22 machos e 33 fêmeas) internados no primeiro semestre de 2015. São majoritariamente cães idosos e de raças pequenas: 45,5% tinham entre 11 e 15 anos; 49% até 10 kg e 90% eram cães de raça (cocker, shih tzu, maltês, e buldogue francês foram os mais representados).

O período de internação foi de até 48h para 67,2% dos pacientes. Prostração (24%), anorexia/hiporexia (24%), diarreia (18%), taquipneia/dispneia (16%) e episódios eméticos (15%) foram as queixas mais recorrentes.  Analisados os resultados dos exames realizados na admissão, anemia e distúrbios de perfusão microvascular parecem frequentes: 49% tinham hematócrito abaixo e 36% tinham lactato acima dos valoers de referência. Distúrbios glicêmicos afetavam 24% dos cães na admissão. No exame físico, armado ou não, 25% estavam hipertensos e 16% hipotérmicos. Por fim, a análise do protocolo instituídos aos animais indica que analgésicos foram administrados a 80% deles, antimicrobianos a 74% e glicocorticoides a 31%.

6. FONTES CONSULTADAS

ATECA, L. B.; DROMBROWSKI, S. C.; SILVERSTEIN. D. C. Survival analysis of critically ill dogs with hypotension with or without hyperlactatemia: 67 cases (2006–2011). Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 246, n. 1, p. 100-4, 2015.

CABRAL, C. R. Avaliação da mortalidade e qualidade de vida dois anos após a alta do CTI: dados preliminares de uma coorte prospectiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 21, n. 1, p. 18-24,  2009.

COLPAN, A.; AKINCI, E.; ERBAY, A.; BALABAN, N.; BODUR, H. Evaluation of risk factors for mortality in intensive care units: A prospective study from a referral hospital in Turkey. American Journal of Infection Control, v. 33, n. 1, p. 42-1, 2005.

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