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A Integração Lavoura-Pecuária

Por:   •  12/8/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  361 Visualizações

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A integração lavoura-pecuária consiste de diferentes sistemas produtivos de grãos, fibras, madeira, carne, leite e agroenergia, implantados na mesma área, em consórcio, em rotação ou em sucessão. Normalmente essa integração envolve, principalmente, o plantio de grãos e a recuperação ou implantação de pastagens (MAPA, 2007). Entre os benefícios encontrados na implantação da técnica estão: o aumento na renda, melhora da situação do solo, melhor aproveitamento do maquinário, além de aumento da necessidade de mão-de-obra, gerando mais empregos locais (Dias, 2013).

Integrar um sistema significa integrá-lo a um meio que esteja em sintonia com o seu ambiente; é uma agricultura que respeita a regionalidade, que introduz em suas práticas mecanismos naturais tais como a atividade biológica do solo, os efeitos do clima, a contribuição da fauna, e que também utiliza ferramentas como plantio direto, adubos, condicionadores de solo e agroquímicos na medida em que seus efeitos estejam em harmonia com os mecanismos naturais (Assmann et al., 2008).

Entre os objetivos da integração estão:

- Recuperar ou reformar pastagens degradadas;

- Produzir pasto, forragem e grãos para alimentação animal na estação seca;

- Recuperar a fertilidade do solo com a lavoura em áreas de pastagens degradadas;

- Reduzir os custos, tanto da atividade agrícola quanto da pecuária;

- Melhorar as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem em áreas de lavoura;

- Diversificar e estabilizar a renda do produtor.

A adoção do plantio direto é obrigatória no sistema integração lavoura-pecuária. Para que ele tenha sua sustentabilidade assegurada há a necessidade de:

a) boa cobertura de solo durante o ano todo;

b) aporte contínuo e abundante de biomassa vegetal;

c) utilização de um sistema de rotação com plantas capazes de melhorar o balanço de nitrogênio no solo através da fixação biológica e rotação de culturas, incluindo culturas produtoras de grãos e forragem, e o mínimo revolvimento de solo.

Exemplos de sistemas de integração lavoura-pecuária são o Barreirão, Santa Fé e Santa Brígida.

• Sistema Barreirão

É uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens em consórcio com culturas anuais. Consorciam-se o arroz de sequeiro, o milho, o sorgo e o milheto com forrageiras, principalmente dos gêneros Brachiaria e Andropogon e/ou com leguminosas forrageiras, como Stylosanthes sp, Calogoponio mucunoides e Arachis pintoe.

Algumas vantagens do sistema são:

- Ocupação da área para recuperação/renovação por curto período de tempo, coincidindo com o período de possível sobra de pastagem;

- Menor necessidade de máquinas e implementos, em relação ao sistema de rotação;

- Correção da acidez do solo de acordo com as exigências das espécies a serem consorciadas;

- Redução dos cupinzeiros de monte e das invasoras perenes;

- Redução dos riscos de perdas por deficiência hídrica, devido aos veranicos;

- Retorno parcial ou total do capital aplicado a curto prazo, através da venda dos grãos produzidos no consórcio.

Do ponto de vista agronômico, a agricultura convencional, mesmo tecnificada, degrada as propriedades físicas e biológicas do solo, enquanto a pastagem, aproveitando os resíduos de fertilizantes aplicados aos cultivos, recupera tais propriedades, apenas exaurindo os nutrientes (Séguy et al., 1994).

O sistema Barreirão reúne práticas para a solução dos problemas que comumente ocorrem na maioria dos solos sob pastagem degradada, nas condições do cerrado brasileiro.

A primeira etapa diz respeito ao conhecimento do solo, através da sua análise. Com base nos resultados da análise, deve-se ou não proceder à calagem e/ou à fosfatagem.

A segunda etapa é o preparo do solo. A pastagem degradada deve ser desenraizada e incorporada superficialmente, com uma passagem de grade aradora na profundidade de 10 a 15 cm.

A terceira etapa é o plantio, cujo sucesso começa com sementes de qualidade, tanto das culturas anuais como das forrageiras. A adubação deverá ser em quantidade adequada, uma vez que seu efeito residual deverá beneficiar a pastagem, e equilibrada, devendo ser calculada mediante análise do solo.

A quarta etapa diz respeito à condução da lavoura. Os tratos fitossanitários, muito pouco requeridos, são feitos de acordo com as recomendações convencionais.

A quinta etapa é a colheita. O processo e a velocidade da colheita são idênticos aos recomendados para os cultivos solteiros, desde que sejam obedecidas todas as recomendações.

A sexta, e última etapa, é a vedação da área, por um período mínimo de 30 a 60 dias, após a colheita. Isto é necessário para que ocorra a melhor formação da pastagem e/ou produção de novas sementes da forrageira, ceifadas na colheita, como no caso do arroz de sequeiro. Daí em diante, inicia-se o pastejo, considerando-se sempre que o manejo da pastagem e a suplementação da adubação são responsáveis pela melhor produção da forrageira e pela maior longevidade da pastagem.

• Sistema Santa Brígida

O objetivo do Sistema Santa Brígida é inserir os adubos verdes no sistema de produção, de modo a permitir um aumento do aporte de nitrogênio no solo, via fixação biológica do nitrogênio atmosférico.

É realizada a consorciação de milho com adubos verdes, especificamente as espécies guandu-anão (Cajanus cajan) ou crotalária (Crotalaria spectabilis).

A implantação do Sistema Santa Brígida segue, basicamente, as premissas dos sistemas de produção convencional de milho, acrescentando-se a espécie leguminosa.

A dessecação da área ou o preparo do solo obedecem às recomendações convencionais, respeitando-se, porém, no Sistema Plantio Direto, que a dessecação seja feita, pelo menos, duas a três semanas antes da semeadura do milho e/ou da leguminosa.

A quantidade de sementes obedece às recomendações convencionais em termos de quilos por hectare. A adubação do milho deve ser feita de acordo com as recomendações convencionais, inclusive a aplicação do nitrogênio em

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