A Silagem de Grãos Úmidos
Por: Deise Vitto • 17/10/2015 • Trabalho acadêmico • 1.574 Palavras (7 Páginas) • 377 Visualizações
Alunos: Deise Vitto, Jonathan Pavanello
SILAGEM DE GRÃOS ÚMIDOS
Introdução
A exploração pecuária depende muito do uso de grãos como principal fonte de energia para a alimentação de animais, por isso, se tem um alto valor de mercado para esses cereais. O emprego da silagem de grãos úmidos tem se constituído em uma importante tecnologia para reduzir os custos com alimentação em criações de suínos e bovinos leiteiros.
Dentre todos os grãos que são passíveis dessa tecnologia, pode-se citar alguns como sorgo, aveia, soja sendo considerado o milho como a mais utilizada para essa silagem de grãos úmidos.
A tecnologia dessa ensilagem deve seguir o mesmo principio (fermentação anaeróbia) daquela utilizada para conservação de qualquer forrageira. Deve-se tomar todos os cuidados em relação ao carregamento, compactação, vedação e posterior descarregamento do silo.
Tecnologia de Ensilagem
Um dos fatores mais importantes no processo de produção e utilização das silagens é a redução das perdas em toda a cadeia produtiva. Para melhorar os problemas dessa natureza o produtor deve estar atento com a relação existente entre a quantidade consumida pelos animais e a quantidade de silagem produzida na propriedade, onde ambos os valores devem estar os mais próximos possíveis, indicando menor perca. Esses valores variam em função da tecnologia empregada na ensilagem, tipo de silo e da forragem ensilada.
A silagem de grão úmido apresenta algumas vantagens em relação à colheita do grão seco como, a antecipação na colheita em três a quatro semanas, o que permite liberar a área para plantio da cultura subsequente, otimizando o uso da área em questão; baixos investimentos para armazenagem; menor custo de produção; melhor desempenho animal com consequente redução nos custos de produção.
Já como desvantagens pode-se citar a impossibilidade de comercialização de eventuais excedentes de produção, neste caso o problema pode ser evitado com o dimensionamento dos silos de acordo com a demanda anual; outra desvantagem é a impossibilidade de formulação de concentrado antecipadamente, ou seja, a silagem de grãos tem que ser misturada diariamente aos demais ingredientes da dieta.
Processo de ensilagem
A qualidade nutricional da silagem começa pela escolha do híbrido. A produtividade é um fator determinante para a escolha do híbrido a ser cultivado, o mesmo deve ser adaptado a cada região observando-se o ciclo da cultura. Quanto ao grão, a escolha deve ser baseada na qualidade do grão, sanidade e a percentagem de óleo existente no mesmo que pode variar entre 3,2 e 5%.
Outro ponto a ser observado no processo de ensilagem é o ponto ideal de colheita que ocorre quando os grãos apresentarem entre 32 a 36% de umidade, com um mínimo de 26 e um máximo de 40%. Quandoseco demais a fibra da casca em torno dos grãos de milho terá consistência endurecida, o que acarretará maiores perdas na passagem pelo trato digestivo, conseqüentemente, baixo aproveitamento do amido disponível para fermentação no rúmen.
Além disso, quanto mais seco o grão maior será o gasto com energia para moagem. Já o milho muito úmido pode não ter atingido a maturação fisiológica ocasionando assim uma perda considerável do valor nutricional, além de aumentar ainda as perdas na lavoura devido a dificuldade da debulha na hora da colheita. À campo o ponto de colheita pode ser identificado quando na ponta do grão surge uma camada preta causada pela solidificação do amido, isso ocorre em torno de 50 dias após a polinização.
Para grandes áreas de plantio é de fundamental importância a sincronia entre o plantio e as atividades relacionadas à ensilagem, para não correr o risco de terminar a ensilagem com os grãos muito secos afetando a qualidade da silagem. Portanto, deve-se dimensionar adequadamente a capacidade de colheita e moagem diária, bem como a capacidade de compactação no silo.
A colheita para ensilagem de grãos úmidos é feita com colheitadeiras de grãos normais e levada até o local de moagem com auxilio de caminhões ou carreta acoplada em tratores.
Processamento
Logo após a colheita os grãos devem ser quebrados ou moídos com o auxilio de máquinas como forrageiros ou ensiladeiras e devidamente compactados, o processamento aumenta a degradação ruminal do amido, com maior produção de ácidos graxos e proteína microbiana.Para a alimentação de bovinos uma moagem grossa é suficiente. O grão moído muito fino pode levar a redução no teor de gordura, recusa do alimento e aumento da incidência de deslocamento do abomaso resultado da acidose ruminal.
Compactação
Uma boa compactação deve proporcionar cerca de 1000 kg de silagem/m3. Normalmente silos tipo trincheira, revestidos, proporcionam melhores condições de compactação e perdas insignificantes.
Deve-se tomar cuidados especiais com relação à compactação para evitar perdas durante a fermentação e melhorar a estabilidade da silagem durante a utilização. Portanto a compactação é o ponto chave para a produção de silagem de grão úmido, serve para alcançar alta densidade e reduzir a porosidade da silagem. Principalmente a camada superficial deve ser bem compactada, pois as perdas nessa fração do silo normalmente são elevadas. Para silos de grande superfície essas perdas podem representar grandes quantidades de silagem e perdas econômicas elevadas.
Descarga dos Silos
Durante a utilização da silagem de grãos úmidos deve-se tomar todos os cuidados referentes ao descarregamento do silo, uma vez que a deterioração superficial da silagem de grãos é relativamente rápida (JOBIM et al.,1997; JOBIM et al., 1999). Portanto, antes da ensilagem é necessário dimensionar adequadamente os silos em relação à demanda diária. Quando a quantidade de silagem a ser retirada diariamente for pequena o ideal é fazer mais de um silo, com menor superfície frontal. Assim, a área de silagem exposta ao ar será menor e a espessura da fatia maior, sendo retirada diariamente toda a silagem que está em processo de deterioração.
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