FICHAMENTO AQUECIMENTO GLOBAL E CENÁRIOS FUTUROS DA AGRICULTURA BRASILEIRA
Por: Joao Das Couves • 5/6/2019 • Artigo • 2.485 Palavras (10 Páginas) • 326 Visualizações
FICHAMENTO “AQUECIMENTO GLOBAL E CENÁRIOS FUTUROS DA AGRICULTURA BRASILEIRA”
PINTO, H. S. e ASSAD, E. D. (Eds.). Aquecimento global e cenários futuros da agricultura brasileira. Campinas: Embrapa / Unicamp. 2008.
RESUMO
Zoneamento de riscos climáticos, um programa transformado em política pública que orienta o crédito agrícola e o seguro rural no país.
RESUMO EXECUTIVO
A tecnologia de zoneamento de riscos climáticos, um programa desenvolvido desde 1996 pelos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, em cooperação com Embrapa, Unicamp e outras instituições científicas do país. Transformado em política pública, esse programa orienta o crédito agrícola e o seguro rural brasileiros. Ele permitiu que se estabelecesse uma geografia agrícola do país, detalhando, até o âmbito municipal, quais são as áreas de baixo risco de plantio para cerca de 30 culturas.
Espera-se que o aumento da temperatura promova um crescimento da evapotranspiração e, conseqüentemente, um aumento na deficiência hídrica, com reflexo direto no risco climático para a agricultura.
• Previsão de alterações de áreas propicias a cultivos
• Parte de incertezas
INTRODUÇÃO
O clima é um dos elementos mais importantes para a agricultura. Somente conhecendo o potencial climático de uma determinada região para o desenvolvimento de plantas é possível estabelecer parâmetros que definem qual temperatura e disponibilidade hídrica do solo são adequadas para uma determinada cultura.
O zoneamento estabeleceu, estatisticamente, níveis de riscos das regiões estudadas para vários tipos de cultura, admitindo perdas de safras de no máximo 20%. Isso aumentou indiretamente a produtividade agrícola.
O zoneamento agroclimático de riscos é uma ferramenta que indica o que plantar, onde plantar e quando plantar de acordo com a disponibilidade climática regional. Dois tipos de zoneamento podem ser definidos: o de potencial agrícola e o de risco climático propriamente dito.
Já o zoneamento de riscos climáticos, desenvolvido a partir de 1995 por um grupo de pesquisadores da Embrapa e da Unicamp, com colaboração de outras instituições de pesquisas do Brasil, avalia a aptidão de uma determinada região a um tipo de cultura, não só com dados meteorológicos de chuva e temperatura, mas também com índices específicos desenvolvidos para apontar a sensibilidade das culturas a eventos extremos que possam ocorrer em fases fenológicas críticas da planta. É possível mostrar as probabilidades de se obterem safras com produtividade econômica mínima, em nível de município.
ZONEAMENTO DE RISCOS AGRÍCOLAS
Desde 1997, por determinação do Conselho Monetário Nacional, somente têm acesso ao crédito rural os Estados e as culturas contempladas no zoneamento de riscos climáticos. Atualmente podem participar produtores de 20 culturas de mais de 5.000 municípios brasileiros, na região compreendida entre o Tocantins e o Rio Grande do Sul.
Um incremento de 15% na precipitação pluviométrica, por exemplo, pode promover acentuadas perdas na colheita do trigo por excesso de chuva ou inviabilizar a colheita de soja na região dos cerrados por impedir acesso de máquinas ao campo. O mesmo ocorre com a temperatura. Uma elevação de 1°C a 5°C aumentará substancialmente a evapotranspiração, acelerando o consumo de água das plantas e a freqüência dos veranicos. Para traçar estratégias de sustentabilidade agrícola que visem perenizar a agricultura é preciso conhecer as possíveis alterações promovidas pelo estresse ambiental de origem climática.
• Previsões ajudam a orientar um calendário mas há muitas incertezas.
Conhecendo os limites impostos pela alteração do ciclo hidrológico, é possível também propôr o melhoramento genético de plantas de modo a suavizar o efeito negativo que a alteração da precipitação e o aumento de temperatura terão sobre o zoneamento de riscos climáticos.
Verificar, à luz dos cenários das mudanças climáticas, o impacto que o aquecimento global terá na regionalização da produção agrícola brasileira ao longo dos próximos 100 anos.
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
No final do século 20, no entanto, começaram a surgir vários trabalhos que levantavam dúvidas sobre as previsões de aquecimento global.
• Teoria de inclinação da terra em sua orbita em ciclos causaria essas alterações
Que as flutuações do clima que se produziram ao longo dos 160.000 últimos anos estariam estreitamente ligadas aos teores da atmosfera em gás, notadamente o gás carbônico e o metano.
Foi somente com os últimos dois relatórios do IPCC (2001 e 2007) e com outros inúmeros trabalhos científicos produzidos recentemente que se admitiu que a mudança climática é um fato praticamente incontentável e que se deve principalmente à ação antrópica.
Análises similares efetuadas por Wingley e Raper (2001) mostraram que, não havendo uma política de limitação dos efeitos antrópicos para minimizar o aquecimento global, o aumento da temperatura global entre 1990 e 2100, com cerca de 90% de probabilidade, seria entre 1,7°C e 4,9°C.
CLIMA E AGRICULTURA
Assad & Luchiari Jr. (1989) avaliaram as possíveis alterações de produtividade para as culturas de soja e milho diante de cenários de aumento e de redução de temperatura.
De acordo com o relatório do Grupo de Trabalho 2 do IPCC (2001), as mudanças climáticas, além de provavelmente promoverem alterações no comportamento das plantas, trarão sérios problemas econômicos para a agricultura, em razão do aumento dos custos dos seguros e de outros serviços relacionados com os aspectos financeiros, fato que já pode ser observado nos programas de Financiamento e de Seguro Agrícola do Brasil.
• Mudanças climáticas afetam os custo principalmente com seguro.
Método de Thontwaite & Mather (1955), são ideais para o plantio de café no Brasil. Áreas com temperaturas médias mínimas inferiores a 15°C são consideradas inaptas devido à alta probabilidade de geadas,
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