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Rentabilidade do fejijão versus milho irrigado de segunda safra

Por:   •  16/2/2019  •  Monografia  •  3.992 Palavras (16 Páginas)  •  232 Visualizações

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Rentabilidade da cultura do feijão irrigado versus milho irrigado na safra 2018 em

Cristalina - GO

João Vitor Pereira Lemos¹; Maria Gisely Camargos2

1 Engenheiro Agrônomo. Rua Turquesa, Qda 19, Lte 08, Apto 206 – Setor Sul II; 73.850-000    Cristalina – GO, Brasil

2Doutora em Ciências (CENA/USP). Rua Clemente Martins, 47F – Morrinhos; 39400-428    Montes Claros, MG, Brasil


Rentabilidade da cultura do feijão irrigado versus milho irrigado na safra 2018 em

Cristalina - GO

Resumo

        O objetivo desse trabalho foi realizar um estudo comparativo da rentabilidade econômica entre as culturas do feijão e do milho a fim de auxiliar o produtor na tomada de decisão acerca do que deverá ser plantado na segunda safra/cultura de inverno. Entre propriedades rurais, os custos e a rentabilidade podem sofrer variações em uma mesma região, desta forma destaca-se a importância da análise econômica. O estudo foi realizado na Fazenda Larguinha e os dados foram fornecidos pela administração considerando o ano de 2018. Usando os indicadores como Taxa Interna de Retorno [TIR] e Valor Presente Líquido [VPL] os resultados indicam que nesse ano as culturas não seriam economicamente viáveis. Apesar dos resultados obtidos o proprietário precisa manter-se na atividade, com isso foi sugerido algumas formas de melhorar esses resultados para os próximos anos.

Palavras-chave: Agronegócio; TIR; VPL;

Introdução

O primeiro sistema de irrigação por pivô central foi utilizado no início da década de 1950, no Estado de Nebrasca (EUA). No Brasil, somente na década de 1980, houve um aumento significativo na área irrigada por sistemas de pivô-central (Testezlaf, 2017).

A utilização dos sistemas de irrigação no Estado de Goiás teve início nessa mesma década, quando o Governo Federal lançou algumas iniciativas que incentivaram a irrigação nas áreas do cerrado, destacando-se os Programas de Financiamento de Equipamentos para a Irrigação [PROFIR] e o Programa Nacional de Irrigação [PRONI] (Ministério da Integração Nacional. 2008).

O município de Cristalina - GO destaca-se por sua topografia plana, com uma densa rede de drenagem, o que favorece a abundância de fontes hídricas. Além disto, a altitude média do município é de 1.189 metros, com a alternância de duas estações ao longo do ano: verão quente e úmido e inverno seco com temperaturas mais amenas.

Estas características fizeram com que nos últimos 30 anos a área irrigada aumentasse, conforme os dados do Boletim e Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária [EMBRAPA] de Novembro de 2013, a área irrigada do município era de 48.073,8 hectares com 572 pivôs (EMBRAPA, 2013). Segundo o Sindicato Rural do município, atualmente são mais de 720 pivôs e aproximadamente 61.000 hectares irrigados.

O clima da região aliado com a irrigação propiciou o cultivo de diversas culturas em diferentes épocas do ano, dentre as culturas podemos citar: soja, milho, milho doce, batata, cebola, alho, beterraba, cenoura, girassol, grão-de-bico, trigo, tomate rasteiro, sorgo, algodão, café e feijão.

O feijão é uma das culturas de grande importância econômica para o município, sendo implantado na primeira safra sequeiro, e terceira safra irrigado. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [IBGE] de 2017, foram cultivados 24.000 hectares desta cultura nas duas safras, sendo aproximadamente 9.000 hectares na primeira safra sequeiro, e 15.000 hectares na terceira safra irrigado, destacando-se a cultivar carioca com cerca de 90% da produção (IBGE, 2017).

Outra cultura importante para a região é o milho, em 2017 foram cultivados 78.000 hectares, sendo 10.000 hectares na safra verão, e 68.000 hectares na segunda safra. Grande parte da área de segunda safra é no sequeiro, e geralmente o produtor busca alternativas mais rentáveis para implantar no pivô, como feijão ou milho-semente (IBGE, 2017).

A partir da safra 2016, com o reaparecimento em grande escala do vetor das viroses e enfezamentos da cultura do milho, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), as empresas de campo de produção de sementes de milho, reduziram suas áreas de produção de campo de semente, diminuindo a oferta ao produtor, tendo a necessidade do produtor buscar novas alternativas de cultivo.

Uma das alternativas encontrada foi o aumento da área disponível para cultivo de feijão na safra de inverno. Diferentemente de outros cereais, o feijão carioca é o de maior consumo e produção interna, ou seja, suas variações não têm relação com os acontecimentos externos, e a qualidade de cor e tamanho de peneira influencia na venda do produto.

O milho comercial também passou a ser uma alternativa de cultivo ao produtor, e diferentemente do feijão, o milho sofre os impactos externos e o preço varia de acordo com o câmbio, as cotações de Chicago e a produção externa.  

No início da década de 90, muitos setores da economia passaram por transformações devido à globalização, e com isto surgiram os avanços tecnológicos e o incentivo a criação de novas ferramentas para gestão e produção.

No agronegócio não foi diferente, nos últimos anos, com a facilidade de informação e o crescente aumento dos custos de produção, faz-se necessário um maior profissionalismo do produtor rural, tratando sua propriedade como uma empresa, com a necessidade de planejamento para obter-se retornos financeiros satisfatórios.

Diante do aumento da demanda mundial por alimentos, o Brasil desponta como um dos maiores produtores de alimentos. A região de Goiás destaca-se entre os maiores estados produtores agrícolas, sendo que Cristalina está entre as os dez municípios com maior valor de produção agrícola do Brasil (IRRIGO, 2017).

O intuito desse trabalho foi identificar o retorno obtido do investimento do capital na produção do feijão de terceira safra irrigado versus milho irrigado na safra 2018. Este trabalho servirá como uma ferramenta e fonte de informação para futuros investimentos, buscando minimizar riscos da atividade, que sofre as influências climáticas, econômicas e biológicas.

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