TRABALHO DO ENXOFRE
Por: Nayara Gonçalves • 5/12/2019 • Trabalho acadêmico • 1.907 Palavras (8 Páginas) • 254 Visualizações
- INTRODUÇÃO
O enxofre é um macronutriente Secundário, de símbolo S, número atômico 16 (16 prótons e 16 elétrons) e de massa atômica 32 u. À temperatura ambiente, encontra-se no estado sólido, de coloração amarelo pálido, inodoro, sem sabor, insolúvel em água, quebradiço e mau condutor de eletricidade.
O Brasil consome cerca de 1,6 milhões de toneladas anuais de enxofre elementar, importando 90% desse total devido a pequena produção nacional. O S é matéria prima utilizada largamente na agricultura brasileira, que consome 53% da produção (Stipp, et. al., 2010).
O enxofre (S) está presente em todos os ambientes do planeta. É um elemento essencial para todas as formas de vida, sendo um constituinte comum das proteínas e de muitos outros compostos celulares. No solo o enxofre, se encontra nas formas orgânicas e inorgânicas, sendo a primeira a mais abundante encontrada na maioria dos solos. A forma inorgânica no solo predomina como Sulfato (SO4-2) na solução ou adsorvido nos grupos funcionais dos coloides (Osorio Filho, 2006).
Em 1777, o Enxofre foi classificado como elemento, pelo químico Francês Antoine Lavoisier. Estima-se que o enxofre seja o nono elemento mais abundante no universo constituindo cerca de0,03% da crosta terrestre e geralmente, pode ser encontrado como sulfetos, sulfatos e mesmo como enxofre elementar. Depois do oxigênio e do silício, é o constituinte mais abundante dos minerais. Como enxofre livre na natureza, ocorre principalmente em depósitos vulcânicos ou sedimentares. Neste último caso, principalmente ao longo da costa sul dos Estados Unidos da América, especialmente na região do Texas e Louisiana. Como não há vulcões no Brasil, também nunca foi encontrado enxofre em escala industrial (Peixoto, 2002).
O íon SO4-2 é a forma na solução do solo adsorvida pelas plantas. A disponibilidade de S; entretanto, depende dos processos de adsorção/dessorção, mineralização/imobilização, efeitos influenciados pelas raízes das plantas, lixiviação, etc (Alvarez, et. al., 2007).
2.0 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ENXOFRE NO SOLO
Este nutriente no solo é encontrado principalmente armazenado na forma orgânica, numa proporção de 80 a 90% do total. A manutenção de teores adequados de matéria orgânica garante o suprimento gradual de S às plantas, através da mineralização.
Segundo Alvarez, et. al., 2007, as principais fontes de enxofre para o solo são os minerais primários, sobretudo o sulfeto de ferro e o gesso a deposição atmosférica seca (poeira) ou úmida (chuvas), os resíduos vegetais e animais e os pesticidas e fertilizantes. Por outro lado, de acordo com Osorio Filho, 2006, as saídas deste elemento são por processos de lixiviação, volatilização, erosão, exportação pelas culturas.
No solo, o enxofre se distribui em diversos reservatórios, em formas orgânicas e inorgânicas. As formas orgânicas predominam em solos minerais bem drenados e sem restrições hídricas. (Alvarez, et.al., 2007).
As transformações de S no solo são controladas por processos bióticos e abióticos. A importância relativa de cada processo depende de fatores como a temperatura do solo, o pH, a umidade, a quantidade e tipos de argilominerais, óxidos de ferro e alumínio, os conteúdos de carbono e nitrogênio. As transformações bióticas estão relacionadas aos processos de mineralização, imobilização, oxiredução e assimilação de enxofre pela planta, enquanto que os processos abióticos ocorrem em função de adsorção, dessorção, precipitação e dissolução de enxofre inorgânico (Norman et al., 2002).
Segundo Stipp, et. al., 2010, a população microbiana, ao decompor compostos orgânicos com baixa relação C/S disponibiliza o SO4-2 por mineralização para a solução do solo. Entretanto, em materiais orgânicos com elevada relação C/S, os decompositores necessitam de uma quantidade maior de enxofre para incorporar em sua biomassa. Dessa forma, o enxofre inorgânico do solo é imobilizado, tornando-se temporariamente indisponível às plantas. Em solos mal drenados, com baixa difusão de oxigênio, as formas reduzidas de S são as que predominam, tais como dióxido de S(SO2), sufilto (SO3-2), tiosulfato(S2O3-2), S elementar (S0) e sulfeto (S-2).
A maioria do enxofre encontrado nas células é absorvida da solução do solo como SO4-2. O S é transportado até o sistema radicular, principalmente por fluxo de massa (Silva et al.,2002).
2.2 FATORES INTENSIDADE, QUANTIDADE E CAPACIDADE TAMPÃO
O enxofre encontra-se em várias formas: na solução do solo, na forma lábil (fator Quantidade) que no sistema solo-planta está relacionado com o SO4-2 que é precipitado, imobilizado e, ou, adsorvido por compostos orgânicos ou minerais do solo e em equilíbrio com a solução do solo durante o ciclo vital das culturas, e na forma não lábil. Esta forma se encontra fortemente retido pela fração inorgânica, ou, orgânica do solo, e não esta em equilíbrio com o enxofre da solução do solo a não ser a médio ou longo prazo. As formas lábeis podem ser transformadas em formas não lábeis, sendo retiradas com tal energia que o equilíbrio com o S-solução desaparece, deixando, portanto, de ser disponível para as plantas de ciclo curto (Alvarez, et.al., 2007).
O SO4-2 na solução do solo (S-solução) é denominado fator intensidade (I). O resuprimento de I, à medida de que o SO4-2 é absorvido pela planta, é feito pelo fator quantidade (Q), quantitativamente bem maior que I; Q estima a reserva lábil de SO4-2. Existe, portanto, um equilíbrio entre I e que, de forma que qualquer alteração (retirada ou adição) em um deles implica alteração no outro. Essa inter-relação desses dois fatores caracteriza o fator capacidade tampão de sulfato ( CTS), que mede a resistência do solo a alterações na concentração do S-solução. Sendo estimada pela relação entre as variações dos fatores quantidade e intensidade. A CTS é uma propriedade do solo e se correlaciona estreitamente com o teor de argila, equivalente de umidade, o S remanescente, P remanescente e com a capacidade máxima de adsorção de S do solo (CMAS) (Accioly, 1985; Ribeiro et al., 1991).
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