A Construção do Burj Al Arab

Burj Al Arab

O hotel Burj Al Arab está situado em Dubai, nos Emirados Árabes, e foi projetado com a intenção de ser o ícone de transformação da cidade e de ser o mais alto hotel do mundo, sua altura chega à 321 metros. De natureza edificações, a obra tem classificações específicas e inovadoras, destaca-se como uma obra bem diferente das demais edificações encontradas no restante do mundo, sendo considerada uma das mais luxuosas já construída. O Burj Al Arab, também conhecido como Torre das Arábias e Palácio dos Sonhos, fica a 280 metros da praia de Jumeirah, em uma ilha artificial ligada ao continente por uma ponte e feita exlusivamente para construção do edifício. Tal fato é decorrente da ideia do arquiteto chefe, Tom Wright, de que o prédio fosse construído em formato de vela e aparentasse estar no meio do mar, como um barco a vela, que é uma tradição de navegantes para o povo de Dubai. Segundo o arquiteto: “O cliente (Mohammed Bin Rashid Al Maktoum) queria um edifício que se tornasse um ícone ou um símbolo declarado de Dubai, que fosse espantosamente lindo e semelhante à Ópera de Sydneyà parisiense Torre Eiffel. Ele precisava ser um edifício que iria tornar-se sinônimo do nome daquele país”.

O Palácio dos Sonhos tem uma área construída de 111.500 m2, tem vinte e oito andares e entorno de 200 apartamentos com tamanhos variados de 170 a 780 m2, todos esses duplex com uma belíssima vista para o Golfo do Pérsico proporcionada pelas enormes janelas.

A obra teve início em 1994 e foi concluída no final de 1999 e teve um custo estimado de 1,5 bilhão de dólares e foi feita pelo grupo Sul-Africano de construção Murray & Roberts. Durante os cinco anos de construção, três foram destinados para fazer a ilha artificial a qual tem formato triangular e é protegida por uma estrutura de concreto armado especial, inclinado e perfurado para absorver os impactos das ondas e não permitir que a água invada a ilha.

A construção do Burj Al Arab enfrentou dificuldades desde a criação da ilha artificial. No início desta obra, Dubai passou por uma tempestade, conhecida como shamal, e a partir dela a equipe que estava projetando a edificação pode perceber uma das condições climáticas que poderia causar graves danos à construção. A altura da ilha deveria ser a menor possível para gerar a impressão de uma vela que se eleva na água, contudo foi preciso escolher os materiais e altura adequados para que as ondas do mar não danificassem a estrutura do hotel e que isso tivesse consequências catastróficas. Inicialmente, o planejamento dos engenheiros era que a ilha fosse construída com a utilização de pedras, mas seria necessário que fosse muito grande para repelir o mar com segurança, então foram utilizados blocos de concreto projetados para absorver e diminuir os impactos das ondas, assim pode-se construir uma ilha segura com somente 7,5 metros acima das ondas. Para a construção da fundação, era necessário escavar o local, entretanto a remoção da areia poderia ser perigosa, devido ao risco de inundação da ilha por meio da penetração da água por debaixo da estrutura. Afim de evitar tal fato, foi injetado cimento líquido na areia para que isso selasse a parede de aço. Outro desafio encontrado foi construir o edifício sobre areia, já que não havia sido encontrada nenhuma rocha firme e sólida em até 180 metros de profundidade. Assim, foram feitas estacas de sustentação de concreto reforçadas com aço e postas em perfurações à uma enorme profundidade na areia, considerando que o atrito superficial, ou seja, a resistência que impede a fricção entre duas superfícies duras seria suficiente para impedir que toda estrutura afunde. Uma grande preocupação durante a construção foi o fato de Dubai estar bem próximo de uma falha geológica, o que torna a estrutura suscetível à terremotos. Então utilizaram 250 para fazer a fundação, as quais foram feitas 20% mais profundas do que o planejado originalmente para garantir a segurança da estrutura.

O edifício tem leves paredes de concretos que por si só são incapazes de suportar os impactos da natureza, por isso o arquiteto Tom Wright projetou uma imensa estrutura de aço conhecida como exoesqueleto que é uma série de grandes armações diagonais que liga dois gigantes arcos de aço ao centro de concreto na parte de trás da edificação, para que esta suportasse ventos fortes e terremotos. Entretanto tal imensa estrutura foi um grande problema para o engenheiro chefe, pois é essencial que essa seja forte para manter o exoesqueleto em seu devido lugar e ao mesmo tempo elegante por fazer parte da estética do prédio. O próximo desafio foi colocar essas peças de 165 toneladas em seus devidos lugares à uma altura de 200 metros, além disso amplitude térmica diária em Dubai pode ser de até 14ºC, isso faz com quem a estrutura de aço sofra expansão e contração de maneira significativa, o que dificulta a instalação da peça do edifício. Então para elevar as gigantescas diagonais foram utilizados dois guinchos como os usados em poços de perfuração em alto mar e cabos com força de resistência a ruptura de 225 toneladas. Para encaixar a peça, confeccionaram uma arruela com o centro móvel que se alinha ao centro de encaixe do exoesqueleto e então colocaram um pino para prender uma estrutura à outra.

Um fator climático desafiante era os ventos fortes da região, foram feitos testes em túnel aerodinâmico simulando as condições em que o Palácio dos Sonhos iria passar e percebeu-se o risco do desprendimento de vórtices, em que quando certas condições de vento sopram sobre bordas aguçadas em estruturas de aço podem gerar minitornados, o que criar vibrações perigosas que podem destruir o edifício. Para evitar que isso aconteça, foram criados pesos suspensos, conhecidos como amortecedores de massa que foram instalados em regiões vulneráveis do exoesqueleto, assim quando ocorrer o risco do desprendimento de vórtice criar vibrações perigosas o que irá balançar são esses amortecedores que pesam 5 toneladas ao invés da estrutura, mantendo o Burj Al Arab dentro dos limites de segurança.

Como solicitado pelo Sheik Bin Rashid Al Maktoum, o hotel precisava surpreender, por isso no seu projeto havia um restaurante com forma similar de asa que aparentava estar suspenso no ar, à mais de 200 metros acima do mar. O problema era como construir tal restaurante