A INDÚSTRIA DE PROCESSOS QUÍMICOS: CIMENTO E CAL
Por: xique_deix • 15/4/2018 • Trabalho acadêmico • 3.202 Palavras (13 Páginas) • 350 Visualizações
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INDÚSTRIA DE PROCESSOS QUÍMICOS: CIMENTO E CAL
PROCESS CHEMICAL INDUSTRY: CEMENT AND LIME
Ananda Caroline V. Falcão *email: anandacaroline2@outlook.com
Ayrton Fiamoncini Marins *email: seninha_boc@hotmail.com
Gesiel G. da Silva *email: gesielggs@gmail.com
Luiz Otávio Sales Delgado *email: luizsd@live.com
Renato G. V. Araújo *e-mail: renatogva@hotmail.com
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Ponta Grossa, PR
Resumo: Perdendo apenas para a água, o cimento é o segundo material mais utilizado pelo homem desde a antiguidade. Foi a partir do século XVIII que a ciência obteve um grande avanço nas pesquisas desse material, e então a indústria começou a crescer. No Brasil, a produção de cimento é exemplo de desenvolvimento, tornando-o autossuficiente. A facilidade de encontrar matérias-primas em território nacional evita gastos com transporte e agiliza os processos de fabricação do material.
Palavras-chave: Cimento. Cal. Processos. Fabricação. Matérias-primas.
Abstract: Second only to water, concrete is the second material most used by man since ancient times. It was from the eighteenth century that science achieved a major breakthrough in the research of this material, and then the industry began to grow. In Brazil, the production of cement is an example of development, making it self-sufficient. The ease of finding feedstocks in the country avoids transport costs and streamlines material manufacturing processes.
Keywords: Cement. Lime. Processes. Manufacture. Feedstocks.
1 INTRODUÇÃO
1.1 História da indústria de cimento
Empregado como base para o concreto, o segundo material mais utilizado pelo homem, o cimento tem como origem a palavra do latim caementu, que representava na Roma antiga uma espécie de pedra natural de rochedos não esquadrejada.
A história da evolução da indústria de cimento começou a se concretizar a partir do trabalho de pesquisadores para desenvolver cimento hidráulico em 1780. Porém, após esse período, houve certa dificuldade para encontrar as matérias primas necessárias para argamassas de revestimento externo. Devido a esse fato, fórmulas e denominações distintas foram atribuídos ao cimento. Joseph Aspdin, em 1830, criou e patenteou uma mistura em proporções certas e definidas de calcário e argila que é utilizado até os dias atuais e foi denominado como “cimento Portland”. A partir daí, seu uso e comercialização expandiram-se para todo o mundo. Sua denominação foi alterada posteriormente, em 1855, quando Joseph Louis Lambot utilizou a expressão “cimento armado”.
Devido ao elevado desenvolvimento no Brasil no período da Revolução Industrial era exigida a implementação de uma indústria nacional de cimento. O incentivo para essa implementação foram os altos índices de importação de cimento da Europa e as tarifas de importação que na época era de 30%. Houveram três iniciativas. As primeiras ocorreram em 1888 no Nordeste e em São Paulo, mais especificamente em na Paraíba e vizinhanças de Sorocaba.
A Usina Rodovalho, que foi implementada em 1888 pelo comendador Antônio Proost Rodovalho funcionou até 1904, produzindo o cimento “Santo Antonio”. Retomou seus trabalhos em 1907 com produtos de marcas distintas e foi extinta em 1918. A produção de Louis da Nóbrega durou apenas 3 meses. A terceira iniciativa, ocorreu no Espirito Santo, em 1912, por meio de um falho programa estatal de industrialização pelo Governo do Estado.
Posteriormente, entre 1945 e 1955, o Brasil se tornou autossuficiente no consumo de cimento, inaugurando 16 novas fábricas. Porém, a deficiência econômica na década de 60 afetou diretamente a indústria de cimento que se recuperou na década de 70 devido ao milagre econômico, em consequência dos investimentos governamentais em obras de infraestrutura. Durante toda a década a indústria de cimento se desenvolveu no país, implementando 22 novas fábricas. Esse desenvolvimento só foi interrompido no final da década, devido à crise do petróleo.
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(Figura 1 – Produção de cimento no Brasil)
Fonte: SNIC
Devido à pouca atividade civil nos anos 80, ocasionada por crises nunca antes vistas, empresas de cimento chegaram a operar com capacidade ociosa de 55%. A estabilização econômica e o aumento do poder aquisitivo da população com a implementação do Plano Real refletiram no mercado de cimento e em 1999 o consumo de cimento bateu recordes.
A partir do ano 2000 houve novamente problemas econômicos e a desvalorização do Real, atingiu em cheio o consumo. E com o marco regulatório da construção civil, o incentivo à construção imobiliária, o crescimento da massa salarial, expansão do crédito, redução dos juros e a capitalização das incorporadoras e construtoras em 2004, a indústria de cimento apresentou um forte crescimento.
1.2 História da indústria da cal
Há diversas teorias sobre o descobrimento da cal, mas não se sabe ao certo como e quando isso ocorreu. A existência de fundações de cal na Turquia oriental demonstra que ela já era utilizada há 14000 anos. Apesar disso, houveram momentos importantes nas civilizações primitivas como a utilização de cal e calcário quebrado não aquecido para cobrir paredes, pisos e lareiras nos lares, fertilização de campos e estabilidade de solos.
Do século IV ao século XXI foi criado um sabão com base em cinza de madeira com base nas propriedades cáusticas da cal. Posteriormente, de 1300 a 1800 a cal foi o principal material de construção de casas e foi amplamente utilizada em toda a Europa como gesso e pintura decorativa.
A proliferação de inovações, sobretudo com o nascimento e rápido desenvolvimento de tecnologias, ampliou o espectro de utilização da cal. Nos dias de hoje, nos deparamos com cal, ou com os resultados dos tratamentos que a utilizam, de uma maneira ou de outra a cada minuto do dia.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Matérias-Primas
O primeiro passo na produção cimento é extrair as matérias-primas das pedreiras. Normalmente é feita a céu aberto, e pode ser mecânico ou com explosivos. As fábricas de cimento geralmente se instalam ao lado das minas para evitar custos desnecessários de transporte.
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