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A Influência da Tecnologia no Futuro da Engenharia

Por:   •  17/4/2020  •  Artigo  •  2.632 Palavras (11 Páginas)  •  186 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

    Profissão, segundo Friedson (1998), é um estágio de ocupações variadas do qual os participantes têm educação superior, e são identificados pelos seus "saberes específicos". No entanto, à maneira com que se tem informação em volume e velocidades cada vez maiores, é ponderado questionar se esses estágios são formados por pessoas cuja capacidade para realizar uma atividade (ou um grupo de atividades) se limita apenas a conhecimentos puramente técnicos recebidos na academia. 

    As profissões, em geral, são manuseadas de modo a se adaptarem ao ambiente atual. Tendem à ficarem cada vez mais difíceis de acompanhar suas evoluções, pelo ritmo acelerado de inovações. Com isso, os colaboradores diariamente se deparam com desafios trazidos pelo emprego das tecnologias. Obrigando-os a encontrarem estratégias de sobrevivência no mercado de trabalho. Assim, tornando-os polivalentes ou ultrapassados pela concorrência. (ABBOUT, 1998). 

    Quando o assunto está relacionado à profissões e tecnologia, é, por conseguinte, peremptório falar também sobre engenharia. Para conhecer qual a influência da tecnologia no futuro da Engenharia em relação ao mercado de trabalho, o artigo abordou temas como: O futuro da Engenharia no mercado de trabalho; O avanço da inteligência artificial nos setores produtivos; E quais profissionais sobreviverão às mudanças.

    Engenhar significa identificar soluções assertivas fundamentadas em conceitos científicos, o que corrobora, intensamente, para criações ou melhorias de objetos que influenciam na qualidade de vida e/ou de serviços prestados. Por isso ser um profissional de engenharia ciente sobre as constantes demandas de melhorias, e, não menos importante, estar preparado para lidar com inúmeras variáveis, técnicas e não técnicas, pode ser o fiel da balança entre uma carreira de sucesso e uma medíocre."

    Acima de tudo, está a liderança . A velocidade com que ocorrem descobertas, mudanças e afins, e a alta competitividade da atualidade, torna ainda mais importante o ser líder (KOTTER 2000). E este é o diferencial.  

 

    O objetivo desta produção, portanto, é apresentar aos profissionais de engenharia a importância de se estar conectado com os avanços da tecnologia, e, consequentemente, com a 4ª Revolução Industrial.


2. TECNOLOGIA, DESEMPREGO E TRANSFORMAÇÃO DE FUNÇÕES.

   A engenharia, em tese, é sempre apontada com uma área promissora, devido ao avanço tecnológico ocorrido anualmente e a versatilidade que um engenheiro possui para exercer diversas funções; para que se possa analisar de uma melhor forma o impacto das novas tecnologias, é de suma importância compreender a relação das tecnologias anteriores com a utilização da mão-de-obra.

    Retroagindo a certo tempo, o que pode ser observado em estudos, especialmente da década de 80 no Brasil, e principalmente em artigos sobre os impactos da evolução tecnológica dos processos em países em desenvolvimento, é o consenso de que as constantes inovações aplicadas a esses processos trariam, inerentemente, economia de mão-de-obra, e com isso, o desaparecimento de algumas funções.

    Outro problema é a falta de estudos contemporâneos sobre o tema da influência das inovações tecnológicas nos padrões de trabalho brasileiros e de outros países em desenvolvimento, na contramão do resto do mundo – principalmente países desenvolvidos.

Para enfim esclarecer as questões abordadas neste estudo, utilizar-se-á como referência o artigo do Professor Hubert Schmitz, de 1985. Segundo Schmitz,  naquele tempo, a evolução da chamada microeletrônica teve efeitos similares sobre os processos produtivos e a mudança nas funções profissionais que nós enxergamos nos tempos contemporâneos; outrora fora o surgimento dos microprocessadores de dados e, em nossos tempos a avalanche tecnológica que promete mudar radicalmente – e novamente – estes processos é a chamada Indústria 4.0: máquinas que aprendem (inteligência artificial) e conexão entre estas (internet das coisas).

Apesar de ser grande o entusiasmo pela chegada da microeletrônica, era notável a possibilidade de se ter um impacto social negativo, principalmente a substituição de trabalhadores por máquinas, era grande. Embora seja fato que diversas crises de desemprego tenham atingido a humanidade ao longo da história, é fato que nenhuma delas foi causada pela tecnologia - ou pelas máquinas. Hayek vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 1974, disse, em palestra proferida em 1975 no Cato   Institute:  

“o desemprego é causado por um desvio do equilíbrio entre preços e salários. Por outro lado, o equilíbrio poderia existir caso houvesse um mercado livre e uma quantidade estável de dinheiro, no entanto, é impossível saber, de antemão, qual seria a estrutura de preços relativos e salários que tornaria possível o estabelecimento do equilíbrio”.

Mesmo assim, é possível citar vários exemplos de dispensa de mão-de-obra direta ou indireta causada pela aplicação da chamada microeletrônica. Por exemplo, a quantidade de empregos na indústria de telecomunicações da Suécia e Grã-Bretanha caindo 33 e 26%, respectivamente, entre 1975 e 1978, basicamente devido a inovações ligadas a esses avanços tecnológicos. Outro exemplo foi a indústria tipográfica da Alemanha Ocidental que sofreu um declínio de 21% em seu número de empregos entre 1970 e 1980, ao mesmo tempo que a produtividade aumentou 43% [Hoffman (1982)]. Ayres e Miller (1981/1982) julgam que no mínimo 15% dos trabalhos com equipamentos na indústria metalúrgica dos Estados Unidos poderiam ser realizados por robôs já encontrados no mercado e mais de 40% pelos da próxima geração, dotados de capacidades sensoriais. É fácil concluir, observando a complexidade do assunto e de suas inúmeras variáveis, que o avanço tecnológico não prepondera sobre outros fatores do mundo para variação, positiva ou negativa, no número absoluto de empregos criados.

    Esses estudos são de grande importância, porém, para afirmar que, na verdade, a tecnologia acaba com funções específicas, enquanto que cria e transforma – caso da engenharia – outras;  é correto alegar que, para que essas novas tecnologias sejam implementadas, manutenidas e vendidas, o mercado cria funções específicas e, portanto, empregos. No decorrer da década de 80, Na Pesq. Plan. Econ.15(3) dez 1985 baseada na obra escrita por [Hubert Schmitz (1985) ]" A microeletrônica: suas implicações sobre o emprego e o salário ", foi realizado um estudo  sobre a indústria britânica, que tentou envolver tanto perdas quanto ganhos referente a aplicações de produtos e processos, onde foi constatado que“os ganhos e perdas estimados representam menos de um quarto de 1% do total de empregos industriais no momento do estudo” [ Northcott e Rogers (1982)]. Já uma segunda pesquisa apontada na Pesq. Plan. Econ. 15(3) dez 1985 posteriormente feita, confirmou a existência de uma perda liquida relativamente pequena de empregos, sendo “entre 1981 e 1983 equivalente a cerca de 0.6 % do total de empregos na indústria” [ Northcott e Rogers (1984)].

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