TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Japonesa e Sociotécnica

Por:   •  16/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.265 Palavras (10 Páginas)  •  271 Visualizações

Página 1 de 10

FAE Centro Universitário

Disciplina: Organização da Produção

Professor: José Vicente Bandeira de Mello Cordeiro

  1. Liste 5 pontos em comum entre as abordagens sociotécnica e japonesa.
  • O trabalho em equipe é prescrito,
  • Autonomia dos operadores é defendida,
  • Controle de qualidade na origem (e não por inspeção final),
  • Melhora contínua,
  • Preocupação em usar a automação no processo de produção para ter operadores mais saudáveis.
  1. Liste 5 diferenças entre as abordagens sociotécnica e japonesa.
  • Equipes da abordagem sociotécnica buscam maximizar a autonomia e a participação dos operadores em projetos de melhoria de produtividade e qualidade. Na abordagem japonesa, mais pragmática, o nível de autonomia tende a ser aquele demandado pela estratégia do momento.
  • Sociotécnica é teórica, ou seja, teve teoria acadêmica primeiro e depois foi aplicada. Japonesa parte da experiência (tentativa de empresas japonesas de adotar abordagem americana da produção em massa em um mercado pequeno, com alta variedade e uma cultura de participação e comprometimento).
  • Sociotécnica tem origem com foco em melhorar a qualidade de vida no trabalho, atenuando problemas do fordismo-taylorismo. Japonesa tem foco originalmente na busca do aumento de flexibilidade em ambiente de alta flexibilidade.
  • A preocupação com o trabalhador.
  1. “A Produção Enxuta, representada pelo Toyotismo, venceu a Produção Reflexiva, representada pelo Volvismo e defendida pelo pessoal sociotécnico”. Comente a afirmativa, concordando ou não e justificando.

Volvo em Kalmar e Uddevalla mostrou-se muito a frente de sua época em termos de autonomia e necessidades de mercado. Essas plantas, que poderiam ser muito produtivas fazendo uma grande variedade de produtos customizados não o fizeram porque às décadas de 1970 e 1980 a demanda por customização ainda não era tão grande e não existia TI para viabilizar a conexão entre os processos de vendas e a produção. Assim, a abordagem da Toyota parece ter predominado nas décadas de 1990 e 2000 para produtos do Grupo II de Woodward. Isso não elimina o fato de já nestes períodos a abordagem sociotécnica / reflexiva mostrava-se excelente para empresas dos grupos I e III (vide casos da SEMCO brasileira e da Miller-Coors em Trenton-MI nos EUA). Além disso, diante de uma grande demanda por customização a partir de 2000, a própria Toyota adotou uma abordagem sociotécnica reflexiva em uma de suas plantas (TMK) que produz veículos de alto luxo da Toyota e da Lexus com altíssimo grau de customização, o que mostra que existe uma tendência mesmo no Grupo II de aumento da viabilidade do Volvismo.

  1. Com base no artigo de Thomaz Wood Jr., pede-se:
  1. Você concorda com a caracterização e com a metáfora que o autor faz das abordagens fordista, toyotista e volvista? Justifique sua resposta.

As metáforas de maquina (fordismo), organismo vivo (Toyotismo) e cérebro (Volvismo) parecem adequadas aos conceitos iniciais de cada uma das abordagens. Entretanto fundamental perceber que os conceitos não se referem ao que faz a Ford hoje (Fortemente Toyotista, embora lutando contra uma cultura Fordista), a Toyota (adotando vários princípios Volvistas recentemente) e Volvo (Adotando vários princípios Toyotistas, mas mantendo uma cultura Volvista).

  1. Você concorda que as grandes mudanças de paradigma da organização da produção tiveram e continuaram tendo início no setor automobilístico? Justifique sua resposta.

       O protagonismo do setor automotivo em termos de organização da produção deve-se a uma mistura de alto volume de produção e alta complexidade de produto. Existem mercados com maior volume, mas produtos simples (química, por exemplo). Existem outras indústrias com muita complexidade, mas volumes baixos (equipamentos para indústria, aviões,etc..). É a junção dos dois que é crítica.  

  1. Resolva o caso a seguir:

A Sound-Machine (SM) é uma empresa que fábrica aparelhos de som, vídeo e relacionados, tendo sido fundada na década de 1960 no interior de São Paulo. Inicialmente, a empresa preocupou-se com o licenciamento de tecnologias de empresas estrangeiras, principalmente europeias e norte-americanas. Com o aprofundamento da política de substituição de importações ocorrido a partir do início dos governos militares, a empresa tornou-se licenciada exclusiva de uma grande empresa alemã do setor, passando inclusive a comercializar a sua marca. Por outro lado, os produtos com a marca SM continuavam a serem comercializados, focando segmentos de menor renda. As peças e componentes de maior tecnologia eram importadas no início, mas aos poucos começaram a ser produzidas no país, pela própria SM e alguns fornecedores localizados no Estado de São Paulo. Na década de 1980 a empresa abriu uma segunda fábrica na Zona Franca de Manaus. O objetivo era usufruir dos benefícios fiscais daquela região. Entretanto, as operações de fabricação e até mesmo as sub-montagens mais importantes, bem como a montagem finais de alguns itens, continuaram sendo feitas em São Paulo. A fábrica de Manaus era, na verdade, uma montadora CKD.

A empresa foi bastante rentável ao longo do período 1971-1990, chegando a este ano com aproximadamente 600 funcionários e faturamento acima de US$ 200 milhões. Entretanto, a abertura comercial iniciada com o Governo Collor e aprofundada no primeiro Governo FHC quase levou a mesma a falência. A liberação da importação de eletroeletrônicos complicou a vida da empresa. As margens, antes elevadas, passaram a ser bastante apertadas, e mesmo assim as vendas caíram.

Em 1994, a empresa iniciou um programa de Qualidade Total. A ideia era constituir grupos de melhoria formados por operadores, encarregados e supervisores, visando reduzir os custos de produção. Foi contratado um gerente de qualidade, que já tinha participado da implementação de um programa semelhante em uma empresa do setor siderúrgico. A Fundação Christiano Ottoni foi contratada para treinar supervisores, gerentes e pessoal de staff, que ficariam responsáveis pela multiplicação dos treinamentos para o pessoal operacional.

O programa começou pela área de montagem de televisores, sendo feito ali um piloto. Em 1995 o mesmo já havia se espalhado para a fábrica inteira. O design do programa começava pelo 5S’s e atingia seu ápice com a formação de círculos de qualidade para a resolução de problemas de produção e mesmo administrativos, padronizando as soluções propostas. Em alguns meses, o sucesso na área piloto fez com que o mesmo fosse estendido para o restante da fábrica. O número de sugestões de melhoria aumentou de forma consistente entre março de 1995 e janeiro de 1996, sendo boa parte delas implementadas. No mesmo período, os custos de produção foram reduzidos em 18,5%, o que foi suficiente para equilibrar as finanças e permitir que a diretoria passasse a focar um novo problema: a multinacional alemã decidira limitar os licenciamentos e entrar com uma linha de produtos própria, fabricada no exterior, para abocanhar o mercado de maior renda no Brasil. A esta altura, 75% do faturamento da SM era proveniente de produtos de sua própria marca, mas a empresa não possuía uma área de Pesquisa e Desenvolvimento e Engenharia estruturada, o que equivale a dizer que mesmo as tecnologias mais simples haviam sido licenciadas da parceira alemã há mais tempo.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (14.4 Kb)   pdf (127.3 Kb)   docx (17.5 Kb)  
Continuar por mais 9 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com