A Obras com Sustentabilidade

Para que comecemos a falar sobre com consumo consciente de energia, é preciso que se faça a correta distinção entre sustentabilidade e ecologia, e que se esclareça a errônea ideia que tudo que é sustentável é mais caro e não tem ampla oferta no mercado, que faz com que consumidores duvidem da eficiência e qualidade dos produtos e serviços sustentáveis.

Sustentabilidade nada mais é do que a utilização de recursos, sobretudo naturais, para atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras. E podemos perceber que infelizmente ainda há grande dúvida em relação a solidez de tais práticas quando nos deparamos com dados como, por exemplo, no Brasil, que estima-se que apenas 29% das empresas desenvolvem alguma ação de modo a organizar uma rede de fornecedores socialmente responsáveis.

Edifícios verdes não são necessariamente mais caros, até porque o retorno do investimento ocorre em prazos mais curtos devido a redução de custos operacionais. Investir em sustentabilidade dos edifícios traduz diretamente em economia de água e energia elétrica, mas também em racionalização construtiva e redução de custos de retrabalho e desperdício.

Existem recomendações norteadoras para todo projeto de arquitetura, recomendada pela ASBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura), que facilitam para que se atinja tão desejada eficiência sustentável nas construções, como por exemplo, a utilização de técnicas construtivas mais econômicas, maior aproveitamento das condições naturais do local (estudo de implantação e do seu entorno), priorizar a iluminação e ventilação natural do edifício através da abertura de mais e/ou maiores vãos e a utilização de fontes alternativas como placas solares e mais econômicas, como as lâmpadas com tecnologia LED.

Deve-se também tomar partido dos usuários da edificação, já que na vida das populações de hoje, pressupõe-se um maior período no interior dos edifícios. Soluções como a integração dos espaços de trabalho (modelo Landscape de organização de layout), redução do número de paredes (alvenaria) que dificultam a ventilação natural, a instalação de brises (venezianas verticais) nas fachadas que recebem maior incidência de raios solares nas estações mais quentes, a criação de mais áreas verdes e até a troca de equipamentos mecânicos (ar condicionado,ventiladores etc) obsoletos e sua correta instalação (posicionamento e vedação), são fatores eficazes que auxiliam no aumento do conforto dos usuários.

De uma forma geral, estima-se que o custo de implantação de edifícios sustentáveis sejam até 10% superiores ao convencional, porém os custos operacionais são em média 30% inferiores, revertendo em economia para os usuários e maior retorno para os investidores. Assim, somente com práticas e ações que visem à sustentabilidade, sem a diminuição de qualquer expectativa, estaremos garantindo uma vida melhor e mais satisfatória para todos.