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A Quarta Revolução Industrial

Por:   •  23/11/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  4.763 Palavras (20 Páginas)  •  299 Visualizações

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1.0 INTRODUÇÃO

A interconectividade tornou-se fato. Nos últimos anos o mundo digital e o mundo real interligaram-se ocasionando mudanças na vida pessoal e nas indústrias. Iniciou-se a “Quarta Revolução Industrial”.

O conceito de Indústria 4.0 é recente. Refere-se ao emprego das principais inovações tecnológicas; Sistemas Cyber-Físicos, Internet das Coisas e Internet dos Serviços; no processo de manufatura. Com o objetivo de tornar as fábricas inteligentes, eficientes, autônomas e customizáveis até o nível em que a mesma possa ser capaz de definir o que será produzido ou não – “Smart Factory”.

Nessa nova forma de produção tudo é conectado de ponta a ponta, ou seja, toda tecnologia envolvida segue concomitantemente com o processo produtivo desde a criação do produto até o pós venda. As indústrias são rastreadas e monitoradas remotamente por meio de diversos sensores espalhados ao longo da planta. Tudo isso torna a produção menos custosa e cria grandes vantagens competitivas.

As repercussões da quarta revolução industrial será grande. É esperado um grande aumento da produtividade devido a automação de plantas industriais e uma ampliação da geração e interpretação de dados que irá impactar no ganho de produtividade. Haverá uma mudança na natureza do trabalho, pois a automatização extinguirá algumas categorias e criará uma demanda por novos cargos. Os indivíduos que ocuparam esses novos cargos precisarão ter um potencial de adaptação, ser ágeis para aprender coisas novas e se ambientar em novos contextos. Olhando por outra ótica com o aumento da produtividade haverá uma queda dos custos e o acirramento da concorrência, ocasionando impactos positivos aos consumidores, possibilitando um consumo maior via diminuição de preços de bens e serviços. No quesito empresarial ocorrerá um aumento da competitividade não só por custos de produção, mas também por inovação.

Os impactos irão muito além de ganhos de produtividade no chão de fábrica. Essa nova onda industrial vai envolver o encurtamento dos prazos de lançamento de novos produtos no mercado, a maior flexibilidade das linhas de produção, aumento da produtividade e da eficiência no uso de recursos e, até mesmo, a capacidade das empresas de se integrarem em cadeias globais de valor.

1.1 REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS

Para obter-se uma melhor perspectiva da indústria 4.0 é necessário realizar uma retrospectiva e compreender o que ocorreu nas revoluções que a precederam. A primeira Revolução Industrial ocorreu no final do século XVIII, e ficou caracterizada pela utilização do carvão como fonte de energia para as máquinas a vapor e as locomotivas. O termo fábrica foi popularizado, a produção tornou-se mais ágil aumentando a produtividade e houve uma migração de pessoas do campo para a cidade em busca de empregos no novo modo de produção.

No início de 1870 ocorre o surgimento de novas tecnologias e a introdução das mesmas nas fábricas. Henry Ford, com o Fordismo em 1914, articulou todas as inovações tecnológicas; energia elétrica, motor à explosão, corantes sintéticos, produção de aço e do alumínio em larga escala e telégrafo; e criou a semi-automatização da linha de montagem conseguindo uma racionalização dos recursos através da produção e do consumo em massa. As indústrias conseguiram lucrar mais, dinamizar a produção e controlar os gastos fazendo com que se desse a Segunda Revolução Industrial.

Surge, em meados da década de 60, a Revolução Técnico-Científica e Informacional que foi marcada por grandes avanços tecnológicos no campo da informática, da robótica, das telecomunicações, dos transportes, da biotecnologia, química fina e nanotecnologia. As indústrias saíram do sistema analógico e mecânico para o digital. O Fordimos deu lugar ao Toyotismo onde indústrias descentralizadas manufaturavam com um modelo de produção flexível, sofisticado e complexo que exigia trabalhadores capacitados. Resultando em melhoria no desempenho e na produtividade, produtos de melhor qualidade e barateamento dos custos de produção.

Atualmente é vivenciada a marcha para a quarta revolução industrial. A indústria 4.0 consiste em uma combinação de várias inovações tecnológicas digitais que estão amadurecendo conjuntamente e irão transformar os setores de energia e manufatura elevando o nível de automação industrial a um patamar em que as máquinas tornam-se entidades independentes e capazes de tomar decisões. Essas tecnologias, inteligência artificial, sensores sofisticados, computação em nuvem, fabricação digital, sistemas cyberfísicos, Internet das coisas e internet dos serviços, serão incorporadas a todos os elementos de uma cadeia de valor global interoperável e compartilhada por muitas empresas de muitos países.

Figura 1 – Revoluções Industriais[pic 1]

Fonte: https://pt.linkedin.com/pulse/ind%C3%BAstria-40-quarta-revolu%C3%A7%C3%A3o-industrial-edson-miranda-da-silva

1.2 QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL

O Brasil começou a sua industrialização a partir dos anos 1930 com o objetivo principal de efetivar a industrialização do país privilegiando as indústrias nacionais com medidas protecionistas e investimentos em infraestrutura. A indústria nacional cresceu significativamente, mas não se falava em inovação, ou seja, não houve estímulos ao desenvolvimento de novos produtos e tecnologias inovadoras.

Em meados da década de 60 o desenvolvimento industrial brasileiro ganhou novos rumos com a abertura da economia para o capital internacional e o país se viu em situação de defasagem tecnológica perante o restante do mundo. Na década de 80 houve um domínio de novas tecnologias: computadores, automação industrial, microcomputadores e softwares. Em 1990 parte da cadeia produtiva brasileira de bens de capital foi internacionalizada.

Passada a fase de estabilização econômica as indústrias brasileiras voltaram-se ao estímulo do desenvolvimento da capacidade competitiva por meio da inovação tecnológica estimulada pela Lei de Inovação federal de 2004.

Atualmente há um consenso entre os especialistas que a industrialização brasileira está em transição da indústria 2.0 para a 3.0, a defasagem em relação a países pioneiros em inovação tecnológica como a Alemanha é de 100 anos. As dificuldades de implantação da indústria 4.0 no Brasil são inúmeras; grande burocracia enraizada na cultura fabril, dificuldade de financiamentos para a aquisição das tecnologias de alto custo necessárias para implantação, crise econômica e política do país, entre outras.

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