A democracia de Schumpeter

Held argumenta que o conceito de democracia em Schumpeter não é original, e que sua teoria é considerada delimitada e defende um corpo muito particular de princípios a respeito de formas adequadas do que seria um possível governo popular. Uma outa coisa é que “[...] há uma correspondência ponto a ponto entre muitas das ideias de Schumpeter sobre a democracia, a organização partidária e a burocracia e as ideias de Weber em Economia e Sociedade” (HELD, 2007 apud ROTH, 1978, p. xcii).

A democracia para Schumpeter é um método político, ou seja, certo tipo de arranjo institucional para se alcançarem decisões políticas - legislativas e administrativas - e, portanto, não pode ser um fim em si mesma, não importando as decisões que produza sob condições históricas dadas. Ou seja, essa dinâmica da vida democrática é uma disputa entre líderes políticos organizados em partidos no intuito de assumirem o poder. Assim a democracia dará entender que o destino do sujeito democrático é o direito de escolher e autorizar periodicamente governos para agirem em seu beneficio. Então, “[...] democracia significa apenas que o povo tem a oportunidade de aceitar ou recusar os homens que o governam [...] Um aspecto disso pode ser expresso dizendo-se que a democracia é o governo do politico” (HELD, 2007, apud SCHUMPETER, 1961, p.284-5). Pois Joseph determina o caráter do eleitorado como fraco, propenso a fortes oscilações emocionais e intelectualmente inaptas a fazer qualquer coisa por conta própria, além de ser suscetível a forças externas. Tal argumento “fere” a essência da democracia, segundo a argumentação dos teóricos da democracia protetora.

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