ANÁLISE DAS VANTAGENS DA ASSOCIAÇÃO DE USINA DE BIOENERGIA NAS DEPENDÊNCIAS DE UMA ETR PARA O MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU
Por: Jessica Alves • 4/5/2021 • Trabalho acadêmico • 3.108 Palavras (13 Páginas) • 160 Visualizações
Tópicos Especiais em Engenharia Urbana III (PEU720)
Prof. D.Sc. Claudio Mahler
Outubro de 2019, PEU/POLI/UFRJ
ANÁLISE DAS VANTAGENS DA ASSOCIAÇÃO DE USINA DE BIOENERGIA NAS DEPENDÊNCIAS DE UMA ETR PARA O MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU
ANALYSIS OF THE ADVANTAGES OF THE ASSOCIATION OF BIOENERGY PLANT IN THE DEPENDENCIES OF AN ETR FOR THE NOVA IGUAÇU CITY
Abílio Maciel da Silva Neto, abilio.maciel@poli.ufrj.br
Mestrando em Engenharia Urbana – Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Jessica Venel Alves, jessicavenel@poli.ufrj.br
Mestranda em Engenharia Urbana – Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Resumo.
O município de Nova Iguaçu, na região metropolitana do Rio de Janeiro conta com aterro sanitário que recebe cerca de 5 mil toneladas de resíduos sólidos por dia. Entretanto sua operação logística é complexa dada a distância entre os pontos de coleta e o destino final. Desta forma, o presente trabalho visa analisar a possibilidade de implementação de uma Estação de Transferência de Resíduos Sólidos (ETR) com uma usina de bioenergia em anexo a fim de minimizar o volume disposto no aterro bem como a diminuição de custos de transportes envolvidos no processo atual. Dadas as limitações do trabalho como o tempo, no atual momento foram levantadas as características locais bem como as vantagens do projeto proposto para o ambiente no entorno deixando em aberto o desenvolvimento de estudos para verificação do melhor local para a implantação da estação.
Palavras-chave: Residuos Sólidos. Estação de Transferência. Bioenergia. Sustentabilidade.
Abstract.
The county of Nova Iguaçu, in the metropolitan region of Rio de Janeiro has a landfill that receives about 5,000 tons of solid waste per day. However, its logistics operation is complex given the distance between the collection points and the final destination. Thus, the present work aims to analyze the possibility of implementing a Solid Waste Transfer Station (SWTS) with a plant and bioenergy attached in order to minimize the landfill volume as well as the reduction of transport costs involved in the current process. Given the limitations of the work such as time, the local characteristics and the advantages of the proposed project for the surrounding environment were raised, leaving open the development of studies to verify the best place for the station implantation.
Keywords: Solid Waste. Transfer Station Bioenergy. Sustainability.
1. INTRODUÇÃO
O município de Nova Iguaçu possui a maior extensão territorial da Baixada Fluminense e a segunda maior população. Com relação ao manejo de resíduos sólidos conta com uma parceria público-privada para administração de um aterro sanitário no bairro de Adrianópolis, com funcionamento 24h, que recebe cerca de 5000 toneladas de resíduos por dia tanto de sua população como das vizinhas Belford Roxo, Nilópolis e Mesquita. O local está apto a receber resíduos sólidos urbanos, industriais de Classe II, de serviços de saúde e de construção e demolição. Em 2019, uma usina de geração de bioenergia de funcionamento integral foi inaugurada em suas dependências com capacidade para abastecer cerca de 65 mil residências (PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU, 2019; SANTOS, 2011).
Atualmente, diante da complexidade logística dos caminhões de coleta para descarte no aterro, estuda-se a possibilidade de instalação de uma Estação de Transferência de Resíduos (ETR) no município. O que auxiliaria a minimizar problemas como grandes distâncias percorridas, tempo de viagem, consumo de combustível, alto custo operacional, aumento de tráfego de caminhões, emissão de CO2 e outros.
O presente trabalho tem por objetivo, analisar os impactos sociais, econômicos e ambientais ao anexar uma usina de bioenergia a uma estação de transferência de resíduos que pode vir a ser implementada em Nova Iguaçu.
2. METODOLOGIA
A metodologia escolhida para elaboração do trabalho consiste em:
- Mapear as características locais e distâncias entre o Centro de Nova Iguaçu e o aterro em Adrianópolis;
- Coletar de dados a cerca da geração, custos e benefícios da bioenergia, por meio de pesquisa bibliográfica;
3. CENÁRIO
Enquanto a cidade do Rio de Janeiro conta com 4 estações de transferência implantadas (Caju, Irajá, Jacarepaguá e Fazenda Botafogo) e mais 4 em fase de projeto e construção (COMLURB, 2019), Nova Iguaçu ainda não dispõe deste recurso.
De acordo com dados fornecidos pelo serviço de pesquisa Google Maps, a distância mínima percorrida entre o Centro de Nova Iguaçu e o Centro de Tratamento de Resíduos Sólidos de Nova Iguaçu é de 12,1 km com tempo médio de viagem de 35 minutos, variável dependente do tráfego local (Figura 1).
Figura 1 – Distância CTR x Centro de Nova Iguaçu
[pic 1]
Fonte: Google Maps (2019)
Em média, cada caminhão compactador realiza cerca de duas viagens ao aterro nas Segundas e Terças-feiras e uma viagem por dia no restante da semana. Utilizando como ponto médio o centro de Nova Iguaçu, isso representa 10,5 horas de viagem e 217,8 km percorridos por caminhão em uma semana.
A falta de um local intermediário para disposição temporária dos resíduos acarreta em aumento no número de caminhões circulantes pela cidade com diferentes distâncias percorridas e tempos de viagem, o que traz ônus tanto no âmbito financeiro (custo operacional e combustível), como no ambiental (Emissão de CO2, ruídos).
4. REVISÃO DE LITERATURA
4.1 ESTAÇÕES DE TRANSFERÊNCIA DE RESÍDUOS (ETR)
De acordo com Albuquerque et al. (2010, p.3), “as atividades de gerenciamento de resíduos e seu processo operacional é desencadeado a partir da sua geração e compreende as etapas de acondicionamento, coleta, transporte (estação de transferência), tratamento e destino final dos resíduos”.
No que compete às estações de transferência, podem ser definidas como locais intermediários entre os pontos de coleta e o destino final, onde o transporte para o local de eliminação é feito por caminhões de maior porte que os compactadores, o que auxilia na redução de custos operacionais referentes ao manejo destes resíduos (PEREIRA; FRANCO; CASTILHOS JR., 2013).
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