ATERRO SANITÁRIO: TRATAMENTO DE LIXIVIADOS
Por: Priscila Amorim • 26/2/2020 • Artigo • 2.805 Palavras (12 Páginas) • 182 Visualizações
ATERRO SANITÁRIO: TRATAMENTO DE LIXIVIADOS
Priscila Rodrigues da Costa
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
priscila_rc@live.com
RESUMO
Os objetivos deste artigo foram analisar as condições ambientais e operacionais e métodos favoráveis para o tratamento de lixiviados de aterro sanitário.
A disposição de lixiviados em aterros sanitários prejudica o meio ambiente e, consequentemente, a população que mora próximo do local. Devido as suas características poluentes, os lixiviados precisam ser tratados. Um dos tratamentos mais eficazes em relação à obtenção de efluente tratado é a de osmose inversa, pois gera dois efluentes no final do processo: o permeado e o concentrado. Outro meio de tratamento seria através de redes espinhadas de drenos que são conduzidos por gravidade para local de visita exterior ao aterro.
PALAVRAS-CHAVE: meio ambiente, aterro sanitário, lixiviados, tratamentos.
ABSTRACT
The objectives of this paper were to analyze the environmental and operational conditions and favorable methods for the treatment of landfill leachate.
The disposal landfill leachate harmful to the environment and, consequently, the population living near the site. Due to its polluting leachate must be treated. One of the most effective treatments relative to obtain treated effluent is reverse osmosis, it generates two effluent at the end of the process: the permeate and concentrate. Another means of treatment would be through networks espinhadas drains that are driven by gravity to visit site outside the landfill.
KEYWORDS: environmental, landfill leachate treatment.
INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos estão sendo cada vez mais um assunto de preocupação ambiental em todo o mundo. Esses resíduos quando coletados e tratados de maneira adequada, seus resultados influenciam na vida da população e na destruição do meio ambiente. Isto porque os resíduos são materiais e substâncias que, depois de utilizados, se não tiverem destinação adequada, podem por em risco as atividades que venham a ser desenvolvidas onde foram dispensados (GRANZIERA, 2009).
A quantidade de resíduos que é aterrada em aterros sanitários passa por transformações com o tempo, pois os microrganismos presentes no solo passam a atuar diretamente nesse material. Com isso, os resíduos sofrem decomposição e como produto final gera um líquido de odor desagradável e com uma cor escura, o qual é denominado de lixiviado.
O conceito de lixiviação é usado para descrever um fenômeno de climas húmidos, causando a perda de nutrientes, em algumas camadas do solo, a água arrastando substâncias de base terrestres tais como argila, sais de ferro ou de húmus. Este conceito também é usado para indicar a transição para rios e mares de detritos e outros contaminantes e o processo de lavagem de uma camada de solo e a camada geológico pela água. A vegetação, especialmente floresta, serve como protecção natural contra a lixiviação, portanto se for destruído, este processo será muito acelerado.
De acordo com Amaral (2009)
Lixiviados de aterros sanitários apresentam altas concentrações de nitrogênio amoniacal e matéria orgânica, além de outros poluentes, que não permitem seu descarte no meio ambiente, sem um prévio tratamento. Lixiviados de aterros sanitários mais antigos, com matéria orgânica mais estabilizada, apresentam grande potencial poluidor, principalmente devido à presença de substâncias recalcitrantes que, usualmente, não são removidas através de tratamento biológico, necessitando, portanto, da aplicação de um pós-tratamento.
A qualidade e a quantidade de lixiviado produzido dependem de inúmeros fatores como composição do resíduo aterrado (resíduo sólido domiciliar, comercial, industrial, limpeza de áreas de jardinagem, recebimento de lodo de ETA e ETE, resíduos de incineradores), regime de chuvas e precipitação anual, escoamento superficial, evapotranspiração, tipo de solo (infiltração, permeabilidade), fração da matéria orgânica e umidade inicial da massa de resíduo, temperatura, idade do aterro, tipo de cobertura e profundidade, entre outros. A idade do aterro é um importante fator de interferência na qualidade do lixiviado, influenciando, portanto, na escolha do tratamento que será utilizado. (QASIN, CHIANG, 1994, IPT/CEMPRE, 2000; LO, 1996).
Se os lixiviados forem descartados no meio ambiente sem o devido tratamento poderá acontecer um processo chamado de eutrofização onde um corpo d’água fica com excesso de nutrientes, acarretando em um crescimento demasiado de algas desequilibrando o meio aquático. Por causa desse e de mais problemas tanto de saúde quanto de preservação de mananciais, várias normas tem sido regulamentadas pelos órgãos ambientais.
Segundo a Resolução CONAMA 357/2005 (alterada pela Resolução 397/2008) em seu artigo 34, estabelece que os efluentes de qualquer fonte poluidora, só poderão ser lançados direta ou indiretamente no corpo d’água, desde que obedeçam as condições e padrões previstos nesse artigo. Essas condições são:
- O efluente não pode causar ou ter potencial para causar efeitos tóxicos aos organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com critérios de toxidade estabelecidos pelo órgão competente;
- O lixiviado a ser lançado deverá ter pH entre 5,0 e 9,0;
- Obedecer às restrições para o lançamento de efluente recomendados pela Resolução CONAMA 357/2005 e mantido na Resolução 397/2008.
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Figura 1: Contaminação por lixiviado
Fonte: Google
MATERIAIS E MÉTODOS
De uma maneira geral, os lixiviados dos aterros apresentam características diferentes em relação a diversos fatores, como por exemplo: composição do resíduo, clima, temperatura, topografia do local, tipo de solo, regime de chuvas, idade do aterro, entre outros.
Pensando em melhorar as técnicas para tratar lixiviados, os aterros sanitários estão possuindo um sistema de tratamento provenientes das células de exploração e das águas residuais industriais e domésticas provenientes das zonas de apoio. Esse sistema é constituído por:
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