Acidente com a Plataforma P-36 da Petrobras
Por: fernando-cesar • 29/12/2015 • Artigo • 3.547 Palavras (15 Páginas) • 381 Visualizações
Acidente com a Plataforma P-36 da Petrobras
1. Histórico
A P-36 era operada pela Petrobras no campo de Roncador, Bacia de Campos, distante 130 km da costa do estado do Rio de Janeiro, produzindo 84.000 barris de petróleo por dia, sendo a maior plataforma semissubmersível de produção de petróleo no mundo antes de seu afundamento em 15 de março de 2001.
A plataforma foi batizada originalmente com o nome de Spirit of Columbus, sendo construída pelo Estaleiro Italiano Fincantieri entre 1986 e 1994 encomenda pela SANA S/A, subsidiária da Inglesa Midland & Scottish Resources para operação no Campo de Emmerald, no Mar do Norte.
Com a mudança dos planos da Midland & Scottish Resources para o campo de Emmerald, a plataforma ficou sem uso até 1997 quando foi arrendada a Petrobras e mudando a sua denominação para P-36.
O arrendamento da plataforma tinha como objetivo inicial atender ao Campo de Marlim Sul, entretanto, devido ao curto prazo de apenas 3 anos dado pela ANP para a Petrobras iniciar as operações no campo de Roncador, a solução encontrada pela Petrobras foi redirecionar a operação da plataforma do Campo de Marlim Sul para Roncador o que obrigou a novas alterações de projeto na plataforma ainda no estaleiro.
Esta opção aparentemente acertada no primeiro momento, revelou-se desastrosa mais tardem, visto que os prazos apertados para a adequação da plataforma para operar nas novas condições acabaram gerando uma série de pequenos erros de design, projeto e fabricação que foram fatais para a operação segura da plataforma.
2. Upgrade
A Spirit of Columbus foi inicialmente projetada e construída para ser uma unidade de perfuração e produção para operar em profundidades de 100 a 500 metros e com capacidade para processar 100 mil barris/dia, após o arrendamento pela Petrobras a plataforma foi transformada para uma unidade apenas de processamento de petróleo com capacidade para 150 mil barris/dia com a finalidade de operar no campo de Marlin Sul.
Com a mudança do local de instalação, de Marlim Sul para o Campo de Roncador, a plataforma acabou sendo reprojetada para 180 mil barris/dia e 7,2 milhões m³/dia de gás natural.
Para a conversão foi contratada a empresa Petromec Inc., que subcontratou as seguintes empresas:
a. Noble Denton - empresa inglesa responsável pelo projeto da parte naval da plataforma
b. Amec - empresa inglesa responsável pelo projeto da nova planta de produção de óleo e gás;
c. Davies Industries - estaleiro localizado no Canadá até sua falência em 1998;
d. Petromec - estaleiro Brasileiro responsável pela finalização das modificações na plataforma;
e. RINA - empresa de certificação italiana;
f. ABS - empresa de certificação americana.
3. Dados sobre a plataforma
Dados Gerais
Nome PETROBRAS-36
BANDEIRA ITÁLIA
Nᵒ IMO 8916566
Indicativo Internacional ICOL
Nome do armador PETROBRAS
Nome do operador PETROBRAS
Ano da construção 1994
Nome anterior SPIRIT OF COLUMBUS
Sociedade Classificadora REGISTRO ITALIANO NAVALE (RINA) e AMERICAN BUREAU OF SHIPPING (ABS)
País de Registro ITÁLIA
Porto de Inscrição MACAÉ – RIO DE JANEIRO
Dados dimensionais:
Comprimento Total 112,776 m
Largura 77 m
Arqueação Bruta 34.481 m
Altura 120 m
Altura até o convés principal 43 m
Capacidade de acomodação 175 pessoas
Peso bruto 34.600 Ton
Dados da planta de produção:
Poços de produção 21 + 2 (sobressalentes)
Poços de injeção de água 5 + 2 (sobressalentes)
Oleoduto de exportação 3
Dutos de exportação de gás 2
Capacidade de processamento de petróleo 180 mil barris/dia
Capacidade de processamento de gás 7,2 milhões m³/dia
Taxa de injeção de água 24.000 m3/d
4. Local de Operação
A plataforma P-36 entrou em operação no campo de Roncador em 16/05/2000 onde permaneceu em operação até dia 15 de março de 2001.
http://og.infg.com.br/in/4533666-0e4-215/FT1500A/550/roncador.jpg
O Campo de Roncador, na Bacia de Campos, foi descoberto em 1996 e se estende por uma área de 111 km², em lâminas d’água de 1500 a 1900 metros. Suas reservas totais foram estimadas em 2,6 bilhões de barris de óleo equivalente, enquanto que as reservas provadas alcançam 1,7 bilhão de barris de óleo e 27,6 bilhões de metros cúbicos de gás.
Devido à grande extensão do campo, seu elevado volume de petróleo e gás e as limitações de capacidade de processamento das unidades de produção marítimas, o campo foi divido em três módulos, sendo que o primeiro módulo foi projetado para ter 28 poços interligados individualmente a uma unidade estacionária de produção, precisamente a plataforma P-36. Esse módulo entrou em produção em maio de 2000 e a P-36 tinha a capacidade de processar 180.000 barris/dia de petróleo e comprimir 7,2 milhões de m³/dia de gás natural.
O óleo tratado na P-36 era transferido por 2 risers rígidos para um navio petroleiro de grande porte, a unidade P-47, instalada em lâmina d’água de 815 metros e com capacidade para estocar 2 milhões de barris de petróleo, o gás era transferido para terra através de gasodutos.
Em seu último dia de produção (14 de março de 2001) a plataforma
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