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Artigo Custos Industriais

Por:   •  21/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  3.206 Palavras (13 Páginas)  •  232 Visualizações

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Introdução

As empresas vivem em um cenário de alta concorrência em termos de qualidade e custo de seus produtos, isso acarreta em uma constante evolução das empresas para que as mesmas consigam se manter no mercado. Dessa forma, é de suma importância conhecer bem os custos industriais, possibilitando um planejamento eficiente e uma correta tomada de decisões. Assim o estudo em questão mostra a aplicação do método de custeio ABC em uma microempresa do setor metalomecânico.

O custo corresponde ao esforço económico que se deve realizar para realizar um objetivo como pagamento de salários, a compra de materiais, a fabricação de um produto, a obtenção de fundos para o financiamento, a administração da empresa, etc. Se por um acaso, esse objetivo não seja alcançado, a empresa provavelmente sofrerá de perdas/prejuízos. Existem diversos métodos de custeio, os mais comuns são:

  • Custeio por Absorção: todos os custos de produção são alocados aos bens produzidos ou serviços prestados, custos fixos e variáveis, diretos e indiretos;
  • Custeio Variável: somente são apropriados como custos de fabricação os custos variáveis, diretos e indiretos. Os custos fixos existem se tiver ou não produção, logo não são considerados como custos de produção e sim como despesas, sendo alocados no resultado do período.
  • Custeio ABC: rastreia as atividades relevantes do processo produtivo, aloca os custos às atividades para então distribuí-los aos produtos.

Metodologia

Ao contrário dos métodos de custeio tradicionais, que rateiam os custos diretamente aos produtos, o método de custeio ABC rateia de acordo com as atividades relevantes do processo produtivo, aloca os custos à essas atividades e então o rateia entre os produtos desenvolvidos. O centro de interesse do ABC concentra-se nos gastos indiretos. A característica desse método é a atribuição mais rigorosa desses ao objeto de custo, permitindo um controle mais efetivo dos mesmos e oferecendo melhor suporte às decisões gerenciais (LEONE 2000).

No método de custeio ABC, os recursos de uma organização são consumidos por suas atividades e não pelos produtos que elas fabricam, logo, todas as atividades exercidas devem receber uma parte dos custos. As atividades são definidas como “um processo que combina, de forma adequada, pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos” (NAKAGAWA, 1994,p.42). Todos os recursos necessários para desempenhar uma atividade deve ser considerado, como por exemplo, salários com os respectivos encargos sociais, materiais, depreciação, energia, uso de instalações, dentre outros.

Seguindo o raciocínio dos autores consultados, LEONE (2000) e NAKAGAWA (1994), podemos separar a implantação do método de custei ABC em seis etapas:

  1. Identificação das atividades exercidas na produção ou serviço prestado;
  2. Determinar os recursos consumidos por cada atividade exercida;
  3. Separar tais atividades de acordo com o departamento em que é executada;
  4. Determinação dos direcionadores de custo de cada atividade;
  5. Determinação dos custos das atividades baseado nas informações dos direcionadores de custo;
  6. Agregação dos custos das atividades aos custos diretos do produto ou serviço produzido.

Implantação do Sistema ABC

Porttale é uma indústria do setor metalomecânico que fabrica esquadrias em alumínio (portas, janelas, box e outros), localizada no município de Marau-RS. A linha de produtos é dividida em doze tipos de produtos, porem o décimo segundo tipo é sobre encomenda dos clientes, podendo ser diversos itens, que vão desde sacadas e corrimões, até galerias para troféus (Tabela 1).

A Porttale divide seus processos de manufatura em cinco processos: processo de concorrência, processo de manipulação da matéria-prima, processo de produção, processo de montagem e processo de instalação (Figura 1). Em cada um desses processos são executadas diversas atividades que geram custa para a empresa e os mesmos não são alocados de forma correta aos seus produtos. Por isso, a implantação do sistema de custeio ABC, que foi dividida em seis etapas:

  • 1ª Etapa– Ferramentas de Implantação: a empresa fez uso de planilhas de cálculos feitas no Excel da Microsoft. Já existem disponíveis no mercado softwares voltados para a metodologia de custeio ABC, porém a empresa não possui recursos para a aquisição do mesmo.
  • 2ª Etapa – Atividades e Centros de Custos: identificação das atividades de produção e suporte à produção, bem como as atividades que não têm relação com a área industrial, mas que são alocadas aos produtos. Foi feita uma folha de atividades diretamente relacionadas com os diferentes departamentos da empresa (Tabela 2).
  • 3ª Etapa – Determinação dos Direcionadores: determinação dos direcionadores de custo, buscando direcionadores comuns a todos os produtos para cada processo analisado, facilitando o cálculo do custo da atividade por produto.
  • 4ª Etapa – Distribuição dos Custos: Nesta etapa foram distribuídos todos os custos para cada departamento da empresa pelo intermédio dos direcionadores de custo, chegando a um valor total consumido por cada departamento (Tabela 3).
  • 5ª Etapa – Determinação do Custo Unitário das Atividades: a partir do custo total de cada departamento chegou-se ao custo unitário por atividade, levando em conta o tempo gasto pelo departamento na execução de cada atividade (Tabela 4).
  • 6ª Etapa – Determinação do Custo dos Produtos: após terem sido calculados todos os custos unitários das atividades, foram agregados ao produto os custos de todas as atividades que são consumidas na sua manufatura (Tabelas 5,6 e 7).

Com o método de custeio ABC foi possível determinar com melhor precisão o custo dos produtos e identificar a rentabilidade por produto (Figura 2). Os custos indiretos são elevados, causando uma distorção no custo final de cada produto, e uma má distribuição de custos poderia levar a empresa a uma situação financeira de risco.

Foi possível determinar também a rentabilidade por produto comparada com os volumes de produção em Kg e identificando a real dimensão da rentabilidade por produto (Figura 3). Foi gerado um gráfico comparativo entre a matéria-prima, mão-de-obra direta, custos indiretos e lucro de cada produto (Figura 4).

Com estes resultados a gerência da empresa deve-se nortear na identificação dos produtos que devem ter os seus custos revisados e analisar algumas possibilidades, como a redução dos custos dos produtos de baixa rentabilidade e incentivo na produção e venda dos produtos com boa rentabilidade.

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