As Novas Tecnologias
Por: rafael.sa.freire • 27/7/2015 • Monografia • 8.070 Palavras (33 Páginas) • 288 Visualizações
INTRODUÇÃO
A publicação que guia o ensino médio no Brasil é o PCN+, Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2002). Nesta publicação estão as orientações para a formulação de currículos das redes de ensino básico, em particular do ensino médio. Entre estas orientações estão aquelas relacionadas ao ensino de Física, situadas dentro do contexto das ciências da natureza, matemática, e suas tecnologias.
Segundo o PCN+ o novo sentido da presença do conhecimento de física no ensino médio é:
“Trata-se de construir uma visão da Física voltada para a formação de um cidadão contemporâneo, atuante e solidário, com instrumentos para compreender, intervir e participar na realidade. Nesse sentido, mesmo os jovens que, após a conclusão do ensino médio, não venham a ter mais qualquer contato escolar com o conhecimento em Física, em outras instâncias profissionais ou universitárias, ainda terão adquirido a formação necessária para compreender e participar do mundo em que vivem”. (BRASIL, 2002, p. 59).
Ainda nos parâmetros curriculares pode-se notar a seguinte citação:
“Ao mesmo tempo, a Física deve vir a ser reconhecida como um processo cuja construção ocorreu ao longo da história da humanidade, impregnada de contribuições culturais, econômicas e sociais, que vem resultando no desenvolvimento de diferentes tecnologias e, por sua vez, por elas sendo impulsionado”. (BRASIL, 2002, p. 59).
Percebe-se, portanto, que o ensino de novas tecnologias deve estar inserido nos planos de aulas de todos os professores brasileiros. Isso realmente acontece? A física que está inserida no cotidiano dos alunos está sendo revelada nas salas de aula do Brasil? Tomando como parâmetro o ensino da polarização da luz vamos problematizar este tema nos próximos parágrafos.
Quando se diz respeito aos livros didáticos a publicação que rege este instrumento de educação no ensino médio é o Guia de Livros Didáticos (PNLD, 2012) do Ministério da Educação. Para entender o que o Ministério da Educação preconiza, em matéria de conteúdo, para os livros didáticos, tomemos a seguinte citação:
“A Física escolar deve contemplar, portanto, não só a escolha cuidadosa dos elementos principais mais importantes, presentes na estrutura conceitual da Física como uma disciplina científica, uma área do conhecimento sistematizado, em termos de conceitos e definições, princípios e leis, modelos e teorias, fenômenos e processos; mas deve também incorporar um tratamento articulado desses elementos entre si e com outras áreas disciplinares, bem como com aspectos históricos, tecnológicos, sociais, econômicos e ambientais, de modo a propiciar as aprendizagens significativas necessárias aos alunos, e, assim, contribuir para que o ensino médio efetive sua função como etapa final da formação educacional básica de todo e qualquer cidadão”. (PNLD, 2012, p. 8).
Desta forma podemos perceber que é uma das preocupações atuais do sistema de ensino que conhecimentos tecnológicos e aprendizagens significativas para o cotidiano do aluno sejam ministrados, no próprio PNLD podemos notar que livros que não possuíam este tipo de conhecimento foram excluídos do Guia de Livros Didáticos para o Ensino Médio.
Portanto, para que possamos ter a educação que a tanto almejamos devemos sempre levar o cotidiano dos jovens para sala de aula. Para isso temos que buscar os elementos disponíveis na mídia e acervos em geral para aquilo que nos propomos a ensinar. Devemos também nos embasar em referenciais teóricos e metodologias de educação, montar a nosso plano de aula com todos os seus componentes e por fim trazer a vida cotidiana para dentro da sala de aula.
1 – REFERÊNCIAL TEÓRICO E METODOLOGIA
Podemos identificar três tipos gerais de aprendizagem: a cognitiva, que resulta do armazenamento organizado de informações da mente do ser que aprende; a afetiva, que resulta de sinais internos ao indivíduo e pode ser identificada com experiências tais como prazer e dor, satisfação ou descontentamento, alegria ou ansiedade; e a psicomotora, que envolve respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática.
Em termos de ensino, pode-se também distinguir três abordagens gerais: a comportamentalista (behaviorista), a cognitivista e a humanística.
A comportamentalista considera o aprendiz, basicamente, como um ser que responde a estímulos que se lhe apresentam.
A cognitivista enfatiza o processo da cognição, por meio do qual o mundo de significados tem origem. Atribui significados à realidade em que se encontra.
A humanística, por outro lado, considera, primordialmente, o aluno como pessoa. O importante é a autorrealização da pessoa. O ensino deve facilitar a autorrealização, o crescimento pessoal.
A abordagem de Carl Rogers (MOREIRA, 2011) é basicamente humanística e visa a aprendizagem “pela pessoa inteira”, uma aprendizagem que transcende e engloba os três tipos gerais (cognitiva, afetiva e psicomotora). Rogers supõe que essa aprendizagem seja governada por uma série de “princípios de aprendizagem”, não por uma “teoria de aprendizagem”.
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Figura 1: Carl Rogers (REVISTA NOVA ESCOLA, 2012).
Rogers acredita que as pessoas têm dentro de si a capacidade de descobrir o que as está tornando infelizes e de provocar mudanças em suas vidas. Ele acredita que o organismo humano tende, inerentemente, à manutenção de si mesmo e à procura do engrandecimento, ou seja, o organismo tende a autorrealização.
Rogers vê a facilitação da aprendizagem como objetivo maior da educação. Ao invés de apresentar um teoria de aprendizagem, Rogers propõe uma série de princípios de aprendizagem (MOREIRA, 2011).
São estes princípios:
Seres humanos tem uma potencialidade natural para aprender.
Os seres humanos são curiosos sobre seu mundo. Têm uma tendência natural para aprender, descobrir e aumentar o conhecimento e a experiência. A característica básica do enfoque rogeriano a educação é: o aluno tem um desejo natural de aprender e esta é uma tendência na qual se pode confiar.
Aprendizagem significante ocorre quando a matéria de ensino é percebida pelo aluno como relevante para os seus próprios objetivos.
A pessoa aprende significativamente apenas aquilo que ela percebe como envolvido na manutenção e engrandecimento do seu próprio eu (tendência a autorrealização). Além disso, quando o aluno percebe que o conteúdo é relevante para atingir certo objetivo, a aprendizagem é muito mais rápida.
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