Avaliação Pós Ocupação -Problemas enfrentados vs Qualidade de projetos
Por: Eduardo Mathies • 10/1/2017 • Trabalho acadêmico • 2.115 Palavras (9 Páginas) • 447 Visualizações
Avaliação Pós Ocupação -Problemas enfrentados vs Qualidade de projetos
Há uma busca constante por qualidade, produtividade e diferenciais competitivos que determinam a permanência de um negócio. Esta situação também é verificada no mercado imobiliário. Segundo Kamara e Anumba (2000), a satisfação dos usuários é um diferencial, a influência do consumidor sobre a corrida no mercado também é influente no mercado imobiliário.
Conforme destacado em Oliveira Neto (1998), na década de 1990 a indústria da construção civil brasileira se transformou, com a introdução de programas de qualidade em seus sistemas de produção. Neste contexto, Freitas (1995) ressalta que as necessidades dos clientes passaram a ser vistas como indicadores de processos de melhoria contínua. Dantas (2000) destaca ainda que, para sobrevivência no mercado, as construtoras devem analisar seus clientes não como aqueles que compram seus produtos, mas aqueles que após a compra, avaliam os serviços que lhe são oferecidos.
Neste contexto, a crítica do consumidor do produto construção civil deve levar em consideração a forma integrada de aspectos de julgamento da qualidade de produtos e de serviços cuja avaliação é frequentemente carregada de valores tendenciosos. Dentre os trabalhos preenchidos pelos clientes ou por profissionais relacionados à construtora. Ornstein (1993) registra que a heterogeneidade de métodos e técnicas adotados, ocorrendo com alguns com resultados dominantemente quantitados e outros predominantemente qualitativos, e a semelhança entre eles, aumenta a confiabilidade dos resultados finais.realizados nesta área, destacam-se os técnicas de Avaliação Pós-Ocupação (APO, também demonstrada por Post-Occupancy Evaluation – POE). Segundo Preiser et al. (1988), a APO conjunta aspectos comportamentais e técnicos no julgamento da qualidade do ambiente construído.
Ornstein (1993) tipifica APO como um aglomerado de técnicas desenvolvidas para constatar o grau de contentamento dos clientes de imóveis e os fatores determinantes na validação da satisfação/insatisfação. A APO é reconhecida por viabilizar um instrumento eficiente de retro-alimentação e desenvolvimento da característica do ambiente construído, como relevado em Preiser (2002). A APO pode ser executado em diversos moldes: entrevistas, registros fotográficos, filmagens, inspeção técnicas ou questionários,
A APO é reconhecida e condecorada como um método que pode melhorar e facilitar a performance do elemento construído. Ao longo dos últimos 25 anos, ela tem se revelada como uma grande área da investigação do ambiente construído, e se desenvolvido rapidamente. Assim, ela é manifestada como uma das formas de diagnostico da sistemática dos ambientes construídos e como geradora de métodos que viabilizam recomendações objetivando à melhoria do bem-estar dos clientes, até mesmo no que diz respeito ao seu contentamento. Ambiente construído engloba desde o micro até o macro ambiente, isto é, vai desde o edifício até à cidade, compreendendo conjuntos edificados independentemente da sua grandeza ou complexidade.
Apesar de relativamente recente, a Avaliação Pós-ocupação (APO) já provocou consequências significativas, influenciando a composição de códigos de obra, que modificaram substancialmente o jeito de olhar e construir ambientes livres de imperfeições, economicamente atrativos e que tenham uma durabilidade admissível (RABINOWITZ, 1979).
As vantagens das recomendações de uma APO podem ser alcançados a curto, médio e longo prazo, os dois primeiros equivalendo à minimização ou até correção de problemas constatado, sujeito ao ambiente e aos programas de conservação e conscientização dos clientes e da obrigação de interações comportamentais, buscando com isso, a durabilidade do patrimônio privado ou público” (ORNSTEIN, 1996, p. 34), a medida que à longo prazo, a APO, procura realimentar o ciclo do método de produção e uso de ambientes similar, “buscando não só otimizar o desenvolvimento de futuros projetos, mas contribuindo para o aprimoramento de normas técnicas, à luz da NB 9000 e do Código
de Defesa do Consumidor” (Lei 8078/90).
Jobim (1997) saliente que as principais causas de descontentamento estão relacionadas ao recebimento e a demora na prestação de assistência técnica, demonstrando a importância do convivência empresa-cliente na composição da satisfação dos usuários de imóveis residenciais. Dantas (2000) ressalta esta constatação confirmando que os resultados da satisfação/insatisfação pós-ocupação não param nos clientes que de fato adquirem os imóveis, ramificando ligeiramente para os futuros cliente. Paulino et al. (1995) observa que essas condições são insuficientes para identificar os desejos dos consumidores, já que alguns são exigências sine-qua-non (segurança estrutural, segurança ao fogo e durabilidade) e outros ficariam fora de suas necessidades imediatas (conforto lumínico, tátil e antropodinâmico).
Oliveira (1999) recomenda uma metodologia derivando da hipótese de que a qualidade seria uma premissa da satisfação, sendo esta estabelecida por cinco conjuntos de condições: Aspectos Funcionais (acessibilidade, equipamentos, dimensões dos cômodos, segurança, flexibilidade do projeto) e Técnico-Construtivos(circulação, conforto térmico, lumínico e acústico, esquadrias, materiais de acabamento, instalações hidro sanitárias e elétricas, louças, metais).
A pôs ocupação é uma parcela que causa grande descontentamento após a entrega da maior parte das edificações residências, por alguns motivos que variam da omissão do Gerente Executivo até o erro do projeto para uma demanda especifica. O pós obra, normalmente não é orçado ou quantificado na concepção do projeto, por uma pensamento simplista, nenhuma construção é executada com a ideia que terá falhas, o que na maiorias das vezes não é analisado é o tipo de utilização, ou a falta de instrução dada pra o usuário direto, no momento da entrega do imóvel. Com o resultado esperado de analisar estatisticamente os itens de maior relevância e maior grau de dificuldade executiva, afim de amenizar retrabalho, e o transtorno entre usuário final e construtor.
Esse estudo tem como objetivo, analisar os itens levantados na Avaliação Pós Ocupação e o estudo de projeto adequado afim de evitar os mesmos erros em novos projetos.
METODOLOGIA
Com relação que a melhor característica do projeto está relacionada à bancos de dados originários das avaliações pós-ocupação, levando em consideração as referências físicas e normativos, assim como os cognitivos e procedimentos dos edifícios, desenvolvendo um conjunto de procedimentos de APO da qualidade habitacional com foco na conduta do usuário a partir de extensa revisão bibliográfica sobre avaliação pós-ocupação e metodologia de projeto. O trabalho será baseado em literaturas clássicas como Ornstein, Bruna e Romero (1995), Preiser, Rabinowitz e White (1998) e Vischer (2001), que confirmam a importância da avaliação pós-ocupação e dispõem sobre a relevância do entendimento dos resultados das soluções de projeto e construção, no curto e longo prazos.
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