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Avaliação Técnica de PMSB da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Por:   •  7/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  7.978 Palavras (32 Páginas)  •  339 Visualizações

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AVALIAÇÃO TÉCNICA DE PLANOS MUNICIPAIS DE SANEAMENTO BÁSICO DA BAIXADA FLUMINENSE

UM ESTUDO DE CASO PARA DOIS MUNICÍPIOS

BIONDO, Natalia; BRITO, Juliana; CHRISTIE, Iene; PERTEL, Monica

RESUMO

Desde 2007, quando houve a promulgação da Lei 11.445, existe a obrigatoriedade da elaboração de um Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) pelos municípios que contemple os quatro pilares do saneamento. O Estado do Rio de Janeiro é muito deficiente no que se refere a saneamento básico e, a Baixada Fluminense, que possui no total treze municípios, é grande colaboradora para a poluição da Baía de Guanabara. O objetivo deste trabalho é avaliar criticamente os Planos Municipais de Saneamento Básico de dois municípios da Baixada Fluminense, São João de Meriti e Nova Iguaçu; aplicar o Roteiro de Avaliação de Planos Municipais de Saneamento Básico desenvolvido no presente trabalho de forma a avaliar todos os requisitos mínimos solicitados pela Política Federal de Saneamento Básico, bem como avaliar a qualidade do conteúdo neles presente; para a partir dos resultados, apontar os pontos fortes e fracos e fazer recomendações para que os mesmos se enquadrem em condições aceitáveis para implementação; e por fim propor sugestões para estudos futuros. Os planos estudados variaram em qualidade e abrangência e, embora possuam pontos positivos, nenhum cumpriu completamente com o conteúdo mínimo. O Plano de São João de Meriti apresentou média ponderada global 2,92, caracterizando-se como plano vermelho, enquanto o de Nova Iguaçu, que negligenciou dois pilares do saneamento, apresentou média 2,13, caracterizando-se também como plano vermelho, sendo necessária revisão imediata. A metodologia proposta neste trabalho possui a capacidade de avaliação estratégica e é uma boa ferramenta para avaliação de Planos.

Palavras-chave: Plano Municipal de Saneamento Básico; Rio de Janeiro; Baixada Fluminense; Saneamento.

1. INTRODUÇÃO

O saneamento básico é, no Brasil, um direito assegurado pela Constituição, e está diretamente relacionado à saúde pública, à qualidade de vida, às atividades econômicas e ao desenvolvimento do país. De acordo com a Lei Federal nº 11.445 de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico, este pode ser definido como o "conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas".

Com a criação da Lei, a elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico se tornou um aspecto obrigatório e um requisito para o acesso a recursos federais (BRASIL, 2007). Neste contexto, os Planos se caracterizam como ferramentas de planejamento importantes.

A maioria dos municípios no Brasil é inexperiente no que se trata de planejamento sanitário e não possui recursos humanos e financeiros suficientes para tratar as demandas advindas de saneamento. Dessa forma, a elaboração dos PMSBs se torna um desafio para os municípios, visto que estes muitas vezes não possuem pessoal capacitado e precisam contratar empresas terceirizadas para fazer os serviços e se ausentam completamente do seu processo de elaboração. Tendo isso em vista, os Planos elaborados podem não representar devidamente os interesses do município e vão apresentar problemas na sua implementação, afetando a vida e saúde da população.

A Lei nº. 11.445/2007 estabelece a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico como principal instrumento de planejamento para a prestação dos serviços públicos de saneamento básico, e ainda determina os princípios dessa prestação de serviços; as obrigações do titular, as condições para delegação dos serviços, as regras para as relações entre o titular e os prestadores de serviços, e as condições para a retomada dos serviços. É esperado que, boa parte dos municípios, ampliem e atualizem seus serviços.

A política aborda sobre a elaboração dos planos de saneamento básicos, os quais devem ser elaborados pelos municípios, compatíveis com os planos de bacia hidrográfica e que deverão abranger no mínimo: (I) diagnóstico; (II) objetivos e metas de curto, médio e longo prazos; (III) Programas, Projetos e Ações; (IV) Ações para emergências e contingências; (V) Mecanismos de avaliação de eficácia.

Assim como determinado na Política Nacional de Saneamento Básico (PNSB), o plano deve ser elaborado levando em conta o levantamento de informações regionais, revisado sempre que necessário, deve ter os objetivos e metas traçados e ainda programas e ações para que os segmentos alcancem as metas.

A Lei de Saneamento Básico estabelece que o Plano deve conter: diagnóstico técnico-social; objetivos e metas progressivas e graduais para a universalização dos serviços, metas de qualidade e eficiência do uso de recursos naturais, dentre outras; programas, projetos e ações, inclusive as emergenciais e de contingência; e mecanismos e procedimentos para a avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas. O Plano deve prever recursos para a sua concretização, definir as prioridades de ação e orientar os orçamentos futuros do município na área de saneamento.

  1. Diagnóstico: Panorama atual do saneamento básico no município

O diagnóstico deve descrever a situação dos quatro componentes, contendo informações consistentes, análises, apontar causas raiz de problemas e os impactos causados na sociedade. Deve descrever as condições ao acesso aos serviços de saneamento; qualidade da prestação dos serviços considerando o perfil populacional; avaliação da qualidade de vida da população vide as condições ambientais e sanitárias; previsões de investimentos futuros para os serviços; capacidade de prestação dos serviços pelos órgãos responsáveis pelo saneamento e; identificar os mecanismos de participação social.

  1. Objetivos e metas

O objetivo define onde se pretende chegar e as metas, subdivididas em curto, médio e longos prazos, definem as etapas para alcançar os objetivos.

  1. Programas, projetos e ações

São os meios desenvolvidos para se alcançar os resultados desejados. Definem as prioridades, recursos (fonte e onde devem ser alocados). Por exemplo, pode prever programa para atender a população rural desassistida.

O Plano deve conter estratégias de gestão em diversos aspectos, bem como na definição das técnicas e além de tecnologias apropriadas. Também é de suma importância trazer a tona os programas de educação ambiental e mobilização social para que haja a participação da população local na implementação e manutenção do plano.

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