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Por:   •  22/9/2014  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  264 Visualizações

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Auto-sintonia em SGBDs: o fim do DBA?

Na era da informação, em que tecnologias, empresas e produtos surgem e desaparecem em poucos anos, as profissões relacionadas à computação também vêm sofrendo transformações. Vejamos o caso do Administrador de Bancos de Dados (DBA – DataBase Administrator): hoje, ele lida freqüentemente com bases distribuídas geograficamente, que atingem terabytes de dados e possibilitam a comunicação com milhares de usuários. Além disso, ele tem à sua disposição ferramentas cada vez mais sofisticadas para automatizar tarefas que antes só poderiam ser efetuadas manualmente.

Basicamente, o DBA tem duas incumbências: administrar o banco de dados e fazer ajustes de desempenho nele (sintonia ou ajuste fino). No primeiro caso, ele deve garantir que os dados se mantenham íntegros, consistentes e disponíveis. No segundo, ele deve realizar continuamente ajustes para agilizar ao máximo o acesso dos usuários.

Indubitavelmente, a segunda incumbência é responsável pelos piores (e também os melhores!) momentos na vida de um DBA. Não existe nada mais constrangedor do que uma ampulheta exibida indefinidamente após a requisição de alguns dados cujo retorno costumava ser célere. Por outro lado, não existe momento mais gratificante do que aquele em que se consegue realizar em apenas alguns instantes consultas outrora intermináveis.

Não faz muito tempo, esse tipo de descoberta dependia exclusivamente do DBA, que por sua vez só podia contar com a própria experiência e intuição. Entretanto, alguns SGBDs relacionais comerciais oferecem vários utilitários que ajudam o DBA a decidir sobre os ajustes a serem feitos, o que nos faz questionar até quando o DBA continuará a ser útil. Neste artigo, analisaremos algumas transformações ocorridas recentemente e seus impactos no dia-a-dia de um DBA.

Evolução dos SGBDs

Antes de apresentar as tendências para o novo campo de atuação de um DBA, veremos alguns avanços relacionados exclusivamente à evolução dos SGBDs (que provavelmente influenciarão essas tendências).

[ORACLE] Gerenciamento de Extents em Tablespaces:

• Antes: ao criar um segmento (tabelas, índices), o DBA deveria informar sua composição em áreas denominadas Extents. Era preciso definir as quantidades inicial e máxima, o tamanho do primeiro Extent e a taxa de crescimento.

Agora: não existe mais essa preocupação graças à facilidade denominada Gerência Local de Tablespaces, que automatiza essas decisões.

[ORACLE] Gerência de Segmentos de Rollback:

Antes: os segmentos de Rollback (áreas onde são armazenados os dados de transações que ainda não fizeram o commit) consistiam em constante fonte de preocupação para os DBAs e, não raras vezes, ocorriam erros causados pelo dimensionamento incorreto desses segmentos.

Agora: o Oracle 9i permite a completa automação da gerência de segmentos de Rollback por meio do SMU (System Managed Undo).

[ORACLE] Monitoramento:

Antes: o DBA realizava monitoramentos freqüentes e repetitivos, com pouco auxílio direto do SGBD.

Agora: a recém lançada versão 10g do Oracle oferece inúmeros advisories que enviam alertas ao DBA quando algo não vai bem. Variáveis monitoradas conferem o espaço em disco e detectam se a execução de consultas foi formulada corretamente. Isso permite que o DBA se concentre em tarefas mais nobres.

[SQL Server] Transferência de Login entre Servidores:

Antes: esse procedimento exigia bastante trabalho do DBA na versão 7, já que as senhas precisavam ser geradas manualmente se não fosse apropriado restaurar o Database Master (local onde são armazenadas as informações de segurança).

Agora: a funcionalidade do DTS (Data Transformation Services), ferramenta para integração de bases (heterogêneas ou não). Na versão 2000, há uma tarefa que transfere automaticamente Logins entre Servidores.

[SQL Server] Indexação:

Antes: a necessidade de criar índices era deduzida manualmente, observando-se os tempos de resposta longos ou analisando-se os planos de execução de comandos SQL.

Agora: a versão 7 introduziu o Index Tuning Wizard. A partir de um conjunto de acessos típicos a uma tabela ou conjunto de tabelas, são sugeridas criações de novos índices, ou a exclusão de índices pré-existentes.

Otimização de Consultas:

Antes: em vários SGBDs, para se realizar determinada consulta a uma base de dados volumosa era preciso fornecer algumas dicas de execução ao otimizador (denominadas

Table Hints).

Agora: na maioria dos casos, os otimizadores não precisam mais dessa ajuda. Além das melhorias introduzidas pelos fabricantes de SGBDRs, existem ainda algumas ferramentas de terceiros que também automatizam diversas tarefas cuja realização antes só era possível manualmente. Um exemplo é a família de produtos da Quest, mais especificamente o Quest Central, que faz a análise completa (plano de execução, recursos utilizados) da consulta e, caso identifique problemas em potencial, sugere mudanças.

Novo papel do DBA

Esses avanços são apenas alguns exemplos da sofisticação das ferramentas destinadas a apoiar as atividades do DBA. Pode-se então questionar: esses novos utilitários de auto-sintonia têm alguma limitação que justifique a presença de um DBA? Ou será que algum dia o DBA poderá ser totalmente substituído pela máquina?

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