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Casos: Banco De Dados. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 20/10/2013 • 4.608 Palavras (19 Páginas) • 862 Visualizações
Para se entender adequadamente o escopo da Administração em sistemas de informação devemos, primeiramente, compreender os conceitos básicos de sistemas e a base filosófica que a norteia.
Atualmente, a palavra “sistema” é mal empregada, usada de forma indiscriminada e sem qualquer critério, originando, em especial nos meios empresariais, a confusão de usa-la como definição.Ou ainda, é usada para expressar determinadas situações dentro de um software.
Quando se fala de sistemas, um nome deve ser, obrigatoriamente, citado: Ludwing Von Bertalanffy, um dos mais importantes cientistas do século XX, que elaborou a teoria geral dos sistemas há mais de trinta anos e que nada perdeu em importância. Nasceu em 1901 e morreu em junho de 1972. Deixou mais de trezentos trabalhos publicados.Seus principais legados são: o “conceito organísmico”, a “concepção do organismo como um sistema aberto” e a construção da “Teoria Geral dos Sistemas”.
O conceito básico de sistemas de informação estabelece que todo sistema é um conjunto de elementos interdependentes em interação, visando atingir um objetivo comum.Teoricamente, há dois tipos de sistemas: aberto e fechado.O sistema aberto é o que sofre influências do meio e que, com suas ações, influencia o meio; o sistema fechado não sofre influências do meio nem o altera com suas ações internas.
No entanto, todo sistema pode ser decomposto em partes menores denominadas subsistemas.Os subsistemas são conjuntos de elementos interdependentes que interagem para atingir um objetivo comum, que ajudará o sistema a atingir o seu objetivo maior.Todo sistema apresenta as entradas de dados (input), processamento e saídas das informações (output) e feedback.Comparado a um ser vivo, entendemos que o sistema também possui um processo de evolução composto de criação, evolução e decadência.Esquematizado, um sistema pode ser escrito por meio de diagrama, conforme mostra a figura a seguir:
Figura 1.1 Esquema teórico de qualquer sistema
Vejamos agora algumas definições abordadas por Laudon & Laudon (1196), conforme tabela a seguir:
Tabela 1.1 Conceitos básicos em sistemas de informação, Laudon & Laudon (1996)
CONCEITO DEFINIÇÃO BÁSICA
DADO Elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar.
INFORMAÇÂO Dado configurado de forma adequada ao entendimento e à utilização pelo ser humano.
INPUT Ato e efeito de captura ou coleta de dados sejam internos ou externos a organização, para processamento no sistema.
PROCESSAMENTO Conversão, manipulação ou tratamento de matéria-prima que, entrando sob uma forma, assume outra diferente para ser compreensível pelo ser humano.
OUTPUT Saída e distribuição da informação processada ás pessoas ou órgãos ou atividades, onde serão usadas para a tomada de decisão.
FEEDBACK Saídas que retornam para apropriação pelos membros da organização para auxilio na avaliação ou correção do input.
Já com relação ao ciclo de vida dos sistemas de informação, podemos demonstrar as fases, conforme tabela a seguir:
Tabela 1.2 Ciclo de vida dos sistemas de informação, Laudon & Laudon (1996)
CONCEITO DEFINIÇÃO BÁSICA
CRIAÇÃO È a fase em que o sistema é desenvolvido.As funções e os objetivos propostos são estudados e levantam-se os elementos que irão compor o sistema. Os subsistemas são desenvolvidos, testados e desde que atendam aos objetivos preestabelecidos, o sistema será implantado.
EVOLUÇÃO O sistema sofre manutenção para que consiga acompanhar as necessidades do meio ambiente que o cerca. Empregam-se novas técnicas, novos módulos, tentando prolongar a vida do sistema.
DECADÊNCIA Em determinado momento, as necessidades do meio ambiente evoluíram tanto e requerem cada vez mais do sistema, que este já não suporta mais as alterações necessárias. É nesse momento que se depara com a fase de decadência. Os responsáveis pelo sistema devem retardar a chegada a esse ponto e ao mesmo tempo estar atentos para a necessidade de criação de um novo sistema para substituição.
Graficamente teríamos a seguinte configuração:
Figura 1.2 Ciclo de vida dos sistemas de informação, Laudon & Laudon (1996).
1.2 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Um dos modelos mais utilizados para se demonstrar a evolução dos sistemas de evolução é o de Nolan (1979), que classifica em seis fases os processos de absorção da tecnologia de informação. São elas:
• 1ª -Iniciação: Nesta fase ocorre a introdução dos computadores na organização.Inicia-se o processo de aprendizado da tecnologia com o crescimento da tecnologia que acaba de chegar à empresa.
• 2ª - Contágio: Aqui ocorreu a assimilação da nova tecnologia por parte da empresa e inicia-se um processo de expansão rápida, mas de forma não muito controlada por parte da administração.
• 3ª - Controle: Há certo amadurecimento da organização na utilização de sistemas de informação, inicia –se um processo de controle por parte da administração. O planejamento se faz presente, como forma de gestão de recurso de informática.
• 4ª - Integração: Os sistemas concebidos de forma isolada começam a ser integrados, e certa padronização ocorre para permitir que a integração seja possível.
• 5ª - Administração de Dados: Nesta fase já ocorreu um amadurecimento na utilização dos sistemas de informação. As preocupações estão voltadas ao tratamento que deve ser dispensado ao “dado”. Este passa a ser considerado como um recurso da empresa e começa a ser administrado com o fim de permitir sua obtenção e condições de integrabilidade face às necessidades de informação para a empresa.
• 6ª - Maturidade: A organização, aqui, está informatizada de acordo com suas necessidades, ocorrendo a implantação de sistemas necessários ao seu bom desempenho.
Cabe notar que essas seis fases apresentadas nem sempre ocorrem de forma seqüencial em todas as empresas. As constantes inovações tecnológicas pelas quais passa a área de tecnologia da informação, seja no campo do hardware ou do software, obrigam muitas vezes a empresa a um retorno às fases iniciais, até que essa nova tecnologia possa ser absorvida.
1.3 A EMPRESA COMO SISTEMA
Pelo exposto, a empresa, decididamente, deve ser tomada como um sistema, isto é, ela é composta de diversos elementos – dados, tecnologia, mão – de – obra (pessoas), equipamentos, máquinas, clientes, funcionários – que, interagindo entre si, procuram atingir objetivos comuns (como lucro financeiro, bem – estar – social, liderança no mercado, qualidade dos produtos). De uma forma ou de outra, existe uma interação entre as partes, de acordo com as diretrizes gerais da empresa, para alcançar os objetivos propostos.
A empresa vista como um sistema pode ser decomposta em partes menores, denominadas subsistema, cada um com objetivos claros e, eventualmente particulares, que contribuem para o objetivo maior.
Segundo Laudon & Laudon (1996), considerando-se o nível de detalhamento das informações, o local na estrutura onde a decisão é tomada e o nível de aglutinação dos dados manipulados, podem-se estabelecer os seguintes subsistemas.
Tabela 1.3: Subsistemas de informação, Laudon & Laudon (1996)
DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
Sistemas de transações e Processos Refletem o desenvolvimento e os resultados das transações, operações e processos diários que são necessários para conduzir os negócios da empresa; servem ao nível operacional da organização; apresentam intensidade de detalhes; são definidos nos níveis superiores da estrutura de acordo com critérios preestabelecidos para controle e decisão.
Sistemas Especialistas Sistemas de Automação Os sistemas especialistas são os usados por profissionais especializados em determinadas áreas da empresa, sua missão básica, alem da criação de novas tecnologias, é a integração desse novo conhecimento dentro da organização; geralmente lançam mão do processamento eletrônico de dados em qualquer uma de suas aplicações.
Sistema de Informações Gerenciais Trabalha e existe em função do nível tático da organização e das decisões que devem ali ser tomadas, via de regra atende às funções de planejamento, controle e tomada de decisão para estabelecer o sumário da rotina diária e as eventuais exceções passíveis de ocorrência; seu nível de detalhamento é mais consolidado do que o operacional.
Sistema de Apoio à Decisão Está destinado aos altos escalões empresariais, visa combinar dados a sofisticados modelos de análise para apoiar decisões de todos os tipos, combina ainda avançadas técnicas gráficas e de comunicação.
Apesar da separação e da divisão colocadas anteriormente, é interessante ressaltar que os sistemas descritos não são fechados ou estanques, mesmo porque essa premissa invalidaria a abordagem sistêmica proposta no início.
Todos os sistemas de informação atuam e devem interagir entre si, um influenciando e complementando o outro.Dessa forma, estaremos visualizando sempre a empresa como um grande processo.
Laudon & Laudon (1996) define bem alguns conceitos relacionados com a informação, conforme tabela a seguir:
Tabela 1.4: A informação, Laudon & Laudon (1996)
CONCEITO DEFINIÇÃO
RUÍDO Para que não haja ruídos ou perda das informações na transmissão, a mesma deve ser adequada ao nível hierárquico ao qual se destina. Assim, informações mais analíticas para níveis hierárquicos mais baixos (operacionais e transacionais) e as mais sintéticas para níveis hierárquicos mais altos (gerencial, tático, estratégico).
PRECISA X CORRETA Depende da utilização da informação. Há casos em que é suficiente que a informação seja apenas correta. Há outros, em que ela deve ser exata, precisa, isto é, que os seus dados sejam expostos no menor nível de detalhe possível. Todas as vezes que se Procura produzir somente informação precisa e, que também, atenda à oportunidade, tempo e lugar, estará aumentando o seu custo de produção e não seu valor intrínseco, isto é, estamos buscando a integridade dos dados.
PADRONIZAÇÃO As informações repetitivas devem ser padronizadas para racionalizar seus custos de emissão, bem como a compreensão pelo receptor.
COMPARAÇÃO Fazer referência a algum padrão ou a algum objetivo predeterminado.
PREVISÃO Algumas vezes, na tomada de decisão, há necessidade de se projetar o comportamento atual no futuro, pois só a comparação com o anterior não é suficiente.
EXCEÇÃO Deve-se dar informes dos fatos anômalos, isto é, dos desvios dos planos; se tudo corre de acordo, não haverá necessidade de correções.
RELEVÂNCIA É o grau de significância de uma informação. Deve ser apenas necessária e suficiente para a tomada de decisão.
CONFIABILIDADE É o grau de confiança que o tomador de decisões outorga à informação. Num sentido estatístico, a confiabilidade de uma informação é a porcentagem de vezes que a mesma se apresenta dentro dos limites considerados precisos do sistema.
Como se pode concluir, este enfoque da informação é decorrente da própria abordagem sistêmica utilizada até este momento, por isso se fala em sistema de informações.
Estamos falando sobre computadores e tecnologia. Vejamos, portanto, algumas definições sobre tecnologia.
Para Drucker (1991), o computador é uma máquina lógica e tudo que consegue fazer é somar e subtrair, porém, executando esse processo numa velocidade assombrosa. Como todas as operações matemáticas e lógicas são extensões da soma e da subtração, o computador consegue realiza-las simplesmente somando ou subtraindo inúmeras vezes de maneira extremamente rápida. Por ser inanimado, não se cansa, não esquece nem recebe horas extras. O computador pode trabalhar 24 horas por dia, armazenar as informações passíveis de serem manipuladas por soma e subtração em quantidade que é, ao menos teoricamente, ilimitada.
Ainda segundo Druker, o computador apresenta basicamente cinco habilidades:
1ª Pode ser comparado a um escriturário mecânico ao manipular grande quantidade de papéis e documentos simples e repetitivos.
2ª Coleta, processa, armazena, analisa e apresenta informações a velocidades estonteantes.
3ª Auxilia nas estruturações físicas de projetos nas áreas de construção civil, ciências da engenharia, da química, e da física, dentre outras.
4ª Tem a capacidade de direcionar processos a condições preestabelecidas, como análises funcionais por meio de dados em operações empresariais.
5ª Desempenha importante papel no processo decisório estratégico das empresas, podendo inclusive indicar qual o curso de ação deve ser seguido.
Hoje em dia, inegavelmente, a tecnologia está presente na vida das pessoas. Os avanços da informática, dos computadores e de outras formas de tecnologia têm exercido efeito significativo também na vida das organizações. É difícil encontrar qualquer forma de organização ou de processo organizacional que não tenha sido alterado por novas tecnologias. Com a massificação do uso da tecnologia, particularmente da tecnologia de informação proveniente dos bancos de dados gerados por computadores, há a necessidade de que as pessoas que atuam nas organizações, e delas fazem parte, evoluam na sua forma de agir e de pensar. Essas pessoas devem acompanhar esse ritmo de progresso, muitas vezes sem retorno, o que pode levar a conflitos entre patrões e empregados no trabalho, levando em alguns casos a um alto grau de desmotivação.
Para Silva (1989), esses indivíduos sofrem vários impactos referentes à utilização de tecnologias, que podem causar, entre outros fatores, falta de motivação, medo, resistência às mudanças, deslealdade para com os demais, dentre outros sintomas.
O mundo vivencia uma grande revolução, causada principalmente pela utilização de novas tecnologias. Desde a Revolução Industrial, com o surgimento das primeiras máquinas, o indivíduo já sofria com conflitos internos (pessoais) e externos (sociais) em relação ao surgimento de efeitos provocados pela tecnologia. Atualmente, com o processo de evolução tecnológica impulsionado pela necessidade de crescimento, competitividade e evolução das empresas, ocorrem também mudanças e conflitos na forma de atuação no trabalho pelo individuo, causados pelo impacto da alta tecnologia empregada.
Esses conflitos serão maiores quanto mais o trabalhador tender a se adaptar a novas tecnologias, em oposição àquelas que foram implementadas para se adaptar a ele, contribuem para minimizar os impactos negativos no homem.
A cultura organizacional das empresas é que acaba sendo fator determinante para a implementação de processos de aquisição de conhecimento, além de influenciar na escolha do tipo de tecnologia a ser utilizada.
Fazem parte desse cenário a análise dos processos de mudança nas empresas, os diversos estágios de desenvolvimento em que cada uma se encontra e o papel da comunicação e das características comuns a sistemas sociais, que acabam tendo importância fundamental no aspecto da cultura das empresas e irão influenciar nas ações que serão tomadas por parte de seus integrantes.
1.4 A TECNOLOGIA
A vida atual é denominada por avanços tecnológicos tanto na sociedade quanto nas organizações. A tecnologia encontra-se em toda a parte: nos eletrodomésticos em geral, na comunicação (pela internet, via satélite), nos aparelhos eletrônicos (fax, vídeo, telefones e microcomputadores), entre outros.
Ademais, esse processo de desenvolvimento não paira no ambiente doméstico, afinal ele é muito mais evidente nas organizações, buscando na tecnologia mudanças constantes, até mesmo em questões básicas como organizações de arquivos ou ativo imobiliário.
Goodman at alii (1990) definem tecnologia como conhecimento de relações causa-feito contido (embutido) nas máquinas e equipamentos utilizados para realizar um serviço ou fabricar um produto, Para seus usuários, tecnologia refere-se ao conjunto particular de dispositivos, máquinas e outros aparelhos empregados na empresa para a produção de seu resultado.
Fleury (1990), em diferente abordagem, percebe a tecnologia como um pacote de informações organizadas, de diversos tipos, proveniente de varias fontes, obtida através de diversos métodos, utilizado na produção de bens.
Gonçalves Lima (1994) já vê a tecnologia como muito mais que apenas equipamentos e máquinas. Para ele, a organização funciona a partir da operação de dois sistemas que dependem um do outro de maneira variada. Existe um sistema técnico, formado pelas ferramentas e técnicas utilizadas para realizar cada tarefa. Existe também um sistema social, com suas necessidades, expectativas a serem satisfeitas,e sentimentos sobre o trabalho. Os dois sistemas são otimizados de forma simultânea quando os requisitos da tecnologia e as necessidades das pessoas são atendidos conjuntamente. Dessa forma, é possível distinguir tecnologia (conhecimento) se sistema técnico (combinação especifica de máquinas e métodos empregados para se obter um resultado desejado). Nesse caso, a tecnologia seria representada por um conjunto de características especificas do sistema técnico.
Para Browne (1985), as mudanças nos processos de produção e nos modelos dos produtos que sejam a base do progresso tecnológico constituem inovações. Uma distinção importante é aquela que se faz entre invenção e inovação, onde invenção é a descoberta das relações cientificas ou tecnológicas que tornam possível o novo modo de fazer coisas; e inovação é sua aplicação comercial.
Segundo Gonçalves Lima (1994), para que seja possível compreender os impactos da tecnologia nas organizações, é necessário também discutir o que é nova tecnologia. A nova tecnologia não é necessariamente aquela que se baseia em computadores, nem aquela completamente inédita, mas sempre é a tecnologia nova para a empresa em questão, mesmo que ela não seja nova para o mercado. Novas tecnologias vão sempre provocar mudanças no ambiente social da organização e é difícil imaginar alguma inovação tecnológica que possa ser introduzida na empresa sem provocar qualquer efeito. Pode-se afirmar ainda que se uma inovação não trouxer resultado algum, teria sido melhor não ter investido nela, já que ela não deu retorno positivo.
Goodman (1190) comenta que as operações de manufatura nos anos 90 deverão ser substancialmente diferentes das operações dos anos 80. Novas tecnologias empregadas em diagnóstico a atendimento médico modificaram substancialmente a forma pela qual são organizados e prestados os serviços médicos. Sistemas de informação e processos avançados de transação estão levando ao desenvolvimento de novos mercados e de novas organizações financeiras. Onde quer que se olhe, a tecnologia está presente, em forma de organização.
Segundo Rodrigues & Ornellas (1987), na sociedade industrializada, o processo técnico apresenta pelo menos três metas básicas: redução do esforço de trabalho, aumento da produtividade e melhoria da qualidade do produto.
Gonçalves & Gomes (1993) analisam a relação entre tecnologia e realização do trabalho. Essa tem sido também a preocupação, nos últimos anos, de autores que atuam em diversas áreas: sociólogos, economistas, administradores, além de especialistas em outras áreas científicas.
Seguindo essa linha de raciocínio, o comportamento do individuo tem influência direta na realização do trabalho, pois quem rege e efetiva o trabalho é o próprio individuo, seja por um processo individual seja por um processo grupal.
Para Vico (1993), a pressão de novas tecnologias sobre o individuo no seu local de trabalho não é de maneira alguma um fato novo. A história comprova que os avanços técnicos sempre forçaram mudanças no funcionamento das organizações e da sociedade. A partir da Revolução Industrial, e com a necessidade de organização do trabalho nas fábricas, as organizações (instituições comerciais) constituíram o foco das mudanças sociais. È no contexto institucional que as novas tecnologias se impingem sobre a natureza das tarefas, trazendo descompasso entre trabalho e habilidades, mudando as condições de salário e emprego. Embora se colocasse no passado, antecipou-se uma face conspiratória da tecnologia sobre o ser humano a partir da década de 1950, com o advento dos computadores. Findo o período de pleno emprego do pós-guerra, a tecnologia passou a ser encarada como ameaça não só para a qualidade do trabalho, mas principalmente na sua função como fonte de sobrevivência.
Tragtemberg (apud Vico, 1993) afirma, com relação à Revolução Industrial, que “a máquina impõe como absolutamente necessário o caráter cooperativo no trabalho a necessidade de regulação social. O uso das máquinas pela sociedade capitalista, porém, leva à direção autoritária, à regulamentação administrativa sobre o operário, tendo em vista a exploração da mais valia pelos membros do quadro administrativo: executivos, diretores, supervisores e capatazes. Os patrões conseguem fazer passar por simples regulamentação social o que na realidade é o seu código autoritário. Direção autoritária é o objetivo capitalista que, pela chamada racionalização do trabalho e controle do comportamento do operário, define as garantias da cooperação”. Para obter cooperação na industria, as funções diretivas transformam-se de normas de controle em normas de repressão.
Os administradores sabem da necessidade de prever a mudança tecnológica e o seu impacto sobre as suas atividades. Inovações radicais de tecnologia produzem transformações profundas na organização social, no trabalho e na própria vida cotidiana. Atingindo toda a sociedade, tais processos introduzem mudanças relevantes nos conhecimentos, na cultura e nas relações de poder exigindo, portanto, a criação de instrumentos de controle e de intervenção totalmente novos. Isso porque o desafio tecnológico recoloca em discussão alguns equilíbrios fundamentais da sociedade, tais como: níveis de ocupação, profissões e conhecimento adquiridos, locais e formas de construção das experiências sócias e da identidade das pessoas, dos grupos, das classes.
Para Vico (1193), a indústria é a parte da sociedade mais invadida por essa transformação. A fábrica já mudou e continua mudando. Hoje, com a automação da gestão empresarial e dos escritórios, com os novos instrumentos para elaborar projetos, com a automação flexível computadorizada da produção, está definitivamente superada a racionalidade da fábrica eletromecânica. Esses impactos já estão servindo como experiência para a mudança nos serviços e em outras áreas de produção e de lazer. Vico afirma também que ninguém, além de nós mesmos, pode determinar o que devemos reorganizar, reestruturar, rever ou mudar. Essas transformações são realmente possíveis, quando moldamos soluções às nossas necessidades e objetivos organizacionais.
1.5 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A informação é o elemento básico dos sistemas, portanto, os conceitos básicos necessários dizem respeito às características da informação que se está trabalhando.Vale ressaltar que apenas se trabalha com informação e não com dados, pois o dado em si é a menor decomposição de um determinado elemento para a informação que interessa ao tomador de decisões. Na tabela a seguir, como Laudon & Laudon (1996) resume os principais conceitos relacionados à informação:
Tabela 1.5: Conceitos relacionados à informação, Laudon & Laudon (1996)
CONCEITO DEFINIÇÃO
FREQÜÊNCIA Diz respeito a quantas vezes uma informação é oferecida dentro de um determinado período de tempo.
INTENSIDADE Está relacionada ao numero de caracteres que somos capazes de receber, compreender e retransmitir dentro de um determinado período de tempo. Ela é calculada pelo tempo necessário para se compreender uma determinada situação.
REDUNDÂNCIA/EFICIÊNCIA É o excesso de informação que se tem por unidade de elemento de dado. È uma segurança contra erros no processo de comunicação. Para se verificar uma redundância basta suspender drasticamente a informação e verificar o que acontece.
CUSTO/BENEFÍCIO A informação só deve ser produzida se proporcionar um resultado, pelo menos, equivalente ao custo de sua produção. É a relação entre o custo de produção da informação e o beneficio que ela oferece ao tomador de decisões, é agregar valor a um determinado processo.
DISPONIBILIDADE É o local e o momento em que a informação deve estar disponível.
TRANSMISSÃO Deve-se fazer com que os dados sejam transmitidos de forma eficiente passando por um mínimo de pontos de transmissão, para que a informação chegue a seu destino sem distorções, omissões ou excessos e no tempo oportuno.
Existem ainda dois conceitos básicos que dizem respeito à empresa; são eles:
1. Componentes da empresa: dizem respeito às diversas áreas de trabalho, ou atividade, que são necessárias para o funcionamento adequado da empresa como um todo.
2. Níveis de decisão: dizem respeito à respeito à hierarquia existe dentro da empresa. Em outras palavras, é a associação entre a posição ocupada na estrutura e a abrangência ou detalhamento da informação que é veiculada. (Cada uma delas será estudada em separado.)
Normalmente a visualização gráfica é triangular. Porém, seguindo os princípios de Bertalanffy através da Teoria Geral dos Sistemas, é mais adequada a visão piramidal com abrangência e profundidade em cada um dos diversos segmentos.Vejamos na figura a seguir:
Coordenação
SISTEMA ESTRATÉGICO
Aplicação SISTEMAS TÁTICOS
Funcional
SISTEMA DE APOIO À DECISÃO
SISTEMAS ESPECIALISTAS
SISTEMAS OPERACIONAIS
Vendas Produção Administração
BASE DO HARDWARE SOFTWARE DADOS E TELECOMUNICAÇÃO
SISTEMA DE ARQUIVO
COMPUTAÇÃO
Além de tudo isso, até bem pouco tempo os sistemas de informação se baseavam apenas, e davam grande ênfase, na base matemática normativa, tomando como base os modelos de pesquisa operacional para elaborar seus cenários; era a visão técnica que imperava e orientava a aplicação de recursos.
Atualmente sabe-se que uma grande parte dos problemas enfrentados pelas organizações dizem respeito ao comportamento humano. Mais ainda, muitos problemas comportamentais que são usados, implementam e estruturam sistemas não podem ser expressos através de normas rígidas dentro de uma visão estritamente técnica.
Assim, o enfoque atual dos sistemas de informação é sócio-técnico, considerando com igual importância tanto a parte técnica e matemática quanto a comportamental.
Para Burke & Sashkin (apud Bowditch & Buono, 1990), durante a década de 1980 a abordagem dos sistemas sócio-técnicos foi progressivamente mais enfatizada nos Estados Unidos, devido a esforços para “otimizar conjuntamente” as estruturas técnicas e sociais das organizações. Os valores tradicionais do desenvolvimento organizacional centrado na importância das pessoas e de seus papéis na organização, embora ainda bastante influentes, começam a ceder lugar à constatação de que a chave para as melhorias organizacionais seria enfatizar tanto os fatores humanos quanto os de desempenho. Para esses autores, número crescente de acadêmicos estudiosos do desenvolvimento organizacional começou a argumentar que as questões se desempenho deveriam ser o centro das atenções e a preocupação com as pessoas, parte de uma visão estratégica de longo prazo, mas não explicitamente parte do componente operacional nos esforços de desenvolvimento organizacional. Esse enfoque trouxe maior apoio à abordagem dos sistemas sócio-técnicos devido à sua integração incorporada das variáveis de tarefa e processo.
Partindo dos princípios já contemplados, abordaremos a seguir cada um dos sistemas de informações, detalhadamente.
1.5.1 Sistemas de Informações Transacionais (Operacionais) - SIT
È o mais baixo nível de sistemas de informações, atendendo às necessidades do nível operacional da organização. È utilizado pelos profissionais da empresa em todos os níveis de execução. Esse sistema tem como função executar e cumprir os planos elaborados por todos os outros sistemas, pois serve como base na entrada de dados (input).
O sistema de informação transacional normalmente é computadorizado e estabelece o desempenho e os resultados diários de todas as rotinas necessárias para a elaboração dos negócios da empresa. Exemplos disso são: entrada de ordens de venda, reserva de hotel, ordem de pagamentos, níveis de manutenção, ordens de embarque, entrada de títulos no contas a pagar e receber.
No nível operacional, as tarefas, os recursos e os objetivos são predefinidos e altamente estruturados. A decisão que concede crédito aos clientes, via de regra, é feita em nível legal com supervisão de acordo com critérios claramente predefinidos. Aliás, tudo que diz respeito a processos, deve ser definido por critérios claros e previamente estabelecidos.
A maior parte das empresas possui cinco tipos de sistemas transacionais, a saber: vendas e marketing; produção; finanças; contabilidade; recursos humanos.
As principais características do sistema de informação transacional são:
a) identificação do evento (transação);
b) têm como finalidade: intercalar, listar, ordenar, atualizar;
c) possibilidade de criar relatórios detalhados, lista e sumario;
d) pode ser utilizada em todos os níveis de execução da empresa por atender às necessidades do nível operacional da organização.
Tabela 1.6: Características do sistema de informação transacional
INPUT • •
Evento, transação
PROCESSAMENTO
Intercalar, listar, ordenar, atualizar
OUTPUTS
Relatório detalhado, lista, sumário
USUÁRIOS
Operário, nível básico da estrutura, seus supervisores
Para melhor compreensão, neste caso, basta um exemplo: recordemos o que é necessário para se elaborar a folha de pagamento da empresa onde você trabalha. Pois bem, cada uma das linhas que compõem a folha é uma transação ou uma operação.
1.5.2 Sistemas de Informações Especialistas, Sistemas de Automação – SE, SA
Esse sistema atende às necessidades de informação do grupo de especialistas da organização em qualquer nível. Sistemas de trabalho especialistas exigem trabalhadores também especialistas, visto que os sistemas de automação de escritório inicialmente auxiliaram os trabalhadores mais simples, inclusive hoje podendo ser considerados especialistas.
Via de regra, os especialistas são pessoas com formação superior, sendo participantes de grupos de trabalhos muito específicos, como: engenheiros, médicos, advogados e cientistas. Incluem-se também secretárias, contadores, assistentes em geral e algumas gerências com essas características.
Suas tarefas mantêm um baixo nível de estruturação e consistem, basicamente, na criação de novas informações e novos conhecimentos. Assim, o sistema de informação especialista tem como preocupação final assegurar que o novo conhecimento (informação) seja tecnicamente exato e adequado quando de sua integração na empresa.
As principais características do sistema de informação especialista você pode ver na tabela a seguir:
Tabela 1.7 Características do sistema de informação especialista, Laudon & Laudon (1996)
INPUTS
Estruturas especificas; base no conhecimento, documentos, programas, previsões
PROCESSAMENTO
Modelagem, simulação, comunicação, planos, programas, documentos gerenciais
OUTPUTS
Modelos, gráficos, planos, projetos, correspondência, documentos em geral
USUÁRIOS
Técnicos, profissionais especializados, auxiliares, assistentes pessoais de apoio em geral
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