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CROMATOGRAFIA EM PAPEL DE EXTRATO DE PIMENTÕES

Por:   •  18/9/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.467 Palavras (6 Páginas)  •  145 Visualizações

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     CROMATOGRAFIA EM PAPEL DE EXTRATO DE PIMENTÕES

BELCHIOR, M.1, DE SOUZA, B. N.1, MASCARENHAS, B.1, GORRE, E.1, AMORIM, M.2

 1Estudante do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Toledo.

2Professora do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Toledo.

Resumo: 

Palavras-chave: cromatografia em papel; extrato de pimentões; fator de retenção.

  1. 1. Introdução

Em 1903, o botânico russo Michel S. Tswett apresentou seu trabalho sobre cromatografia para a Sociedade de Ciências de Varsóvia, onde mostrou os resultados preliminares de suas pesquisas com extratos de folhas. Tswett utilizou uma coluna de vidro recheada com carbonato de cálcio e separou os constituintes do extrato pela passagem de éter dietílico. Apesar do termo cromatografia originar-se do grego, chroma (cor) e graphe (escrever), Tswett explicou em um dos seus artigos que a separação não depende da cor dos componentes, mas sim das interações das substâncias com a fase estacionária (COLLINS, 2006).  

No geral, a cromatografia é um processo de separação físico-químico que está fundamentado na migração diferencial dos componentes de uma mistura, que acontece devido as diferentes interações entre a fase móvel (FM) e a fase estacionária (FE). A separação da mistura pode depender da diferença de polaridade ou da massa molar dos constituintes, bem como da afinidade destes com a fase móvel ou estacionária, isso dependerá do tipo de cromatografia que será utilizada. Devido à variedade de combinação entre as duas fases, a cromatografia torna-se um processo versátil e de grande aplicação (DEGANI, 1998). Atualmente, existem vários tipos de técnicas de cromatografia, desde a cromatografia em camada fina, que é um processo simples e barato, até a cromatografia líquida, que é muito eficiente, porém é um processo caro e complexo. Independente da técnica utilizada, a cromatografia é uma técnica de grande aplicabilidade, e é responsável por mais de 70% das análises em química analítica atualmente (AQUINO NETO, 2003).

Pode-se separar os métodos de cromatografia em duas grandes classes, sendo elas a cromatografia planar e a cromatografia em coluna. Na primeira classe, a fase estacionária é suportada por uma superfície planar e a fase móvel se movimenta por capilaridade. Neste caso, utiliza-se um tubo de raio pequeno para que a força de adesão entre o fluído e o tubo seja muito maior do que a força de coesão, fazendo-se com que o fluído suba pelo capilar. A cromatografia planar pode também se basear no movimento da fase móvel por influência de forças gravitacionais. No caso da cromatografia em coluna, mantêm-se a fase estacionária dentro de um tubo estreito e a fase móvel é forçada a passar pela coluna devido à pressão existente (SKOOG, 2002).

Uma das técnicas muito conhecida é a cromatografia em papel (CP), que é um método de cromatografia planar desenvolvido por Martin e Synge por volta de 1941 e trata-se de uma técnica simples utilizada na análise de amostras em pequenas quantidades. Aplica-se esse método, considerado uma técnica de partição líquido-líquido, especialmente na separação e identificação de compostos polares como açucares, aminoácidos, antibióticos hidrossolúveis e íons metálicos (AQUINO NETO, 2003). A CP, por tratar-se de um método qualitativo, ou seja, caracteriza os componentes, mas não os quantifica, é bastante utilizada na área da Bioquímica na separação de compósitos e também em métodos para fracionar determinados componentes para posterior analise por outros métodos complementares (RIBEIRO, 2008).

A fabricação do papel consiste na realização de processos químicos e operações unitárias que tem como objetivo obter o sólido final composto por celulose e hemiceluloses, solubilizando a lignina presente na madeira, pode-se resumir o processo de fabricação nos seguintes passos: preparação da madeira; extração da celulose ou polpação; branqueamento da celulose; refinação e secagem (TEIXEIRA, 2017). Logo, o papel utilizado na CP consiste em celulose praticamente pura, e isso possibilita a absorção de até 22% de água, a qual funciona como fase estacionária líquida que interage com uma fase móvel também liquida. Dessa forma, o papel funciona apenas como suporte para a água (FE), e os componentes da amostra são então separados entre essa e a fase móvel em movimento no papel. Aqueles com capacidade de formar ligações de hidrogênio migram mais lentamente devido suas iterações com a água (AQUINO NETO, 2003).

Considerando a importância das técnicas cromatográficas, bem como suas grandes aplicações, a prática teve como objetivo geral utilizar a cromatografia em papel para separar pigmentos de pimentões verdes, vermelhos e amarelos. Os objetivos específicos foram: praticar as técnicas de realização da CP, bem como interpretar os resultados obtidos no cromatograma e identificar os pigmentos correspondentes ás diferentes zonas cromatográficas.

2. Procedimento Experimental

  1. 2.1 Materiais e Reagentes

  • Pimentões verde, amarelo e vermelho;
  • Almofariz e pistilo;
  • Acetona;
  • Hexano;
  • Funil de vidro;
  • Papel de filtro Whatmann n° 1;
  • Funil de separação;
  • Erlenmeyer;
  • Sulfato de sódio anidro;
  • Banho maria aquecido a 100 °C;
  • Cuba cromatográfica;
  • Suporte universal.

  1. 2.2 Preparação dos Extratos de Pimentões

Inicialmente picou-se cerca de 1/3 de cada pimentão (verde, amarelo e vermelho) em pedaços pequenos. Adicionou-se então 10 mL de acetona e 50 mL de hexano e macerou-se os pimentões em amofariz de porcelana com o auxílio de um pistilo (realizou-se o procedimento para cada pimentão, separadamente), e deixou-se em repouso por 30 minutos para ação dos solventes. Após esse período, adicionou-se o sulfato de sódio anidro e filtrou-se a solução em funil comum, com papel de filtro pregueado para, em seguida, separar as fases hexânica em funil de separação. Reduziu-se o extrato obtido em banho maria até aproximadamente 1 mL.

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